sexta-feira, 2 de julho de 2010

UMA BREVE ANÁLISE

Neste dia 01 de julho, data da confirmação da cassação da Prefeita Rosinha pelo TSE, encontrava-me na cidade do Rio de Janeiro quando fui surpreendida pela notícia. Por volta das 17 horas o celular não parava de chamar e mesmo há 275 Km de distância do município de Campos pude ter uma noção exata da situação caótica que se instalou apesar da possibilidade do afastamento da prefeita estar dentro do previsto desde o dia 27 de maio.

Mesmo com todas as críticas que temos ao governo da prefeita cassada devemos admitir que esta não é a situação ideal para o povo de Campos. Melhor seria que esta estivesse a frente de um governo com sinais de algum avanço mas, ao contrário o que conseguiu protagonizar foi o aprofundamendo de práticas políticas atrasadas e conservadoras. Um governo em que as práticas neoliberais deram o tom através das crescentes terceirizações. Aliás, é praticamente impossível observar algum setor no município de Campos onde a terceirização não esteja presente.

Há terceirizações na educação que começam pelos funcionários administrativos, passam pela merenda escolar e avançam para a contratação de empresa de assessoria pedagógica. Na saúde temos a terceirização das ambulâncias, dentre outras. A limpeza pública é terceirizada. As obras são terceirizadas em sua maioria para empresas de outros municípios e estados, que significa dizer que os recursos destinados a elas não ficam no município e com isso o comércio local definha.

Lembrando ainda que, o governo Rosinha ao invés de criar soluções para a precariedade dos transportes coletivos, através de uma empresa municipal de transportes, priorizou transferir dinheiro público para as empresas privadas, mesmo isto não garantindo condições dignas de mobilidade para a população campista.

Além disso, este governo não priorizou os concursos públicos na educação, do PSF e com isto gerou grande insatisfação na população de um município onde há demanda de vagas reais concomitante a necessidade de criar novos postos de trabalho para absorver a mão de obra ociosa.

Um governo que não procura ouvir o povo e atender as suas reivindicações dá mostras da falta de sensibilidade e de comprometimento com este.

Neste sentido, é lamentável que o povo de Campos mais uma vez esteja vivenciando um processo de cassação de prefeita(o), porém não há como negar que governos populistas, assistencialistas e descolados do compromisso com os anseios populares não devem se perpetuar. Assim sendo, aquilo que no primeiro momento tem uma conotação negativa, como a cassação de um governante, pode por outro lado representar a possibilidade de uma alternativa para um novo modelo de gestão municipal.

Estão criadas as condições de ruptura com as práticas de uma política nefasta.

Entretanto é bom lembrar que, enquanto existir possibilidade de recurso no TSE para o caso em questão, a decisão da cassação não deve ser considerada definitiva.

O acúmulo de experiência política, adquirida através de uma militância em um partido organizado nos princípios marxistas-leninistas como o PCB, com propostas de transformação da sociedade, tem sido importante para o aprendizado da prudência quando esta se faz necessária.

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