quinta-feira, 28 de abril de 2011

CONLUTAS SEGUE OS PASSOS DA CUT NA POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO AO ESTADO BURGUÊS

Por Liga Bolchevique Internacionalista 26/04/2011


Neste embate de duras polêmicas e ácidas críticas à conduta
oportunista da direção da Conlutas estamos plenamente
conscientes que atrairemos o justo ódio dos morenistas,
inclusive provocações de seus pequenos satélites revisionistas,
mas não nos intimidaremos nem tampouco utilizares a prática
burocrática de nossos detratores como pretexto para nos
eximirmos da necessária luta política no interior da Conlutas
até a conclusão integral deste processo de sua falência política

CONLUTAS SEGUE ACELERADAMENTE OS PASSOS DA CUT
NA POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO AO ESTADO BURGUÊS

O surgimento da Conlutas em 2004 correspondeu historicamente
ao esgotamento do ciclo cutista, iniciado em 1983, enquanto
uma referência de independência e superação do velho
sindicalismo getulista que perdurou até os últimos anos de vida
da ditadura militar. A ascensão da frente popular ao gerenciamento
do Estado burguês foi o golpe de misericórdia no espectro político
de uma CUT que já há algum tempo tinha consolidado seu
"espaço" burocrático, impermeável à luta das tendências
classistas que ainda habitavam seu interior. Nós, da LBI,
fomos pioneiros a caracterizar este processo e propor a
construção de uma nova central, classista e independente

dos patrões e seus capatazes da frente popular. Estávamos
balizados não só por um "desejo", mas sim pelo surgimento de
toda uma nova vanguarda sindical e popular em clara rota de

choque com os neopelegos da CUT que tinham transformado
a central em uma autarquia semi-estatal, conselheira de
"esquerda" do governo monetarista e pró imperialista do PT.

Neste contexto, surge a Conlutas, após um breve período
de vacilação do próprio PSTU em abandonar a parte que
lhe cabia no aparelho burocrático cutista, afinal passaram
anos de convivência pacífica com a "Articulação"
(direção majoritária da CUT), chegando até mesmo
a representarem a central no congresso internacional
da OIT, órgão imperialista a serviço das grandes transnacionai
s econômicas. Fundada a Conlutas sob a orientação
revisionista do PSTU, que declarava apenas uma autonomia
formal em relação ao governo da frente popular
(política de "oposição de esquerda" nos marcos do
regime vigente), estava colocada a tarefa para os

setores classistas de travar uma árdua luta política
no sentido de não permitir uma rápida reedição da
trajetória de integração da CUT ao Estado capitalista.
No congresso de 2006 já se delineava a inflexão a direita
da Conlutas colocada à serviço da candidatura reacionária
de Heloísa Helena sem ao menos um debate minimamente
democrático em sua base.

A precoce falência política da Conlutas, em estágio avançado
neste momento, não corresponde aos mesmos fatores históricos
do esgotamento da CUT. O PSTU, força majoritária da nova central,
está muito longe de assumir qualquer responsabilidade na gestão
estatal capitalista, não por sua própria vontade política e sim
por sua absoluta inexpressão eleitoral, mas isto não significa
que esteja isento de seguir os passos de colaboração de classes.
A falta do ascenso do movimento operário nestes últimos anos
e a consolidação da hegemonia do projeto lulista, superando
pela inércia os primeiros momentos de desgaste do governo
da frente popular, aprofundaram os desvios programáticos
que marcaram a gênese da Conlutas, fazendo com que os
sintomas de burocratização do organismo se
transformassem em uma orientação "regimental" e
política. No afã de unificar-se com outras alas
burocráticas "de esquerda", a Conlutas embarcou
em uma rota de completa descaracterização de um
projeto original classista, chegando mesmo ao fiasco
de um congresso de fusão com os sindicalistas reformistas do PSOL.

A estratégia de "crescimento" imposta pela direção
da Conlutas, controlada pelo PSTU auxiliado por
pequenos satélites, resultou em um estancamento
organizativo ou até mesmo em diminuição de sua
influência sindical. Ao contrário da própria CUT,
que em seu nascimento apostou fortemente
nas oposições sindicais, a Conlutas praticamente
cassou o direito de representação das oposições
em suas instâncias internas. Afinal, para os
morenistas do PSTU tratava-se de privilegiar
acordos com a burocracia sindical (situacionista)
para ampliar o "fundo financeiro" da Conlutas e
abrir um canal direto de interlocução com o próprio
governo Lula.

A verdade é que a estratégia política assumida pela Conlutas,
fincada em uma oposição institucional ao regime democratizante
cujo eixo é a pressão lobista ao corrupto Congresso Nacional,
determinou o fracasso organizativo deste projeto.
O governo da frente popular atravessou seus "piores"

momentos políticos e econômicos onde descarregou nas
costas dos trabalhadores o ônus da crise capitalista
sem enfrentar uma oposição revolucionária que pudesse
apresentar uma alternativa de classe ao movimento
de massas. Este elemento foi sem sombra de dúvida

um fator político que permitiu ao lulismo celebrar um
pacto social implícito, apresentando ao imperialismo
e à burguesia nacional seu governo como um modelo
internacional de "paz social" entre as classes.

Com a eleição de Dilma e a constatação de que a
"oposição de esquerda" saía das urnas ainda mais
reduzida do que em 2006, a Conlutas estabelece
uma guinada ainda mais "radical" em direção a sua
integração ao Estado burguês. Agora os morenistas
não estão mais "agitando" o fantasma do "colapso final"
do governo da frente popular como via de conseguir
pelo menos alguns postos no Parlamento. No momento
atual a Conlutas quer utilizar as revoltas operárias
contra a escravidão nos canteiros de obras do
"país das maravilhas" para cacifar sua presença
na "mesa de negociações" do governo Dilma conjuntamente
com as tradicionais centrais amarelas e chapa branca.
Foi a "forma" encontrada pelo PSTU para entrar pela
porta da frente no palácio do planalto! É um verdadeiro
"escândalo" a postura dos morenistas que participam
deste engodo com o governo das empreiteiras
na condição de "consultores" de esquerda
das reivindicações operárias.

Nós, marxistas leninistas da LBI, que estivemos na
linha de frente da ruptura com a CUT e no campo
da luta por dotar o surgimento da Conlutas como
um fenômeno classista, não assistiremos passivos
a destruição dos parcos elementos progressivos
da Conlutas e sua transformação em mais um

organismo burocrático de colaboração de classes a
serviço dos patrões. Neste embate, ainda que
desproporcional entre pequenos núcleos
combativos e a direção da Conlutas não pouparemos
esforços políticos no sentido de agrupar em torno de
uma plataforma revolucionária todas as oposições e
coletivos que estejam dispostos a estabelecer uma
frente única em defesa de uma Conlutas classista e
no caminho de apresentar -se como um canal de
expressão política às lutas dos setores operários
mais explorados. Neste embate de duras polêmicas
e ácidas críticas à conduta oportunista da direção
da Conlutas estamos plenamente conscientes que
atrairemos o justo ódio dos morenistas, inclusive
provocações de seus pequenos satélites revisionistas,
mas não nos intimidaremos nem tampouco utilizares
a prática burocrática de nossos detratores como

pretexto para nos eximirmos da necessária luta política
no interior da Conlutas até a conclusão integral deste
processo de sua falência política.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

A CONTRADIÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Enquanto o governo federal corta 50 bilhões do orçamento afetando diversos setores públicos, sendo que a Educação sofrerá com o corte no orçamento na ordem de 3 bilhões, prejudicando diretamente as Universidades Públicas, Dilma anuncia bolsas de estudos no exterior. Confira na matéria a seguir:

Dilma anuncia 75 mil bolsas de intercâmbio para estudantes


BRENO COSTA
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje que o governo federal tem a "disposição" de conceder 75 mil bolsas de estudo no exterior para estudantes brasileiros até 2014.

O número representa um aumento significativo. Atualmente, de acordo com o ministro Fernando Haddad (Educação), são oferecidas cerca de 6.000 bolsas para o exterior por ano.
Sem entrar em detalhes, Dilma afirmou que a prioridade será para cursos na área de ciências exatas.
Também poderão ser beneficiados estudantes que queiram fazer uma parte da graduação no exterior. Essa foi uma das prioridades sugeridas pelo Ministério da Educação à presidente, que tomará a decisão final sobre a destinação das bolsas. A ideia do MEC é que o aluno de graduação, quando volta, agrega a experiência no exterior ao seu curso no Brasil, enriquecendo as aulas.
A outra prioridade sugerida pelo MEC é direcionar as bolsas ao doutorado em áreas estratégicas como engenharia e física. Essa foi a área enfatizada por Dilma em seu discurso.
"Vamos recorrer a um mecanismo que vários países do mundo recorreram, que é enviar brasileiros e brasileiras para fazer, ou de forma parcial, ou de forma completa, cursos no exterior, nas áreas de ciências, sobretudo de ciências exatas", disse a presidente durante discurso na abertura da primeira reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) de seu governo, no Palácio do Planalto.
O tema começou a ser tratado com mais profundidade no governo com a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao país, em março. Na ocasião, um dos acordos diplomáticos firmados entre os dois países foi um acordo de cooperação prevendo o intercâmbio de alunos e professores entre Brasil e EUA. O próprio Obama chegou a citar um número de 100 mil intercâmbios entre os dois países ao longo dos próximos anos.
Hoje, em seu discurso, Dilma também citou o número de 100 mil bolsas --25 mil além do prometido pela presidente. Esse montante seria alcançado por meio de colaboração do setor privado. Para uma plateia formada majoritariamente por empresários, Dilma fez um apelo à iniciativa privada.
"Queria fazer um convite e um desafio aos senhores: eu acredito que o setor privado pode comparecer com uma ajuda aos estudantes brasileiros e ao Brasil, de forma que nos permita chegar a 100 mil bolsas em 2014", disse.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando meias palavras transformam uma meia verdade em mentira.


Por Maria Fernanda Araújo e Otávio Marhofer Dutra*

Em resposta ao texto: “Vamos cercar de solidariedade os trabalhadores e o povo cubano” publicado pela LIT-QI e pelo PSTU.

Somos estudantes brasileiros em Cuba, país irmão no qual vivemos há quatro anos, e escrevemos este texto a fim de solidarizar-nos verdadeiramente com nossos hermanos e de contribuir sobre a reflexão quanto ao processo revolucionário cubano.

Confessamos que num primeiro momento a leitura do referido texto causou tamanha indignação, diante de tantos equívocos e disparates sobre uma realidade a qual estamos tendo a incrível oportunidade de vivenciar. No princípio, nos questionamos sobre as reais intenções deste texto. Longe de ser uma análise concreta sobre a realidade cubana, acreditamos que o texto da LIT não supera uma visão superficial, fragmentada e idealista de um complexo processo, impossível de compreender em poucos dias de viagem pelos rincões turísticos do país.

Essa é uma questão fundamental: para realizar qualquer discussão ou análise sobre a Revolução Cubana é necessário antes despir-nos de dogmas e preconceitos, compreendendo-a por si própria em sua diversidade. Os únicos pressupostos pelos quais devemos orientar-nos são que a realidade é dialética, e portanto contraditória e dinâmica, de maneira que toda transformação contém elementos do passado e embriões do futuro; e que é necessário ser radical, ou seja, compreender seus problemas a partir das suas raízes.

Sobre os caminhos históricos desde o triunfo de 1959

Sem a ciência da história ao nosso lado - buscando compreender sua dinâmica e seu movimento, sem cair nas facilidades das dicotomias ou dos atos de fé - podemos realizar análises equivocadas, seja pela ingenuidade, ignorância ou pelo oportunismo. No texto da LIT as falsas dicotomias entre bem ou mal e certo ou errado são tratadas como verdades absolutas e os sentidos comuns são o que há de mais freqüente. Assim cabe a nós fazer uma breve reflexão histórica, em que por razões dos objetivos do texto trataremos de 1959 aos dias de hoje.

Com o triunfo da revolução em primeiro de janeiro de 1959, à medida que avançavam as conquistas do heróico povo cubano, crescia também a contra-ofensiva do império. Ainda em 1961, a CIA financia e organiza o ataque de 1200 mercenários a Playa Girón, cujas tropas foram derrotadas pelo povo combatente. Foi então que para organizar o povo cubano e defender suas conquistas foram criados os Comitês de Defesa da Revolução – CDR, possibilitando a construção do socialismo e da democracia popular em cada bairro.

Em 16 de abril de 61, Fidel declara o caráter socialista da Revolução Cubana e com a vitória de Playa Girón, que cumpre 50 anos este 19 de abril, o governo revolucionário realiza mais expropriações de empresas estratégicas e planificação do Estado. Depois desse, vieram muitos outros ataques, que seguem até os dias de hoje. Como se não bastasse, em 1962 os EUA expulsam Cuba da Organização dos Estados Americanos - OEA, e declaram o bloqueio econômico à ilha socialista, buscando impedir que outros países comercializem ou desenvolvam qualquer tipo de relação com este país. Com o bloqueio genocida, Cuba estreita suas relações com a União Soviética, através de acordos comerciais, militares e de solidariedade.

A partir da vitória de 61, os feitos da revolução cubana seguiram impressionando. Em poucos anos Cuba desenvolve-se como potência científica em diversas áreas, como a medicina e a farmacologia. Torna-se o país com maior expectativa de vida e menor mortalidade infantil das Américas, números comparáveis aos mais desenvolvidos países europeus. Desenvolve-se no âmbito dos esportes e cultural, sendo, por exemplo, o país de todo mundo com o maior percentual de escritores per capita, mostra do nível intelectual alcançado pelo povo durante o socialismo. Nas artes plásticas, na dança, na música, no cinema e no teatro a revolução deixou também sua marca: um povo culto é um povo livre, parafraseando José Martí.

O povo cubano em sua grande maioria, ao contrario do que afirma a LIT, é extremamente crítico e conhecedor da sua história e da história dos outros povos do mundo, atualizado como nenhum outro sobre a conjuntura e os desafios dos processos que vivem os oprimidos em qualquer parte. É, sobretudo, um povo ativo e autônomo, soberano e independente, pouco passível às manipulações e ilusões de falsas verdades.

Pátria é humanidade: o internacionalismo de Cuba

Seguimos utilizando a história como instrumento para compreender outros disparates do texto da LIT, que peca pela ausência de base científica. O texto afirma que “a direção cubana implementou a mesma política que tiveram as direções da URSS, China, Alemanha Oriental etc.: a coexistência pacífica com o imperialismo, ao invés da revolução latino-americana e mundial”. O socialismo cubano, como a história prova, não acabou em si mesmo e muito menos coexistiu pacificamente com os EUA, como brevemente relatamos acima. Os cubanos deixaram marcas de emancipação em diversos países e internacionalizaram sua revolução mais do que qualquer outra. Um país pobre, de pequenas extensões geográficas e bloqueado economicamente por grande parte do mundo, jamais hesitou em solidarizar-se com um povo irmão. Desde a década de 60 aos anos 90 apoiou direta ou indiretamente as tentativas emancipatórias na América Latina, exportando sua experiência de guerrilhas, treinando militantes política e militarmente, ou apoiando financeiramente e com recursos humanos diversas organizações e governos revolucionários. Bolívia, Chile, Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia, Venezuela, El Salvador, Peru, Nicarágua, Guatemala, México são alguns dos exemplos na América Latina. Na África contribuíram com exércitos e profissionais diversos aos esforços de libertação nacional de várias nações, como Angola, Etiópia, Congo, Moçambique (e muitos outros) sendo sua participação fundamental para o fim do regime Apartheid na África do Sul.

Desde o triunfo da revolução já somam centenas de milhares os jovens oriundos de países da periferia do sistema que receberam cursos universitários em Cuba; dezenas de milhões os que foram alfabetizados por cubanos e cubanos; milhões os que voltaram a enxergar através cirurgias de catarata realizadas pelas missões médicas cubanas; dezenas de milhões que receberam atenção médica cubana nas mais diversas áreas, seja em desastres ambientais, epidemiológicos (como recentemente o terremoto e a epidemia de cólera no Haíti) ou para estruturar os sistemas nacionais de saúde e educação. Detalhe, Cuba realiza o que considera um princípio – a solidariedade – sem exigir nada em troca. Pelas proporções dos seus gestos, jamais houve tamanho internacionalismo. Quem diga o contrario ou desconhece profundamente a história ou bem intencionado não está.

Hoje, mesmo enfrentando tantas dificuldades econômicas, Cuba segue sendo vanguarda no que se refere à solidariedade internacional. Um exemplo é que atualmente estudam em Cuba cerca de 50 mil estudantes estrangeiros, dos mais diversos cursos universitárias, sendo a maioria medicina. Além disso, as missões cubanas de solidariedade na área de saúde e educação estão presentes em mais de 70 países. Somente na Venezuela são mais de 35 mil cubanos, entre médicos, profissionais da saúde e educadores.

Outro relevante exemplo do internacionalismo do socialismo cubano é o projeto Escola Latino Americana de Medicina - ELAM, idealizado pelo Comandante Fidel Castro em um momento em que toda a América Central havia sido assolada por três furacões. O projeto ELAM já possui 12 anos de existência, com uma grande quantidade de médicos atuando em toda a América Latina. Atualmente, cerca de 700 brasileiros estudam em Cuba, outros 400 já se formaram, e em sua maioria estão comprometidos em trabalhar para construir um SUS 100% público, estatal, universal, integral e eqüitativo para o povo brasileiro, em que a gestão popular seja o principal instrumento de controle e planificação, a exemplo do que vivenciamos diariamente em Cuba.

A desintegração da URSS e as contradições atuais

Seguindo os caminhos da história chegamos no período de desintegração da URSS e do bloco socialista. Na década de 80 recordamos que os acordos com o campo socialista passaram a responder por 85% do intercambio de mercadorias realizadas por Cuba, aprofundando a dependência econômica. Na década de 90, com a desintegração da URSS e do socialismo no leste europeu, teve inicio uma das épocas mais difíceis da história do aguerrido povo cubano: o período especial.

No primeiro ano após a dissolução do campo socialista do leste europeu e da União Soviética, o produto interno bruto decaiu 33%. A questão energética foi uma das mais prejudicadas, colapsando o transporte e a indústria. Cuba infelizmente possui reservas muito pequenas e de difícil acesso de recursos como o Petróleo ou carvão mineral. Um exemplo do caos energético gerado foram as muitas safras de alimentos que apodreceram no campo, já que sem combustível para o transporte não podiam ser deslocadas às cidades. Faltavam alimentos, remédios e outros produtos essenciais, como de vestuário e higiene. Nesse contexto, o cruel bloqueio imperialista tornou-se ainda mais perverso. Mas para a LIT tudo segue preto ou branco e, ignorando a lógica marxista, simplifica superficialmente as soluções para problemas tão profundos e complexos.

Mesmo com tamanhas dificuldades, em pleno período especial, o povo cubano ratifica sua vontade de seguir construindo o socialismo em plebiscito nacional, com mais de 90% dos votos e uma participação de quase 100% da população, com voto secreto, não obrigatório e universal aos maiores de 16 anos. Talvez, por tão heróica resistência e convicção do rumo escolhido, que Fidel considera o Período Especial “o mais glorioso dos 50 anos da Revolução Cubana”.

O povo cubano viveu anos de profunda escassez e sacrifícios. De fato, a dependência econômica que mantinha do campo socialista era profunda, o que se mostrou um grande equivoco na construção do socialismo em Cuba, talvez o maior que cometeram. As seqüelas da dependência se mostraram mais perversas no período especial, o país entrou em colapso. No entanto, julgar a história desde o futuro é fácil. As autocríticas da direção do Partido Comunista e das organizações de massa do povo cubano foram muitas e periódicas, mas não transformam o passado. Servem principalmente para evitar que erros similares voltem a ocorrer.

O período especial gerou também uma serie de novas contradições cujas soluções são hoje, junto com o desafio de dinamizar a economia, os principais desafios para o avanço do socialismo em Cuba. Para reverter o processo de carência e dependência econômica criaram-se diversas empresas mistas (parcerias entre o Estado - sócio majoritário – e empresas capitalistas), com a finalidade de ampliar a infra-estrutura industrial, aumentar e diversificar a produção de bens de consumo para a população. Para incrementar a arrecadação do Estado, Cuba foi obrigada a abrir-se ao predatório turismo internacional e, para isso, fazer concessões as grandes redes turísticas, que detém o monopólio do turismo na Europa e América do Norte, de onde vem o grande contingente de turistas a Cuba. O povo cubano não teve escolhas, porque infelizmente a história não depende somente dos desejos, e os cubanos sabiam em que barco estavam entrando e os problemas que estavam por surgir. Mas para a LIT a resposta continua simples e se resume na seguinte fórmula: Cuba restaurou a economia de mercado.

Com tais medidas, Cuba pôde evitar a ofensiva da contra-revolução capitalista, como ocorreu nos países do antigo bloco socialista. Admirável é a convicção com que LIT defende essas contra-revoluçoes financiados pelo imperialismo, que deterioram a vida de milhões nesses países, como revoluções sociais. Através do controle do Estado sobre as principais empresas estratégicas, planificação da economia e a manutenção das mais importantes conquistas da revolução nas áreas da saúde, educação, arte e cultura e produção de ciência e tecnologia Cuba pode resistir a tal contra-ofensiva. No entanto, este longo período de dificuldades materiais foi bastante marcante na determinação da consciência social. Um grande contingente de cubanos deixou o país durante os anos do período especial, e problemas como a prostituição, o mercado negro e a corrupção, tornaram-se presentes. As desigualdades internas foram intensificadas, especialmente quanto à valoração do trabalho.

Com o objetivo de proteger a população e garantir o mínimo necessário para que todo cubano pudesse seguir vivendo dignamente foi criada uma economia interna “fictícia”, com desvalorização da moeda e forte subsidio do Estado Cubano aos produtos essenciais. Assim, com o período especial foram criadas duas moedas: o Peso conversível (equivalente ao dólar), utilizado nas transações comerciais internacionais e no turismo; e o peso Cubano (que equivale a 1/24 de peso conversível), utilizado no mercado interno de produtos subsidiados pelo Estado.

Todo trabalhador cubano recebe seu salário em peso cubano, e compra seus alimentos e produtos de primeira necessidade com valores muito abaixo do mercado internacional. O salário mínimo é de cerca 400 pesos cubanos, equivalentes aos 18 dólares relatados no texto da LIT. Mas, o essencial que omitiu é o real poder aquisitivo do peso cubano internamente. Exemplifiquemos. O quilo do arroz e do feijão custam 2 pesos cubanos, equivalente a 15 centavos de real para o cubano. O litro do leite custa menos de 1 peso cubano e é gratuito para as crianças de até 10 anos e idosos com mais de 60. A tarifa de ônibus vale 40 centavos de peso cubano (equivalentes a 3 centavos de real) e o pagamento é opcional. Uma sessão de cinema, teatro ou ballet não passa de 40 centavos de real, ou 5 pesos cubanos, isso quando não são oferecidos os freqüentes descontos aos trabalhadores ou estudantes. Agora façamos as contas: algum cubano “passa fome”?

Contudo, um trabalhador que recebe seus ganhos em Peso conversível (em geral aqueles que trabalham em setores vinculados ao turismo, como um taxista particular, alguém que recebe dinheiro de um familiar no exterior ou que aluga um quarto para estrangeiros), já que esta moeda tem um valor 24 vezes maior que o peso cubano, têm maiores possibilidades de consumo que um exemplar operário, um engenheiro, um médico ou um reconhecido professor universitário. Um problema que já é grande por si só é amplificado pelas informações equivocadas da LIT, quando afirma que “os cubanos que trabalham nas empresas internacionais não têm a proteção do Estado “socialista” cubano. Ao contrário, o trabalhador cubano não recebe o mesmo salário que essas empresas pagam em outras partes do mundo. Os cubanos só ganham os seus miseráveis 18 dólares mensais”. Basta informar-se minimamente para rebater esta falácia.

O Estado Cubano recebe pelo trabalho de qualquer cubano de uma empresa mista um valor próximo à média que recebe um trabalhador com semelhante capacitação em qualquer lugar do mundo. Dependendo da função do trabalhador e de sua preparação técnica repassa cerca de 10% desse salário. Um engenheiro de uma empresa mista com um salário em torno de 3 mil dólares recebe cerca de 300 dólares do Estado, que utiliza os outros 2700 para financiar os gastos sociais. Com 300 dólares um trabalhador cubano tem a possibilidade de viver confortável e dignamente em Cuba.

No entanto contradições como essa têm sido um dos maiores desafios do Estado cubano, do Partido Comunista e das organizações de massa do povo. A fim de avançar na superação delas, o governo revolucionário tem proposto à população uma série de reformas que visam principalmente aumentar a produtividade de setores estratégicos (especialmente àqueles vinculados à alimentação e o desenvolvimento de meios de produção). Uma delas trata da legislação trabalhista e objetiva aumentar a produtividade industrial e a agilidade dos serviços, por meio de incentivos materiais aos trabalhadores mais dedicados e comprometidos com a revolução.

Tal medida vem no sentido de reafirmar o principio socialista de “receber de acordo com seu próprio trabalho e esforço”, rumando assim no sentido de diminuir a burocratização dos serviços e a corrupção, que estagnam a produção. Outra importante medida adotada recentemente é a distribuição das terras ociosas do Estado aos pequenos agricultores e a garantia de condições para produzir, com o objetivo de aproximar Cuba da soberania alimentar, com aumento e diversificação da produção agrícola. Este é um dos grandes desafios de Cuba: manter os trabalhadores na terra.

Tendo em vista a ampla especialização da força de trabalho no país, em virtude do acesso irrestrito à educação, atualmente em Cuba faltam agricultores, trabalhadores técnicos, e sobram especialistas universitários a um ponto que em muitos setores da economia parte significativa da força de trabalho não está vinculada diretamente à produção. Com isso, por resolução do Conselho de Ministros da Assembléia Nacional do Poder Popular, debatida em todas as instâncias da sociedade cubana e movimentos de massa, tem sido realizada a redistribuição, e não a demissão como insiste erroneamente a LIT, dos trabalhadores nos diferentes setores da economia, de maneira que em cada local de trabalho pelo menos 80% dos trabalhadores sejam vinculados diretamente à produção, de maneira a aumentá-la e diminuir a burocracia do estado. Para atender à demanda de trabalhadores que não queiram ser redistribuídos, o Estado cubano aumentou a rede de serviços, ampliando a possibilidade de abertura de pequenos negócios (como cafeterias, restaurantes, cabelereiros, aluguel), assim como a ampliação de vagas em cursos técnicos.

Outro equivoco, por omissão de parte da verdade, é quando diz que “a maioria dos produtos que faziam parte da caderneta de abastecimento foi eliminada, ao mesmo tempo em que se anuncia o fim da própria caderneta”. Isso realmente tem acontecido, no entanto os produtos têm sido redirecionados aos setores sociais mais desfavorecidos. O fim do igualitarismo é uma das metas em curto prazo, já que isso não é um princípio socialista. Se é fato que a sociedade cubana hoje apresenta níveis de desigualdades (em proporções abismalmente distintas de qualquer sociedade capitalista) é dever do Estado socialista buscar um resgate do equilíbrio. Esse é um dos atuais objetivos. A caderneta pode num futuro deixar de ser universal para atender mais e melhor aos que mais precisam. Além disso, o texto da LIT diz que “na maioria das empresas os refeitórios foram fechados”. Ao contrário: os trabalhadores estão recebendo um incremento diário de cerca de 15 pesos cubanos e foram abertos restaurantes nas mesmas empresas que servem refeições de 5 a 15 pesos cubanos, com comidas de melhor qualidade, menos desperdícios e corrupção. O texto da LIT é repleto de meias palavras.

Agora, quando afirmam que “as belas crianças cubanas não tem brinquedos. Não poucos brinquedos. Sem brinquedos. É que os brinquedos são proibidos” parecem estar brincando. Não apenas tem brinquedos, como brincam durante todo o dia, e estão bem alimentadas. Aliás, 100% delas estão nas escolas, que é obrigatória até os 14 anos, em que as aulas iniciam às 8h e terminam às 16h. As crianças recebem alimentação e toda a atenção pedagógica durante esse período e não existe perspectiva alguma de acabar com “o período integral nas escolas”. Nenhuma criança cubana trabalha. Elas apenas estudam e brincam. Se para a LIT os brinquedos tem que ser os caríssimos brinquedos das grandes indústrias capitalistas e do consumismo ou um vídeo game de última geração e não apenas objetos para divertir e incentivar a criação e a imaginação da criança então, e somente assim, poderíamos afirmar que em Cuba as crianças não tem brinquedos.

Democracia em Cuba: o povo no poder

O texto da LIT afirma que em Cuba existe “uma ditadura muito similar às piores e mais sanguinárias ditaduras do mundo”. Uma prova disso deve ser o fato de que Cuba é o país da América Latina com a menor taxa de homicídios do continente e uma das menores do mundo. Ou que é o país do nosso continente com o menor proporção de presos e prisões.

Vejamos, então, como é a estrutura de poder nesta ilha socialista. A estrutura de poder em Cuba inicia desde baixo, desde cada quadra: os CDR’s (Comitês de Defesa da Revolução). Estes têm função de garantir a segurança, a limpeza, a organização e convivência coletiva. O conjunto de CDR’s forma a Circunscrição, formada por cerca de 2 mil cubanos. Cada uma delas realiza Assembléias Comunitárias periódicas para debater desde as questões mais relevantes do bairro até os mais importantes temas da economia nacional. A presença nas assembléias não é obrigatória, mas é difícil chegar numa em que não exista ao menos um representante por família. Inclusive as crianças têm direito a expressão, e o utilizam intensamente. Nessas assembléias se indicam os candidatos do bairro para delegados da Assembléia do Poder Popular Municipal, órgão máximo a nível do município. Por voto livre, universal (aos maiores de 16 anos), secreto e não obrigatório elegem os delegados. Todos os cubanos e cubanas podem se candidatar, desde que maiores de idade. Os candidatos podem anunciar sua própria candidatura nas reuniões públicas realizadas nos seus bairros, ou serem indicados por organizações de massas (estudantes, trabalhadores, mulheres etc.).

O Partido Comunista Cubano não indica nem escolhe candidatos. Depois, os cubanos escolhem os candidatos a delegados da Assembléia Provincial, por indicação das organizações de massas e das Assembléias Municipais e os deputados da Assembléia Nacional, em que os candidatos são indicados pelas mesmas organizações. As eleições para a Assembléia Municipal ocorrem a cada dois anos e meio. Já os pleitos para a Assembléia Provincial e a Assembléia Nacional são realizados a cada cinco anos.

As Assembléias do Poder Popular - APP são a máxima estrutura do poder a nível Municipal, Provincial ou Nacional. Entre seus representantes são divididas as funções executivas do Estado, em que apenas se executam as deliberações da APP. Todos os delegados ou deputados podem ter seu mandato revogado a qualquer momento pela base que representam. Nenhum recebe nem um centavo a mais pelo cargo, recebe o mesmo salário que tinha antes de ocupar a função.

As campanhas eleitorais são feitas por meio de um cartaz padronizado, em que todos os candidatos têm o mesmo espaço para expressar suas idéias e sua biografia. Os cartazes são colocados nos principais locais de movimentação do povo, publicados nos jornais de circulação massiva e divulgados na televisão, com o mesmo tempo e formato gráfico.

O presidente de Cuba não passa de mero executor das deliberações da APP Nacional, não tendo qualquer poder para além dessa. Antes de tudo, como qualquer outro membro da APP Nacional, o presidente de Cuba deve ser eleito deputado. Fidel, nas últimas eleições foi eleito deputado com cerca de 97% do votos em sua província e Raul Castro com 98%. Os dois tiveram iguais condições de apresentar sua candidatura que qualquer outro candidato.

Vale esclarecer que o Partido Comunista Cubano não cumpre nenhuma função de Estado, e todos suas posições, para tornarem-se realidade, devem ser construídas junto ao povo, que pode ou não reconhecer as posições do PCC como as mais acertadas. Caso não exista o convencimento do povo pelo Partido as políticas simplesmente não são aplicadas.

Dessa forma, consideramos que a comparação do nível da democracia cubana com qualquer “democracia” ocidental, deve ser bastante cuidadosa, já que em tais democracias o poder do povo está restrito ao voto, absolutamente manipulado pelos interesses econômicos e pelo monopólio da mídia, em que são os partidos da ordem e as classes dominantes, e não o povo, quem ditam as regras. Já a comparação da democracia cubana com “as piores e mais sanguinárias ditaduras do mundo”, em coro com o discurso de Bush ou Obama, para nós que vivemos há 4 anos nesta ilha e participamos ativamente dos instrumentos democráticos construídos pelo povo cubano, é sem dúvida a maior de todas as mentiras expressadas pela LIT em seu texto.

Acesso à informação

Os ataques imperialistas não cessam, mesmo o texto da LIT afirmando que a convivência é pacífica. O assassino bloqueio segue vigente, mesmo com as sucessivas votações contrárias nas assembléias da ONU, em que apenas 3 nações do mundo se mantêm favoráveis a sua continuidade. Os prejuízos para Cuba são incalculáveis: em apenas 8 horas de bloqueio o governo cubano poderia reparar cerca de 40 creches ou em 1 dia comprar 139 ônibus de transporte urbano. O caso dos cinco heróis cubanos é outro exemplo da desumanidade que impõe o monstro do norte - como definia Simon Bolívar – presos por lutar contra o terrorismo dos EUA.

É parte verdade o que diz o texto da LIT: nenhuma organização cubana votou pela proibição do acesso à internet. Sua restrição – e não sua proibição – é outro exemplo da ação do bloqueio estadunidense em Cuba, pois o monopólio e bloqueio do acesso a sinal de internet desde de satélites ianques, e pelos cabos que passam pelo Caribe fazem com a banda total de internet de Cuba seja menor do que uma Universidade Federal do Brasil, restringindo seu acesso aos trabalhadores em seus locais de trabalho (governo, escolas, hospitais, policlínicas), hotéis, Joven Clubs (espécie de lan house) e a residência de profissionais especializados. Essa situação se espera que melhore logo que o cabo submarino de fibra ótica que está sendo construído através da ALBA desde Venezuela chegue a terras cubanas.

Quanto ao acesso à informação no país, é verdade que o Granma é o órgão de informação oficial do Partido Comunista Cubano, que é distribuído em todo o país. Mas o/a autor(a) do texto esqueceu de informar sobre as outras dezenas de publicações especializadas, políticas, culturais e de lazer publicadas em todo o país, por organizações populares, nas quais as criticas e autocríticas ao processo revolucionário são freqüentes, quase cotidianas. E bem se vê que o/a correspondente da LIT aproveitou bastante sua viagem pelo Caribe e sequer teve um tempinho de assistir à televisão recheada de programas, filmes e documentários nacionais e das maiores redes de televisões do mundo em canal aberto e estatal, sem espaços para propagandas comerciais. Infelizmente, talvez não pôde aproveitar os debates com especialistas cubanos e de outros países sobre a situação no Oriente Médio, ocorridos no programa Mesa Redonda, que diariamente enfoca temas de importância nacional e internacional em horário nobre. Ou assistir na televisão os jornais diários, ou ler algumas das reflexões do companheiro Fidel e de muitos outros intelectuais cubanos sobe o assunto, publicadas tanto no próprio Granma quanto em periódicos internacionais e na internet.

Dessa forma afirmamos categoricamente que a LIT se equivoca quando diz que “o governo e o Partido Comunista Cubano (...) não permitem que chegue, por meio da televisão ou da rádio (ambas controladas pelo governo), qualquer tipo de informação sobre o que as massas estão fazendo nos países árabes”. Para verificar a verdade não é necessário muito esforço, nem estar em Cuba, basta entrar nos inúmeros sites cubanos (inclusive das redes de televisão e rádio) que informam sua própria população e o mundo sobre o processo que vivem os povos árabes.

As estatísticas não mentem

Segundo o texto, o cubano vive no pior dos mundos (...). A partir da revolução, Cuba transformou-se no país mais igualitário da América, mas hoje é exatamente o contrário. Certamente, Cuba tornou-se o país mais igualitário das Américas, e quiçá as contradições surgidas com o período especial possibilitaram o surgimento de algumas diferenças sociais. Contudo, engana-se quem afirma que Cuba perdeu seu status de país mais igualitário da América, e isso percebemos cotidianamente: em Cuba, você jamais verá uma criança pedindo esmola. Pelo contrário, você encontrará inúmeros jovens brasileiros e demais latino-americanos e caribenhos, ex-crianças de rua, sem terra ou sem teto, tendo a possibilidade de estudar medicina, além de outras carreiras como engenharia, agronomia, arte, educação física, pedagogia. Jovens estes originários de países em que o acesso à educação, saúde, moradia e cultura é ainda limitado, mesmo sendo uma das dez maiores economias do mundo, como é o caso do Brasil.

Isso é visível nos dados sócio-econômicos sobre Cuba, publicados e disponíveis em sites de organizações de referência internacional, como a Organização Mundial da Saúde ou da ONU. Nestes 50 anos de Revolução, mesmo diante de condições econômicas diversas, Cuba atinge taxas de Índice de Desenvolvimento Humano e de expectativa de vida invejáveis. O Brasil, por exemplo, que possui o oitavo maior Produto Interno Bruto do Mundo (estimado em US$ 1,995 trilhões em 2007, e um PIB per capita de US$ 10.296), possuía no mesmo ano o 75º IDH do mundo, e tinha uma media de expectativa de via em 72,4 anos (92º no ranking mundial). Enquanto que Cuba, no mesmo período, sendo a 85ª economia (PIB de US$ 51,11 bilhões, e um per capita de US$ 4,5 mil), era o 51º em IDH (o,86) e 37º em expectativa de vida (78,3 anos).

Outro indicador importante, oferecida pela Oficina Nacional de Estadísticas de Cuba, é a progresão da mortalidade infantil e materna nos últimos anos, assim como os de acesso aos serviços de saúde, conforme segue abaixo.

Evolución de los indicadores de salud. Años seleccionados


Indicadores seleccionados

1960

1980

1990

1995

2000

Tasa de mortalidad infantil (por mil nacidos vivos)

42,0

19,6

10,7

9,4

7,2


Tasa de mortalidad en niños menores de 5 años (por mil nacidos vivos)

42,4a

24,3

13,2

12,5

9,1


Índice de niños con bajo peso al nacer (en %)

...

9,7

7,6

7,9

6,1


Tasa de mortalidad materna (por 100 000 nacidos vivos)

120,1

52,6

31,6

32,6

34,1


Partos atendidos en instituciones hospitalarias (%)

63,0

98,5

99,8

99,8

99,9


Habitantes por médico

...

635

275

193

169


No último ano, Cuba alcançou a cifra de mortalidade infantil de 4,4 para cada mil nascidos vivos. Essa progressão mostra como, mesmo em tão difíceis condições econômicas e de embargo depois de mais de 20 anos do fim da URSS, os indicadores sociais de Cuba continuam melhorando. No mesmo período são diversos os estudos que mostram uma situação completamente distinta nos países do leste europeu em que existiram contra-revoluçoes capitalistas. Os índices de educação e acesso a cultura também estão progressivamente avançando, assim como os indicadores de segurança pública, que ao contrário do mundo se mantém estáveis, com os menores índices de violência do mundo. E como se alcança níveis de IDH e expectativa de vida tão avançados? A resposta é bastante objetiva: oferecendo a sua população possibilidades ao seu pleno desenvolvimento como seres humanos, em condições de igualdade e universalidade de acesso a educação, saúde, cultura, arte e lazer – condições jamais alcançáveis se em Cuba tivesse ocorrido ou ocorrendo a volta do capitalismo.

A solidariedade que o povo cubano necessita: a verdade!

Mas a paciência dos cubanos parece estar chegando ao fim (...)Mais cedo ou mais tarde, os trabalhadores cubanos vão se rebelar contra essa situação”. Quanto a isso a LIT está certa: é verdade que os cubanos já não tem mais paciência com tantas dificuldades. No entanto se equivoca contra o quê e de que forma vão se rebelar. Os cubanos são profundamente rebeldes. E estão rebelando-se contra tudo que está ruim em sua revolução, interna e externamente. As reformas são urgentes, assim como o fim do bloqueio, pois realmente é difícil um país viver tantos anos com tamanhos entraves. Mas a certeza de que o socialismo é o caminho que o povo cubano defende com todas as suas forças foi comprovada na marcha do dia 16 de abril, pelos milhões de cubanos que marcharam por Havana e por toda Cuba em comemoração aos 50 anos do socialismo em Cuba e da vitória de Playa Girón, e que também abriu o VI Congresso do PCC. Neste dia, militares, trabalhadores e estudantes, por livre vontade e convicção - e não por opressão das armas como ocorriam nas ditaduras mais sanguinolentas de América Latina - caminharam juntos, unidos, em defesa da Revolução, do seu governo revolucionário e do socialismo cubano. É possível que milhões (em um país de não mais de 11 milhões de habitantes) marchem alegres e unidos através de mecanismos de opressão?

Para finalizar, muitos insistem em deturpar o caminho escolhido pelo povo cubano, mas os fatos não escondem a verdade: em 51 anos o socialismo humanizou a sociedade cubana. Cuba é o único país das Américas em que a violência, tão crescente no Brasil, é insignificante. Havana, uma capital com quase 3 milhões de habitantes, é tão tranqüila quanto uma pacata cidade do interior, em que assassinatos e seqüestros ficam restritos aos romances policiais.

Cuba é um país que trabalha cotidianamente para superar a desigualdade de direitos entre os gêneros, para superar o racismo, a discriminação por qualquer orientação sexual e tantas formas de opressão, tão enraizadas em nossas sociedades. Outros não cansam de afirmar que a Revolução Cubana é coisa do passado e que o socialismo morreu junto a URSS. Para esses respondemos que não somente é presente o socialismo em Cuba, mas que vem fortalecendo seus princípios e ideais à medida que avançam os processos revolucionários na América Latina. Contudo, a construção do socialismo não depende somente da vontade das pessoas, mas de condições históricas, objetivas e concretas, cuja complexidade vai para além do que está nos manuais ou nos livros, pois a realidade é antes de tudo, dialética.

Revolução é fazer do extraordinário cotidiano. E isso em Cuba é diário, em cada criança que brinca livremente nas praças do país, sem preocupações com tráfico de drogas, assaltos, ou com o ganha pão diário. Crianças de um país pobre e bloqueado economicamente, mas que mesmo assim sabemos que terão todas as condições de desenvolver-se plenamente como seres humanos. Este, independente dos caminhos que se tomem, é fim principal do que entendemos por socialismo.

Cuba e o socialismo nos permitem seguir sonhando com a utopia de um mundo humano, no mesmo sentido em que dedicaram suas vidas tantos mártires nesses 52 anos de revolução. Por eles e pelas gerações futuras o povo cubano jamais abandonará as trincheiras conquistadas.

17 de abril de 2011 - Havana, Cuba

* Maria Fernanda Araújo e Otávio Marhofer Dutra são estudantes de medicina na Universidade de Ciências Médicas de Havana e militantes da base Paulo Petry do Partido Comunista Brasileiro e da União da Juventude Comunista em Cuba, formada por 16 estudantes.



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PRIMEIRO DE MAIO: DIA DE LUTA E RESISTÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA

PRIMEIRO DE MAIO: DIA DE LUTA E RESISTÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA

imagemCrédito: PCB


NOTA POLÍTICA DO PCB

Crescem os desafios da classe trabalhadora neste ano de 2011. A crise econômica mundial continua a fazer estragos em vários países, como resultado do regime de economia de mercado, o qual coloca em risco a sobrevivência da espécie humana, ao desprezar as necessidades básicas dos trabalhadores, apenas para garantir a manutenção dos enormes lucros obtidos por bancos e grandes corporações capitalistas. O recrudescimento da crise internacional do capitalismo deverá encontrar no Brasil um governo não mais disposto a liberar crédito para aumentar o consumo (na verdade, uma política de endividamento crescente da população em favor do lucro dos bancos e da cooptação das camadas populares para a ilusória sensação de melhoria das condições de vida).

O Governo Dilma, em suas primeiras ações, voltou a atender prioritariamente as vontades e necessidades dos grandes banqueiros e empresas nacionais e multinacionais, optou por um salário mínimo de R$ 545,00 (praticamente 0% de reajuste, em termos reais) e, sob os argumentos de combate ao “retorno da inflação” e ao desequilíbrio das contas públicas, cortou cerca de R$ 50 bilhões no orçamento (atingindo, como sempre, as despesas com investimentos na área social) e aumentou as taxas de juros, jogando nas costas dos trabalhadores todo o peso dos efeitos do déficit promovido pelo governo.

O que não se cortou e, pelo que tudo indica não será cortado, são os gastos com o pagamento de juros da dívida brasileira. Só no ano de 2010, o Brasil retirou cerca de 200 bilhões de reais dos cofres públicos para pagar a dívida interna, deixando de investir grande parte do PIB na melhoria das condições de vida da população. Se a economia brasileira cresceu a uma taxa recorde de 7,5% em 2010, conforme anunciado pelo IBGE, alçando o país ao posto de sétima economia do mundo, a desigualdade social aprofundou-se e o Brasil ocupa hoje a 70ª posição no ranking mundial do IDH (Índice do Desenvolvimento Humano).

Lula deu continuidade à política macroeconômica da era FHC, aplicando apenas uma política compensatória mais agressiva. Dilma segue a cartilha de Lula, com a diferença de que porá o pé no freio em relação aos gastos sociais, atendendo aos ditames do mercado mundial, em que a palavra de ordem é o ajuste fiscal, política esta que só faz rebaixar ainda mais a qualidade de vida dos trabalhadores em todo o mundo para salvar os grandes capitalistas da crise criada por eles mesmos.

O Governo Dilma já anunciou a retomada dos leilões dos campos de petróleo e de áreas de exploração no pré-sal, mantendo a política de dilapidação dos recursos naturais brasileiros, no momento em o presidente dos Estados Unidos reafirma para o mundo a intenção de recuperar a primazia dos interesses estadunidenses e de suas empresas no mercado global, dando provas desta intenção ao mandar bombardear a Líbia, precisamente quando estava em visita ao Brasil.

Os primeiros meses do Governo Dilma foram também demonstrativos da crescente insatisfação de diversos grupos sociais, tais como as manifestações de estudantes e de trabalhadores em protesto contra a elevação dos preços das passagens de ônibus em várias cidades do Brasil, nas quais a violência policial sempre se faz sentir. Os trabalhadores da construção civil ligados às obras do PAC também reagiram às condições de superexploração e semiescravidão impostas pelas empreiteiras – empresas multinacionais, como a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e outras – muitas delas financiadoras das campanhas eleitorais do PT e de seus aliados. Mais de 80 mil trabalhadores já cruzaram os braços nas obras espalhadas pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. As centrais sindicais governistas, cumprindo o papel de conciliadoras, foram chamadas a combater o ânimo dos trabalhadores para assegurar a continuidade das obras, sem mais conflitos, nas obras onde estão trabalhando mais de um milhão de operários.

Essas mesmas centrais irão repetir este ano as grandes festas no 1º de Maio, com artistas famosos, distribuição de brindes, bebidas e sorteios, além de muito discurso a favor do Governo e do “pacto entre trabalhadores e patrões”. A velha máxima do “pão e circo” será a tônica em muitos centros urbanos do país, buscando desarmar ideologicamente a classe trabalhadora brasileira no enfrentamento ao patronato e ao sistema capitalista.

Denunciamos esse tipo de manipulação e promoção de alienação junto à classe trabalhadora, como se tudo estivesse bem e não houvesse contradições a serem denunciadas sobre o Governo e o sistema capitalista, que continua retirando direitos e desmantelando a rede de proteção social da classe trabalhadora.

O PCB entende que é hora reforçar a unidade dos movimentos populares, das forças de esquerda e entidades representativas dos trabalhadores, no caminho da formação de um bloco proletário capaz de contrapor à hegemonia burguesa uma real alternativa de poder popular, com a organização da Frente Anticapitalista e Anti-imperialista, que possa ordenar ações unitárias contra o poder do capital e do imperialismo, rumo à construção da sociedade socialista.

Pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

Salário mínimo do Dieese.

Fim do imposto de renda sobre os salários.

Solidariedade internacionalista à luta dos trabalhadores.

Unidade da classe trabalhadora numa Frente Anticapitalista e Anti-imperialista.

COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO

Maio 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fupo chama a atenção para falta de emprego

Folha da Manhã em 26/04/2011

Política

Fupo chama a atenção para falta de emprego

A Frente de Unidade Popular (Fupo), composta pelos partidos de oposição PCB, Psol e PSTU e criada há três meses, se preparara para um novo Ato Público no Centro da Cidade. A informação foi dada pela sindicalista, Graciete Santanna (PCB) e Erick Schunk, representante do PSol, que esteve, nesta segunda-feira, no Programa Folha no Ar, do Grupo Folha. Desta vez por conta do dia do Trabalhador.

A idéia dos integrantes da Fupo é chamar a atenção da população pela falta de emprego que segundo a Frente é grande no município. “Estaremos reunidos no dia três de maio para conversarmos com a população, informar sobre a situação atual dos trabalhadores e também dos jovens que estão sem oportunidade de se qualificar. Temos que encontrar uma forma de melhorar o nível de estudo, já que os empreendimentos estão chegando e não podemos ficar de braços cruzados”, disse Graciete.

domingo, 24 de abril de 2011

"ONDA GAY"

Ao publicar a existência do blog "OLHO DE TANDERA" recebi comentário do leitor diz que "a onda gay já enjoou" como se as relações homoafetivas não passassem de modismo.

O que temos, na verdade, é o preconceito em relação ao outro, numa sociedade intolerante que, numa demonstração de hipocrisia deseja negar algo que deveria ser visto com naturalidade, e onde somente através de uma revisão de valores a homofobia terá chances de ser superada.

É chocante a truculência daqueles que se imaginam os defensores do mundo hetero - como se isso fosse possível - agredindo, em muitos casos, os homossexuais até as últimas consequências, gerando medo e dor, como se o problema se resumisse apenas à uma questão de gênero.

Pesquisas revelam que a homossexualidade existe desde tempos remotos e poderia citar exemplos de sua presença na Antiguidade, ou até antes dela, entretanto não é este o foco. A grande questão é que, em pleno século XXI não há como vigorar o comportamento de famílias que antes escondiam "os diferentes" em mosteiros distantes, longe dos olhos da sociedade, por vergonha, como se fossem portadores de grave doença.

A sociedade da atualidade é outra - ou pelo menos deveria - e, deve conferir ao outro a liberdade de ser como é, seja no campo da sexualidade, da política, do credo, da raça, da cultura, etc. Existem milhôes de diferenças entre as pessoas que devem ser igualmente respeitadas. O preconceito só terá chances de ser superado se conseguirmos falar francamente sobre temas supostamente proibidos.

Por isso, vejo como bons olhos a existência de um blog disposto a estabelecer o debate sobre o tema da homossexualidade, e a defesa de seus direitos e, sobretudo contribuir para o combate à homofobia em detrimento da ignorância.

sábado, 23 de abril de 2011

O OLHO DE TANDERA

O "OLHO DE TANDERA" CONTRA A HOMOFOBIA



O "O OLHO DE TANDERA" é o primeiro blog de um casal Gay de Campos e pede para divulgar seu site!

Veja o link abaixo!

O PMDB FAVORECEU A PREFEITA. PORQUÊ?

De acordo com matéria do Blog Campos em Debate- Cléber Tinoco - devidamente reproduzida e comentada pelo Blog do Bastos, o PMDB ajudou a Prefeita Rosinha ao expulsá-la do Partido.
Resta saber a motivação do PMDB local para agir desta forma já que, havia uma expectativa de que se a prefeita se desfiliasse teria seu mandato cassado. A expulsão caiu como uma luva para resolver a questão favorecendo, sem sombra de dúvida, a prefeita.

Se a Rosinha, declaradamente, esteve no último pleito ligada ao PR onde estão vários membros de sua família, qual o interesse do PMDB do Cabral livrá-la da cassação?

Mistério!!!!

Confira abaixo a opinião de Cléber Tinoco:


“A desfiliação compulsória, ou melhor, expulsão de Rosinha pelo PMDB foi um grande favor feito a ela. Ora, o TSE vem decidindo que “o ato de desfiliação não se confunde com o de expulsão. O primeiro é praticado por iniciativa do filiado que opta voluntariamente pelo seu desligamento da agremiação partidária. O segundo, à sua vez, é imposto pelo partido político, contrariamente à vontade do filiado. (Ação Cautelar n.º 347339 – Cambuci/RJ, Relatora: Ministra Cármen Lúcia, Data da decisão 20/10/2010). Enquanto a desfiliação pode ensejar a perda de mandato por infidelidade partidária, a expulsão, por si só, justificaria a mudança de partido com manutenção do cargo eletivo, como, aliás, já deixou entrever o Dr. Maxsuel Barros Monteiro na postagem:
“EXPULSÃO DE PARTIDO POLÍTICO IMPLICA EM PERDA DE MANDATO?”.
Se antes havia algum obstáculo à reeleição de Rosinha, agora o caminho ficou livre para ela. A expulsão que foi anunciada como punição, traduziu, em verdade, graça dispensada à Rosinha”.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Entidades lançam manifesto contra relatório Aldo Rebelo

imagemCrédito: 4.bp.blogspot


Brasília

Foi lançado na última sexta (08/04) em Brasília, por várias entidades da sociedade civil que participam dos movimentos social e ambientalista, um manifesto contra a aprovação do relatório Aldo Rebelo para a mudança do Código Florestal. Segundo as entidades, as mudanças previstas pelo relatório do deputado do PC do B de São Paulo só favorecem o agronegócio e o modelo de agricultura baseado na utilização em larga escala de agrotóxicos. Além disso, elas possibilitarão o desmatamento sem critério de biomas altamente ameaçados, como o Cerrado, a Caatinga e a Amazônia.

A Conservação Internacional (CI-Brasil) é uma das signatárias do documento, que defende a manutenção das Áreas de Proteção Permanentes (APPs). Essas áreas protegem os topos de morros e as margens de córregos e rios, evitando deslizamentos de terra e o asseoramento dos cursos d´água e permitindo a manutenção dos serviços ecossistêmicos providos pelos recursos naturais.

“Não acredito em suicídio. É incompreensível que a proposta Rebelo, apoiada pelos produtores rurais, não leve em consideração a necessidade de conservar água, solos, serviços ambientais e a biodiversidade, como se fosse possível sobreviver sem esses recursos”, declarou Paulo Gustavo Prado, diretor de Política Ambiental da CI-Brasil.

O manifesto defende também o tratamento diferenciado para as propriedades de agricultura familiar e é assinado por diversas entidades de defesa dos pequenos agricultores, como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF).

Leia abaixo a íntegra do manifesto:

Por uma lei florestal justa e efetiva: não à aprovação do relatório Aldo Rebelo para mudança do Código Florestal

Está para ser votado na Câmara dos Deputados um dos maiores crimes contra o nosso país e sua imensa biodiversidade: a destruição do Código Florestal. A nossa lei que protege as margens de rios e as encostas da erosão e dos deslizamentos, que mantém parte de nossas florestas, cerrados e caatingas preservados e que estimula o manejo sustentável de nossas riquezas naturais está na mira da bancada ruralista! Alegando que a lei atrapalha o agronegócio brasileiro, os ruralistas encomendaram ao deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP) uma proposta de alteração que está prestes a ser votada e que, dentre outras coisas, pretende:

a) anistiar os desmatamentos ilegais realizados em APPs até 2008: não será mais necessário recuperar os desmatamentos ilegais realizados em encostas, beiras de rio e áreas úmidas, beneficiando quem desrespeitou a lei e prejudicando a sociedade, que terá que conviver para sempre com rios assoreados, deslizamentos de encostas, águas envenenadas, casas e plantações levadas por enchentes, dentre outros.

B) diminuir a proteção aos rios e topos de morro: prevê que os rios menores, justamente os mais abundantes e frágeis, terão uma proteção menor, que pode chegar a ¼ da atual. Da mesma forma, retira toda e qualquer proteção aos topos de morro, áreas frágeis e sujeitas a deslizamentos e erosão em caso de uso inadequado. Somada à anistia, significará uma perda muito significativa de proteção a essas áreas.

C) diminuir a reserva legal em todo o país: isenta os imóveis de até 4 módulos fiscais de recuperar a reserva legal, e para todos os demais diminui a base de cálculo, o que significa diminuir ainda mais uma área que já é considerada por todos como pequena para proteger a biodiversidade. Isso sem contar a possibilidade de fraude, com fazendas maiores se dividindo artificialmente para não ter que recuperar as áreas desmatadas.

D) permitir a compensação da reserva legal em áreas remotas, sem nenhum critério ambiental: passando a levar em consideração apenas o valor da terra, e não a importância ambiental ou a necessidade de recuperação ambiental da região onde ela já deveria estar. Essa proposta terá repercussões na estrutura agrária em todo o país, expulsando agricultores familiares e camponeses, povos indígenas e quilombolas.

E) possibilitar que municípios possam autorizar o desmatamento: o que significa criar o total descontrole na gestão florestal no país, já que são muitos os casos de prefeitos que têm interesse pessoal no assunto, configurando um inadmissível conflito de interesses. Para quem defende essa proposta, o que interessa é manter monoculturas envenenadas com agrotóxicos, movidas a trabalho escravo e permitindo uma destruição ambiental constante. Não é isso que interessa ao país.

Nós, organizações ambientalistas, movimentos sociais do campo e sindicalistas de todo o Brasil, defendemos valores e práticas bem diferentes. Por isso defendemos uma proposta diferente para o Código Florestal, que deve prever, dentre outros:

f) Tratamento diferenciado para a agricultura familiar, que tem no equilíbrio ambiental um dos pilares da sua sobrevivência na terra, com apoio técnico público para recuperar suas áreas e gratuidade de registros;

g) Desmatamento Zero em todos os biomas brasileiros, com exceção dos casos de interesse social e utilidade pública, consolidando a atual tendência na Amazônia e bloqueando a destruição que avança a passos largos no Cerrado e na Caatinga;

h) Manutenção dos atuais índices de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente,mas permitindo e apoiando o uso agroflorestal dessas áreas pelo agricultor familiar;

i) Obrigação da recuperação de todo o passivo ambiental presente nas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, não aceitando a anistia aos desmatadores, mas apoiando economicamente aqueles que adquiriram áreas com passivos para que recuperem essas áreas;

j) A criação de políticas públicas consistentes que garantam a recuperação produtiva das áreas protegidas pelo Código Florestal, com a garantia de assistência técnica qualificada, fomento e crédito para implantação de sistemas agroflorestais, garantia de preços para produtos florestais e pagamentos de serviços ambientais;

A sociedade brasileira exige do Congresso Nacional e da Presidente eleita que este relatório nefasto não seja aprovado, e que em seu lugar seja colocado um texto que interesse a todos os brasileiros, ou seja, que não diminua a proteção de áreas ambientalmente importantes, mas que crie condições para que elas sejam efetivamente protegidas.

Por isso milhares de pessoas estão organizadas para gritar: NÃO AO RELATÓRIO DA BANCADA RURALISTA! POR UM CÓDIGO FLORESTAL QUE DE FATO GARANTA PRODUÇÃO E PROTEJA AS FLORESTAS!

Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF

Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – APREMAVI

Associação dos Servidores da Reforma Agrária em Brasília – ASSERA

Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Ibama – ASIBAMA

Comissão Pastoral da Terra – CPT

Confederação Nacional dos Servidores do Incra – CNASI

Conselho Indigenista Missionário – CIMI

Conselho Pastoral de Pescadores

Conservação Internacional – CI-Brasil

Crescente Fértil

Federação dos Estudantes de Engenharia Agronômica do Brasil – FEAB

Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar – FETRAF

Fundação SOS Mata Atlântica

Greenpeace

Grupo Ambientalista da Bahia – GAMBA

Grupo de Trabalho Amazônico – GTA

Instituto Centro de Vida – ICV

Instituto de Estudos Socioeconomicos – INESC

Instituto Socioambiental – ISA

Mira Serr

Movimento das Mulheres Camponesas – MMC

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Pastoral da Juventude Rural – PJR

Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário – SINPAF

Sociedade Chauá

Via Campesina

Vitae Civilis

Fonte: http://www.ivanvalente.com.br/2011/04/entidades-lancam-manifesto-contra-relatorio-aldo-rebelo/

CUBA E OS ESTADO DE GUERRA COM OS EUA

POR ÍNDIO TUPI

Aqui do Alto Xingu, os índios consideram visões mais abertas e íntegras as que vêem o óbvio, ou seja, que Cuba não tem condições de abrir o regime e convocar eleições livres em pleno estado de guerra que os Estados Unidos, desde 1961, mantem com o país, configurado pelo embargo, bloqueio econômicos — reiteradas vezes condenados pela ONU como atentado aos direitos humanos do povo cubano — e pela guerra secreta — sabotagens, tentativas de assassinatos e outras ações terroristas, empreendidas durante cinco décadas por organismos secretos-norteamericanos e pela máfia cubana de extrema direita de Miami, que apoiou decisivamente o golpe da eleição presidencial norte-americana de 2002.

Ao longo dessas cinco décadas até 2008 ocorreram 713 atos de terrorismo na ilha, que vão de sequestros e explosões de aviões, navios mercantes e de passageiros e barcos de pesca e de patrulha a bombardeio de plantações, armazéns, usinas energéticas e indústrias e até a contaminação das exportações de açúcar nos portos, organizados e financiados a partir do território norte-americano e países satélites do Caribe, com um saldo de 3.478 mortos e 2.099 incapacitados, sem mencionar a explosão em pleno vôo de um avião de passageiros da companhia Cubana de Aviación, em outubro de 1976, que matou 76 pessoas, o ataque contra o Hotel Guitart, em Cayo Coco, contra o Hotel Meliá las Americas, em Varadero, estes ultimos visando prejudicar o fluxo de turistas para a ilha, bem como as mais de vinte e cinco tentativas de assaassinar/envenenar o Premier local.

O resultado disso foi a produção de milhares de vítimas entre a população, que sofreu as piores consequências da guerra encoberta e não declarada contra o governo local, daí resultando a proliferação de hepatite e outras enfermidades, como pancreatite, febre tifóide, varicela, gripe, disenteria, difteria além da morte por insuficiência de milhares de nascituros colocados em incubadoras.


Os bem informados do blog deveriam saber que a crise dos mísseis em 1962, resultante do bloqueio naval da ilha, resultou puramente da estratégia eleitoreira do então Presidente norte-americano. Como disse Luiz Alberto Moniz Bandeira, em seu livro: “De Martí a Fidel: A Revolução Cubana e a América Latina”: “Ele (Kennedy), contudo, colocou o mundo à beira do holocausto com o objetivo de obter ganhos na política interna dos Estados Unidos, para que o Partido Democrático fizesse a maioria do Congresso nas eleições de novembro, e compensar a humilhação que sofrera com a derrota na Baía dos Porcos…” Ainda, logo adiante, acrescenta o autor: “A política interna – John Kenneth Galbraith, embaixador dos Estados Unidos na Índia àquela época, reconheceu – foi o fator mais importante na decisão de impor o bloqueio naval a Cuba.”


A propósito dos refugiados nas embaixadas e consulados, a representação local do Uruguai a eles se referiu como “a maioria da pior espécie”; na do Brasil, onde foram com eles encontrados armamentos pesados, o embaixador Sebastian Pinto referiu-se a eles igualmente como “…muitos dos quais são da pior espécie”, um dos quais já havia assassinado outro a pauladas dentro da própria embaixada brasileira, a ponto do embaixador haver solicitado ao Itamaraty o envio de policiais brasileiros: “Por absurdo que possa parecer todos corremos neste momento grave perigo de vida.” Os supostos dissidentes já haviam assassinado um Conselheiro da embaixada do México, já haviam cometido três assassinatos na embaixada do Equador, dois na do Uruguai e dois na do Brasil.


Apesar dessas agressões, o governo da ilha, mesmo depois do bloqueio naval decorrente da crise dos mísseis de 1962, libertou 1.113 prisioneiros capturados durante a invasão da Baía dos Porcos e autorizou e facilitou a partida para os Estados Unidos de cerca de 1.000 parentes dos invasores, como libertou numerosos presos políticos, inclusive condenados a longas penas.


Em entrevista a Lisa Howard, da cadeia de televisão norte-americana ABC, o Premier manifestou, em 10.5.1963, a disposição de negociar a indenização das empresas norte-americanas expropriadas, como a seguir uma poilítica de paz “para com todos os países da América Latina.” A reação do Império foi aprovar, em 19.6.1963 um novo programa de sabotagens contra os maiores segmentos da economia da ilha, com o propósito de provocar o descontentamento contra o governo local. O fato é que o Império não queria que a ilha fosse um “case” de sucesso do socialismo na América Latina


As visões mais abertas e integras não perceberam que o próprio presidente norte-americano à época fora assassinado pela Máfia local, em conluio com os refugiados cubanos e empresários da extrema direira norte-americana, sem descartar a colaboração de serviços secretos locais, inconformados com a postura daquele ex-presidente por ocasião da invasão da Baía dos Porcos e da crise dos míssseis. À época, a mídia militante servil ao Império divulgou boato de que o assassinato havia sido tramado pelo Premier da pequena ilha, numa tentativa de levantar o clamor da opinião pública em favor da invasão.


Outro inaceitável para o Império foi o ex-presidente do Chile, eleito em 1970, mas cuja deposição foi decidida nessa ocasião e executada posteriormente em setembro de 1973, juntando-se, assim, com sua morte, aos assassinatos e deposição de outros dirigentes como Patrice Lumumba, Kwame Nkruma, Suharto, Goulart, etc. etc…


Os esquecidos da História deveriam recordar que, em 1979, tal como fiozera em 1965, o Premier da ilha abriu o porto de Mariel para que cerca de 40.000 pessoas saíssem do país, fato que alarmou o governo norte-americano, pois muitos “soi-disant” dissidentes eram ladrões e criminosos comuns, libertados então da prisões, circunstância que levou o governo norte-americano a despachar em missão secreta à ilha um emissário para negociar – pasmem blogueiros – o retorno à ilha dos criminosos despachados para a Flórida. O Império agora recusava a abrigar os refugiados…


De outro lado, os iluminados do blog deveriam ter visto também as 152 execuções que o então governador do Texas, e antecessor do atual Presidente, executou durante seus seis anos de governo, mais do que qualquer outro governador na história dos Estados Unidos, país que possui o maior número de prisioneiros em todo o planeta, sem mencionar as 740 bases militares ao redor do mundo e os centros de tortura terceirizados pelo Mundo, a fim de garantir a ferro e fogo a hegemonia do Império.


Os bloguistas com visão imparcial deveriam ter estudado melhor História para perceber que, desde o início dos anos 1960, os sabotadores pretendem transformar as embaixadas e consulados estrangeiros como base de operações para seus ataques de sabotagem, conforme informou o Embaixador brasileiro Sebastian Pinto àquela época: “Por absurdo que pareça, eu mesmo fui sondado sobre a possibilidade de garantir, previamente, asilo aos que participassem de campanha de sabotagem.”


As visões mais abertas e integras não notaram que, em 2008, apesar desse cerco de ferro, o regime cubano, em 2008, comutou todas as condenações à morte, transformadas em prisão perpétua ou por 30 anos, com exceção das que foram ditadas contra três pessoas culpadas de atos de terrorismo. Na ocasião, dissde Raul Castro, “no podemos desarmarnos frente a um imperio que no cessa de acosarnos y agredirnos. El terrorismo contra Cuba ha gozado de total impunidad en los Estados Unidos. Se trata de um verdadeiro terrorismo de Esdtado.

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Quem quiser saber um pouco mais, basta ler o livro “De Martí a Fidel: A Revolução Cubana e a América Latina”, de Luiz Alberto Moniz Bandeira, começando pela leitura da reprodução, ao final do livro, de documentos oficiais secretos, do governo norte-americano, recentemente liberados, dando conta da engendração de vários pretextos que justificassem a invasão de Cuba pelas forças armadas norte-americanas, como parte de um plano secreto para derrubar Castro, que incluíam a promoção de atentatos terroristas em Miami, a simulação de assassinatos de exilados cubanos nos Estados Unidos, a encenação de um ataque à base naval de Guantánamo, a explosão de um avião norte-americano, etc, naquilo que James Bamford, em seu livro “Body of Secrets” descreveu como “the most corrupt plan ever created by the U.S. government”.

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Aqui do Alto Xingu, os índios jamais assistiram a essas preocupações humanitárias cínicas e hipócritas do partido militante da midia neoliberal e de seus subintelectuais midiáticos, tipo Merval, Mainardi, et caterva:

a) ao longo dos quase 30 anos da sanguinária ditadura de Batista — que apenas nos seus últimos sete anos assassinou cerca de 20 mil pessoas –, patrocinada pelo Império até a sua queda em 1958, período em que cerca de 1,5% dos proprietários de terra, nacional ou estrangeiros, possuíam 46% da área do país, e cerca de 70% apenas 12%;

b) ao longo de quase um século que o Império mantem na ilha, à revelia do povo e governo locais, uma base aero-naval para controlar os países do Caribe, a rota do Canal do Panamá e o Norte da América do Sul;

c) quando, em 1959, o Império decidiu impor o bloqueio econômico da ilha — lançando-a virtualmente nos braços da União Soviética — fazendo com que, do dia para a noite, perdesse um mercado que absorvia 65% de suas exportações — quando estas representavam 30% do PIB — e que lhe fornecia cerca de 60% de suas importações, medida essa retaliada pelos novos dirigentes com a nacionalização das empresas do Império;


d) quando, desde 1960, o Império decidiu informalmente recrutar e treinar dissidentes, inclusive com o apoio da Máfia, para futuras operações de guerra na ilha, política que se tornou oficial a partir de 1961, com o firme propósito de derrubar o regime ali vigente, do que resultou a morte de milhares de habitantes, que sofreram as piores consequências da guerra não declarada e do bloqueio econômico;


e) quando, naquele ano, o Império aconselhou suas empresas petrolíferas na ilha a não refinarem o petróleo que o novo governo fora forçado a importar do Leste europeu, pressão exercida também sobre os armadores Onassis e Niachos para não fornecerem navios-tanques para seu transporte;


f) quando o férreo bloqueio da ilha foi ainda apertado por ocasião da débâcle dos países do Leste europeu, os quais constituíam a principal alternativa de comércio para a ilha (80% de seu comércio exterior era com aquela região): o poder aquisitivo caiu 60% e as necessidades de racionamento sequer davam para atender as necessidades de sustento das famílias (o fornecimento de petróleo e derivados desapareceu, parando fábricas e instalações energéticas);


g) quando, em decorrência do bloqueio genocida — destinado a vingar a única derrota do Império na América Latina, na fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos — a queda do PIB atingira cerca de 35%, em 1989, gerando a falta de antibióticos, de artigos de limpesa e antiviróticos, o que causou grande número de mortes por infecções e ataques de vírus;


h) quando o efêmero governo golpista da Venezuela ordenou, em 2002, a interrupção do fornecimento de petróleo à ilha, atendendo aos interesses do Império, que pretendiam sufocar a pequena ilha;


i) quando mafiosos sequestraram e levaram para o Império um menino, onde o mantiveram por sete meses, até que a Corte Suprema ordenasse a devolução da criança ao pai, que vivia na ilha;


j) quando um governo de um pequeno país, vítima de ataques e sabotagens de toda espécie, não se vê em condições de baixar a guarda em pleno estado de guerra que o Império lhe impôs desde 1961; e


k) quando, desde 1960 até fins de 1908, ocorreram 713 atos de terrorismo na ilha, 56 dos quais a partir de 1990, organizados e financiados a partir do Império, com um saldo de 3.478 mortos e 2.099 incapacitados, sem mencionar as dezenas de milhares de mortos e mutilados vítimas do genocídio representado pelo bloqueio econômico ao longo de meio século.


Só os néscios, os hipócritas e os cínicos se recusam a reconhecer o esforço inaudito e heróico que o povo dessa pequena ilha faz para manter sua soberania, quando se sabe que conta com minúscula população, de apenas 11,2 milhões de habitantes, mas decididamente imbuída de imenso patriotismo, a ponto de cerca de a metade estar armada para sua defesa, frente a um Império, ao lado, com quase 300 milhões de habitantes , PIB de US$ 14 trilhões e uma capacidade de destruir o planeta mais de 10 mil vezes;


Só os fariseus e cães de guarda do Império não enxergam o ÓBVIO: frente à agressão diuturna do bloqueio econômico, financeiro e militar imposta pelo Império à pequena ilha – que configura flagrante atentado aos direitos humanos de seu povo e fulgurante violação de leis internacionais – seu regime, por uma questão elementar de defesa da soberania, não pode ser uma democracia à moda Suíça, Filandesa ou Suéca, e que, por isso, cerca de 5,5 milhões de seus habitantes estão armados.



Não pergunte por quem os sinos dobram.

Eles dobram por nós”

(John Done)

FONTE http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/