domingo, 22 de maio de 2011

CAMPINAS X CAMPOS

O Blog Dignidade traz um post sobre a operação realizada em Campinas e, concordo com a "pontinha de inveja" afinal, em Campos são tantos os problemas e a população fica sem respostas. É fato que as denúncias são feitas mas, o tempo passa e nada acontece. E como exemplo posso citar o fechamento arbitrário das escolas municipais rurais que ficou por isso mesmo.
É possível que haja maiores semelhanças entre Campos e Campinas.

Será que há?

Mistério!!!

Leia a postagem do DIGNIDADE...


Pontinha de inveja


A operação realizada na sexta-feira (20) na cidade de Campinas (SP) que acarretou nas prisões de secretários, empresários, diretor da rede de água e esgoto, além de mandato de prisão ao vice-prefeito considerado foragido, acusados de participarem de esquemas fraudulentos em licitações, frutos de investigação do MP/SP que começou há quase dez meses.
É isso que a população espera das autoridades responsáveis em apurar as denúncias, e o mais importante, que dê uma resposta à sociedade.
Parabéns ao Ministério Público de São Paulo e aos promotores que conduziram as apurações de denúncias na prefeitura de Campinas.

FRENTE DE UNIDADE POPULAR (FUPO)

Matéria da Folha da Manhã edição deste domingo dia 22/05

Qual é missão da FUPO?

Um dos principais objetivos da Frente de Unidade Popular é a construção do poder popular e o combate a qualquer forma de submissão do povo campista à corrupção em suas variadas instâncias - incluindo-se aí a eleitoral. Para tanto, devemos construir um projeto político envolvendo a sociedade civil a fim de superar as mazelas que frequentemente têm lesado os direitos dos cidadãos do nosso município, dentre elas podemos destacar o descaso com a saúde e a educação. Neste sentido a FUPO se apresenta como nova alternativa de poder para Campos, pautada na construção do poder popular onde a população terá participação ativa no processo.

Como a FUPO avalia o governo Rosinha?

Temos uma avaliação negativa do governo Rosinha. Há falta de transparência nos gastos públicos e um completo distanciamento entre os anseios e necessidades da população e a política implementada pela atual gestão municipal que não ouve e não respeita a população, como também não tem zelo com as prioridades. no município. Daí podemos exemplificar o descaso do governo com a Saúde onde o atendimento é precário. Falta atendimento digno ao cidadão e os medicamentos necessários para garantir o tratamento de doenças. A saúde em Campos está na UTI. Assim também acontece com a educação. Faltam professores devido a intransigência do governo em não convocar os concursados aprovados para a Educação em 2008 para suprir as carências existente. Além disso os salários dos servidores municipais são baixos e necessita de reajuste salarial urgente,. O iníce de 6.51% de reposição das perdas salariais no período são insuficientes para dar conta desta questão. A crescente terceirização em todos os setores do serviço público é algo inaceitável. O governo Rosinha sustenta o discurso de que usa os $ 100 milhões do FUNDEB para pagar a folha de pagamento dos profissionais de educação. Isso é um disparate, pois enquanto isso gasta $14 milhões com terceirização da merenda escolar..O governo está encaminhando a educação para a privatização da escola pública a partir do momento que terceiriza a merenda escolar, a mão de obra dos profissionais administrativos, contrata assessorias pedagógicas, etc. Isso é muito ruim para a população.

A cidade está se preparando para evitar a dependência dos royalties?


Não. Não há políticas sérias para superação da dependência dos royalties. Ao contrário, há grande desperdício destes recursos com políticas atrasadas que não investem em educação, saúde, garantia de mobilidade digna à população. etc. Os recursos dos royalties estão sendo direcionadas para o setor privado, em sua maioria oriundo de outros estados e os impostos sendo recolhidos para o lugar de origem destas empresas, causando ônus para o município de Campos e esta prática recorrente evidencia a falta de compromisso do governo em aumentar a arrecadação própria do município. Campos dos Goytacazes é uma cidade rica em recursos e pobre em políticas públicas que garantam dignidade aos cidadãos campistas.

Como a FUPO está se preparando para a eleição de 2012?


Estamos (PCB,PSOL,PSTU) em várias frentes de trabalho tais como movimentos sociais, atividade sindical e estudantil. Assim, o debate eleitoral ainda não foi feito, mesmo porque este não é o principal objetivo da FUPO. No momento adequado faremos isso pelo compromisso que temos com a população campista.

Esse duelo entre dois grupos políticos que se revezam no poder há 20 anos é benéfico para o município? Como a FUPO acha que Campos vai estar daqui a 20 anos?


Esta disputa polarizada só serviu para derrotar o povo de Campos. Ambos representam um modelo político desgastado e ultrapassado. Daqui a 20 anos esperamos que esteja incorporada ao cotidiano da população campista práticas políticas avançadas, pautada no poder popular, onde possamos ter uma sociedade mais igualitária e mais justa, sem violência, sem corrupção, com garantia de postos de trabalho para nossos jovens devidamente qualificados para ocupá-los, garantindo sobretudo à todos cidadãos campistas uma vida digna com educação de qualidade e saúde preventiva onde o cidadão terá superado o estágio do tratamento de doenças para a preservação da saúde e da vida.

Qual é a opinião da FUPO sobre o Movimento Campos de Todos Nós?


Depende a que "nós" está se referindo. Se isso se aplica ao governo e seu "grupo de amigos" deve ter a sua lógica. Quanto a população campista que não conta com uma educação de qualidade, com atendimento digno na área da saúde, com transporte coletivo decente, com segurança pública, etc, etc. a leitura é que o povo -com certeza- está excluído desse pseudo Movimento Campos de Todos "nós".


"PORQUE IRÍAMOS MATAR A GALINHA DOS OVOS DE OURO?"



A morte de Bin Laden não muda realmente nada excepto, talvez, assegurar a reeleição de Barack Obama, se a economia o permitir.

Cegos pela sede de vingança, os Estados Unidos atacam um objectivo e acabam com a vida de mais um dos seus inimigos. Os seus cidadãos celebram. Os funcionários de George W. Bush dizem-nos que, no fim de contas, isto vem demonstrar que a tortura em Guantánamo dá resultados. A Europa aplaude. E os vassalos por todo o lado, incluindo o presidente do Paquistão, felicitam os EUA pela missão cumprida.
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Tudo isto é um pouco insólito se tivermos em conta que Bin Laden se encontrava num lugar aparentemente seguro, próximo da academia militar paquistanesa, aí tendo residido durante seis anos. Ninguém acredita que isto poderia suceder sem conhecimento dos agentes dos serviços de informação ao mais alto nível. Um deles, com o qual tive um encontro em 2006 e que cito no meu recente livro sobre o Paquistão, confirmou-me que Bin Laden se encontrava no país e sob protecção. A pessoa em questão disse-me que os americanos apenas queriam Bin Laden morto, mas que ao Paquistão interessava conservá-lo vivo. As suas próprias palavras foram: “Porque iríamos matar a galinha dos ovos de ouro?”, referindo-se aos milhares de milhões de ajuda proporcionados ao exército em apoio e armamento. Na altura não estava seguro de que a minha fonte não estivesse a divertir-se à minha custa, desorientando-me ou desinformando-me. Mas, obviamente, estava a dizer-me a verdade.
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Abriu-se no Paquistão um debate acalorado: o seu establishment político-militar será condenado em qualquer dos casos. Se admitem que tinham conhecimento, arriscam-se a ser condenados pelas suas próprias fileiras. Há uma ampla dissidência entre os jovens oficiais e soldados, descontentes com as missões em áreas fronteiriças em que são obrigados a tomar o seu próprio povo como alvo. Se se conclui que os EUA nem sequer se deram ao incómodo de informar os paquistaneses de que estavam a caminho helicópteros para apanhar Bin Laden, ficam expostos perante a opinião pública como dirigentes que permitem que a soberania do país seja violada com todo o à-vontade.

O ex-presidente da CIA, Leon Panetta, disse que a decisão de não informar o Paquistão foi tomada logo de início a fim de não comprometer a operação. Mas as versões têm vindo a alterar-se rapidamente, e nada deve ser tomado bem à letra. Tal como foi revelado por Wikileaks, houve um acordo entre o Paquistão e os EUA segundo o qual o primeiro, embora tolerasse os ataques com drones, se veria na obrigação de os denunciar para evitar que a fúria das populações se virasse contra si. Por outro lado, e dado que no interior da CIA os ISI [serviços de informação paquistaneses] são referidos como uma organização terrorista, pode ser que se tenha gerado o receio de possíveis fugas de informação. Os helicópteros que entraram no espaço aéreo paquistanês poderiam ter feito parte de uma operação de reconhecimento de rotina. O radar paquistanês tem sido bloqueado anteriormente para facilitar incursões aéreas. Desta vez não.
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Fontes fidedignas do Paquistão insistem em que o exército não tinha conhecimento prévio desta incursão. Tendo em conta que o Paquistão não poderia de absolutamente nenhum modo ter considerado aceitável esta operação, o ISI, a ter tido conhecimento prévio teria sem qualquer dúvida empreendido uma acção preventiva, uma vez que é quase seguro que este acontecimento irá afectar a futura ajuda dos EUA. Se o exército paquistanês ou os serviços de informações tivessem estado implicados, teriam sem qualquer problema deslocado o confronto para qualquer local menos embaraçoso, como as montanhas do Waziristão, por exemplo. Ainda por cima porque este acontecimento permitiu tanto à Índia como ao Afeganistão nova oportunidade para recuperar terreno nas suas guerras de propaganda contra o Paquistão.
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A morte de Bin Laden não muda realmente nada excepto, talvez, assegurar a reeleição de Barack Obama, se a economia o permitir. A ocupação do Iraque, a guerra Afgano-Paquistanesa e a aventura da NATO na Líbia parece que irão continuar. A situação entre Israel e Palestina está bloqueada, embora os despotismos do mundo árabe que Obama denunciou se encontrem sob pressão (à excepção do pior deles todos: a Arábia Saudita).
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No Afeganistão os chefes taliban respirarão aliviados, sabendo que deixarão de ser associados a Bin Laden, mas este assassínio não altera um milímetro a sua situação. Pode ser que os insurrectos não estejam em condições de conquistar Cabul (na realidade nunca o estiveram, nem sequer durante a ocupação russa), mas controlam amplos territórios noutros lugares. Os EUA não podem vencer esta guerra. Quanto mais cedo saiam do país, melhor. E até que o façam continuarão a depender do Paquistão, o aliado que os americanos amam odiar.
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*Tariq Ali é membro do conselho editorial de SIN PERMISO.


sábado, 21 de maio de 2011

Odeio os indiferentes


11 de Fevereiro de 1917


Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar.

A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso.

Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis.

Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.


Primeira Edição: La Città Futura, 11-2-1917

Origem da presente Transcrição: Texto retirado do livro Convite à Leitura de Gramsci"

Tradução: Pedro Celso Uchôa Cavalcanti.

Transcrição de: Alexandre Linares para o Marxists Internet Archive

HTML de: Fernando A. S. Araújo


Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive (marxists.org), 2005. A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License

NAKBA

15 de Maio de 2011... dia internacional da consciência!

por Khader Othman

kaderothman@hotmail.com

Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino



Este domingo, dia 15 de maio 2011, o povo palestino celebrou, de forma valente e corajosa, o dia da NAKBA, a Catástrofe – dia da usurpação da nossa Pátria pelo Estado de Israel.

De todas as fronteiras da Pátria mãe e no coração da Palestina, cidades como Ramallah e em Gaza, fora realizadas celebrações pacíficas com alto custo de sangue.

Na Síria, Líbano e Jordânia, países onde há refugiados palestinos expulsos da sua Pátria, levantes organizados pelos comitês, possibilitaram uma visão aos refugiados.....puderam ver, mesmo de longe, uma parte da sua Pátria. Puderam encher os pulmões do ar perfumado de sua doce Palestina! Ar que passa pelos pomares das propriedades dos seus antepassados. Uma visão que uniu os refugiados!

No Líbano, 50 mil palestinos de todos os campos de refugiados, atenderam ao chamamento. Foram para o ponto alto no sul do Líbano chamado MAROON ERRAS. De onde se via o vale, cheio de pomares, que pertenceram um dia aos palestinos. Não conseguiram se conter, nem controlar a paixão que explodia no peito. Todos queriam chegar mais perto. Mais que respirar o perfume e o desejo de pisar onde nasceram moveram todos para as cercas de arame farpado... com bandeiras palestinas e gritando palavras de ordem: “temos o direito de retornar para as nossas casas!” anunciaram ao mundo a sua justa mensagem ... “O vale lá embaixo é nosso!” .... E, de repente, os soldados, escondidos, começam atirar nas multidões, são 10 mártires e mais de 160 feridos.

Na Síria, nas Colinas de Golan, no mesmo dia, na mesma hora o cenário se repete! Milhares de refugiados palestinos marcham para as fronteiras de Golan, chegam nas cercas de arame farpado e começam fixar as bandeiras palestinas na cerca! Gritando as mesmas palavras: “queremos voltar para nossas casas!”. A mesma mensagem, clamando para o mundo ouvir. “Esta terra é nossa! Estamos ensaiando o nosso retorno para nossas propriedades!”, mas a violência e os tiros foram as únicas coisas que o heróico povo palestino recebeu, resultando em quatro mártires e mais de 100 feridos.

Na Jordânia, o cenário foi o mesmo. Na fronteira, na cidade jordaniana de Al-karama, dezenas de ônibus e centenas de carros cheios de refugiados vieram ver a Pátria e encher o pulmão como doce ar perfumado dos pomares da Palestina! Aqui, além da violência israelense, se somou a dos soldados jordanianos... são ataques aos ônibus, agressões e xingamentos aos refugiados. Começa uma batalha, no lugar errado e com as pessoas erradas, mais de 70 feridos, 59 ônibus quebrados e dezenas de carros particulares também.

Os choques e o sangue vermelho não foi apenas nas fronteiras com palestinos refugiados nas sua própria Pátria. Também dentro da Palestina, nas cidades de Ramallah e em Gaza, o resultanto foi um mártir e mais de 150 feridos.

Afinal, o que querem os palestinos com estas atividades que custam mais sangue do que resultados e, parece, revelar que a possibilidade do retorno está cada vez mais distante?

Se fazer escutar e seus gritos e suas mensagens ecoaram para todas as direções, lembrando que:

- A Causa Palestina está mais viva do que nunca! Criando um desafio para a ONU, no qual as suas Resoluções em defesa da Palestina e do Povo Palestino sejam cumpridas, em especial, as que tratam do estabelecimento da Pátria e da garantia do retorno dos Refugiados. Caso contrário, a ONU estará abandonando suas premissas e perdendo seu valor na comunidade internacional.

- Os levantes palestinos transformam em pó as “profecias” de David Bem Gorion. Em 1948, perguntaram a David Bem Gorion, primeiro ministro israelense, o que vai ser dos palestinos, uma vez que os Israelenses, sob suas ordens, expulsaram eles de suas terras. Ele respondeu: “os adultos morreram e os jovens esqueceram e nos vivemos em paz e prosperidade”. A realidade revelou que, dos 15 mártires e dos mais de 500 feridos, nenhum deles conhece a Palestina, eles nasceram em campos de refugiados, sofreram, mas não esqueceram de sua doce Palestina! Esses jovens são os geradores da justiça em todas as ocasiões e todos os tempos!

-As revoluções árabes estão varrendo os regimes corruptos e demagogos de seus países. Estes governos podres e sua falsa democracia nunca se comprometeram com a libertação da Palestina. O povo, liberto, está empenhado em construir a cidadania e a dignidade. Um novo caminho para o justo desenvolvimento, estabilização e para a paz no oriente médio.

-O resultado sangrento deflagra a face terrorista do Estado de Israel e sua política fascista-racista. Aos que não aceitam que um menino civil segure nas mãos a bandeira palestina, anunciamos: a Palestina Livre é uma questão de justiça e de consciência mundial!


Palestina livre!
Viva a Intifada! Resitência até a vitória!
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
"Um beduíno sozinho não vence a imensidão do deserto, é preciso ir em caravana"
www.vivapalestina.com.br
www.palestinalivre.org

Por que dizemos não ao Plano de Metas Cabral/Risolia

Fonte: SEPE

O governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) tenta nos impossibilitar a construção de uma escola melhor para classe trabalhadora e, consequentemente, nos impedir de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Somos, dentre várias, a escola que atrapalha as "metas" meritocráticas e privatizantes de uma política educacional totalmente desconectada com uma sociedade emancipada. Somos, entre outras, uma escola que desmascara o "Choque de ordem" de um governo que "cinicamente" culpa os profissionais da educação pelo fracasso escolar – reflexo da falta de compromisso dos governos que se sucedem sem políticas públicas sérias para educação. Somos, dentre várias, a escola que precisa ser calada, fechada, virar museu ou outra escola, pois no processo histórico e político de ensino aprendizagem apostamos e continuamos apostando na participação cidadã diante da barbárie. E "desafinar o coro dos contentes” é resistência.

Somos a escola que se mobiliza por um salário mais digno para seus profissionais – que, ao se aposentarem ou ficarem doentes, não terão direito aos bônus de "produtividade" proposto como meta de eficiência por um governo incapaz de reconhecer direitos adquiridos. Pior, um governo que faz de nossas mazelas projetos espetaculares, que pareceriam ridículos e patéticos se não fossem construídos a partir de nossas tragédias cotidianas.

Só como ilustração perversa, podemos citar o projeto que se encontra no site da SEEDUC (www.educacao.rj.gov.br/) de saúde mental nas escolas e cidadania nas escolas. Propostas que seeriam louváveis se não custassem a saúde mental de muitos profissionais e alunos e se não custassem a perversão dos direitos humanos, dado o descaso com que tratam o cotidianos escolar, como temos vivido e assistido nas escolas públicas nesse Estado. Trata-se de uma reedição espetacular do “morde e assopra”: comprometem nossa saúde, inclusive a mental, até o limite (licenciados perdem a bonificação, segundo o plano de metas), usurpam nossa cidadania, desrespeitando até o humano em nós (o número de casos de assédio moral cresce nas escolas) para depois remediar o que não tem remédio/reparação.

Medidas preventivas são bem mais eficazes e custam menos aos cofres públicos, todos sabemos. Todavia, precisam vir articuladas com atitudes/ações consequentes em cada gesto do cotidiano escolar e que traduzam políticas públicas comprometidas, como: políticas de salário e condições de trabalhos dignas; gestão participativa e democrática nas escola; autonomia pedagógica para as escolas construírem seu projeto político pedagógico; fim da farsa do Conexão Educação que mascara a falta de professores nas escolas (alunos sem professor com nota na disciplina) e retira da sala de aula o professor que tem prazo para lançar as notas num sistema ineficiente e precário e que em nada melhora a educação pública e muito menos otimiza a parte administrativa da escola (há anos são os professores e seus diários manuscritos que garantem o resultado final dos alunos, desde a implementação do SGE que também foi um projeto fracassado da SEEDUC e gastou, como o Conexão, muita verba pública); fim das avaliações bimestrais externas (saerjinhos) que também escondem a real situação das escolas da rede: essa avaliação se restringe à duas disciplinas, coloca em condições iguais alunos em condições desiguais (alunos sem prof. de matemática e português participam dessa avaliação) e é uma avaliação de múltipla escolha dentro de uma realidade de alunos com sérios problemas de escrita e leitura e que começam a ser treinados para marcar x e melhorar o índice das escolas (rendimento bom nos exames externos rendem melhor bonificação!).

Não precisamos parar nossas escolas para diagnosticar o que já sabemos: falta política pública que invista mais do que o mínimo de 25% que o Estado investe hoje na educação - incluindo aqui o gasto com aluguel de equipamentos que nunca serão usados, viram sucatas e dão uma séria demonstração de desperdício de verbas públicas. É vergonhoso ver um Estado que investe só o mínimo obrigatório em educação (equipamentos entram nessa fatura) precisar distribuir gratificações no final do ano (bônus “peru”) para conseguir fechar as contas dos cofres públicos. E, para fechar uma lista que não se esgota nesses pontos, acrescenta-se ainda a necessidade de grêmios livres com total liberdade de expressão e respeito à liberdade de organização dos profissionais de educação nos seus locais de trabalho. Essas são apenas algumas ações preventivas inclusive para a segurança nas escolas que não pode ser reduzida à colocação de câmeras em seus espaços físicos.

Somos, como tantas, uma escola com um quadro qualificado de mestres, doutores e especialistas que espera (há décadas) o enquadramento por formação e não acredita em treinamentos acelerados com cartas marcadas para os que aceitam se submeter ao papel de “capitão do mato” ou “feitor”. Funções necessárias para a garantia de um projeto de metas com morte já anunciada porque totalmente frágil e inconsistente. Somos, como várias, uma escola que possui professores militantes pós graduados e capacitados que - cumprindo a tarefa de se inscreverem nos concursos anunciados pela SEEDUC, para confirmação das subjetividades - são excluídos na primeira fase da seleção. Tudo feito de forma o mais “ on line” possível - sem transparência e sem esclarecimento dos critérios objetivos para análise das fichas apresentadas pela internet. Trata-se da apropriação da tecnologia para legitimação do que antes era indicação “política” escancarada! Esse é o critério de concurso para os quadros pedagógicos que vai substituir as indicações “políticas”, conforme defende o plano de metas da Educação.

Pelos motivos acima expostos é que lutamos e precisamos nos mobilizar para dar um basta a tanto descaso e tanta desvalorização. Afinal de contas, os profissionais da rede estadual são, acima de tudo, cidadãos que tem direitos e deveres. Estes últimos, temos a plena certeza de que estamos cumprindo, mesmo com todas as manobras de governos pouco comprometidos com a coisa pública e que não querem dar condição para a formação de cidadãos mais aptos a reivindicarem pelos seus direitos. Quanto aos direitos, ao longo das últimas décadas, temos assistido aos mais constantes e traiçoeiros ataques visando a sua extinção. Mas somos uma categoria de luta, que se formou na luta e vamos continuar resistindo aos Plano de Metas e às políticas que embutem uma privatização disfarçada do ensino público em nosso estado.

UMA LIÇÃO DE PORTUGUÊS!

SUA EXCELÊNCIA, A SENHORA PRESIDENTA DILMA
Agora, o Diário Oficial da União adotou o vocábulo presidenta nos atos e despachos iniciais de Dilma Rousseff.
Na verdade, a ordem partiu diretamente de Dilma: ela quer ser chamada de Presidenta. Por oportuno, um texto sobre este assunto e que foi enviado pelo professor Hélio Fontes, de Santa Catarina, intitulado
Olha a “Vernácula”


Vejam:

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais, que deram origem a diversos substantivos concretos e abstratos de utilização frequente no nosso idioma.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante…
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é
ente.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não “presidenta”, independentemente do sexo que tenha.
Se diz capela ardente, e não capela “ardenta”; se diz estudante, e não “estudanta”; se diz adolescente, e não “adolescenta”; se diz paciente, e não “pacienta”.

Um bom exemplo seria:

“A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta.”



sexta-feira, 20 de maio de 2011

ARMA DA CRÍTICA: MANIFESTO SOBRE AS ELEIÇÕES DO DCE.


Nas próximas semanas ocorrerão na UFF as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE): um importante espaço de organização, defesa dos interesses estudantis e da universidade pública em si. Tais eleições de DCE na UFF ocorrem em um momento crítico para definir os rumos da universidade, o que afetará diretamente e indiretamente a vida de milhares de estudantes.

O atual momento se caracteriza pelas crescentes ofensivas do governo federal à universidade pública, sendo a mais recente concretizada através dos cortes de verbas (cerca de 3 bilhões só na área da educação) resultando no atraso das obras do REUNI, carência de políticas de permanência estudantil, falta de professores concursados e adequada estrutura física. Para o próximo ano é previsto que número de estudantes na UFF passe de 29 para 40 mil, o que aumentará ainda mais os nossos problemas, já que não é previsto com aumento de mesma grandeza para a estrutura universitária, ou seja, os estudantes se inserem neste processo de expansão precarizada da universidade pública sem a capacidade qualitativa em atender as demandas reais da sociedade brasileira.

É neste cenário que se organiza na UFF o Arma da Crítica, um novo coletivo de estudantes de distintos cursos, ligado ao movimento nacional de construção do seminário de Universidade Popular e que se propõe a apresentar para o conjunto dos estudantes, comunidade universitária e sociedade um programa-movimento para ser discutido nessas eleições de DCE entre todos aqueles que estejam dispostos a construir uma alternativa concreta a estes ataques e ao crescente amoldamento da universidade pública a lógica de mercado.

PELA CONSTRUÇÃO DO DCE PELA BASE!

No que concerne à organização do DCE, é fundamental o compromisso de independência frente a governos, reitorias e partidos a fim de garantir a pluralidade do próprio Movimento Estudantil. Para nós, o DCE não deve ser uma máquina a serviço de um grupo político, mas um instrumento de lutas, debates e socialização dos estudantes, por isso os fóruns do DCE devem ser amplamente divulgados e ter uma periodicidade, desde a assembléia geral de estudantes até as reuniões de diretoria. Acreditamos que o espaço prioritário na organização do Movimento Estudantil na UFF deva ser o Conselho de CA´s e DA´s com poder de deliberação em paralelo com um amplo esforço e campanha de organização de CA´s e DA´s independentes na universidade.

Ressaltamos que a pluralidade e os debates é uma característica extremamente positiva no Movimento Estudantil e na própria formação de seus militantes, reforçamos que esta tradição democrática deve ser revitalizada principalmente através do fortalecimento das entidades de base no cotidiano dos estudantes.

SOBRE A UNE

As eleições de DCE da UFF também servirão como tiragem de delegados para o congresso da UNE que ocorrerá no mês de julho em Goiânia. É de suma importância o debate em torno a relação dos estudantes com esta entidade que no passado gozou de grande legitimidade e protagonismo em importantes lutas em defesa dos estudantes e do exercício democrático em nosso país. Contudo, infelizmente a UNE vem se caracterizando por um crescente amoldamento ao consenso conservador se atrelando a governos e partidos, a total ausência de formulações educacionais para a sociedade brasileira e o silêncio criminoso em relação a diversas lutas e problemas que afetam a educação de milhares de estudantes.

UTILIZE A CRÍTICA, VENHA CONSTRUIR O PROGRAMA-MOVIMENTO

É com base nestes pressupostos que convidamos a todas as pessoas, coletivos e organizações que se identificarem a construírem um Movimento Estudantil crítico, conseqüente e democrático a participarem dos debates e mobilizações com a finalidade de construirmos coletivamente uma real unidade tendo como eixos a defesa dos interesses dos estudantes e que se contraponha ao atual modelo educacional mercadológico.

Contato: armadacritica@hotmail.com

Contato em Campos: 022 9968-9172

Por Uma universidade Popular! Pelo fim dos cursos pagos na UFF! Pela articulação das bases e do interior! Pela independência política do DCE! Pelo debate sobre o REUNI e PDE! E CONTRA a política conciliatória e nada combativa da juventude pelega do governo Federal!

Inoperância do Estado acarreta a endemia de dengue


imagemCrédito: PCB


Dr. Eraldo Bulhões*

Mais uma vez, a dengue avança em todo o país e os números de casos e mortos se multiplicam a cada dia. Somente até o dia 26 de fevereiro, segundo levantamento do Ministério da Saúde, foram registrados 155.613 casos e 51 mortes em todo o Brasil. O número de mortes sob investigação chega a 112. A região Norte, a mais afetada, registrou 31,6% dos casos. As sérias falhas administrativas na orientação dos profissionais de saúde no combate à dengue , da midia e da população.

Um grande problema no combate à dengue no Brasil é a questão dos meios de comunicação, que já divulgaram inclusive matérias criminalizando a população pelos surtos de dengue. Nós, aqui, temos uma visão bem diferente da visão das autoridades sobre a dengue. E a grande realidade é que todos os grandes veículos de comunicação vão a reboque da opinião do governo. Todos seguem a linha do Diário Oficial, do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Nossas opiniões são diferentes em todos os aspectos: no que tange ao combate ao mosquito, ao tratamento da doença e a essa questão da comunicação.

No tratamento inicial da dengue, existem várias coisas a se elencar, que não são divulgadas pelas autoridades e, consequentemente, pelos meios de comunicação. A dengue é uma doença infecciosa. Causa febre, é um vírus. Mas ela é distinta das outras infecções. O vírus é um antígeno. Quando você faz uma vacina, o antígeno gera o anticorpo e o vírus é inativado. Mas ele funciona como se fosse uma resposta do organismo à chegada daquele vírus novamente na pessoa. O sarampo, e todas as outras doenças para as quais se fez vacina, utilizam esse tipo de procedimento. Mas com relação à dengue, todos os anos, quando tem epidemia, as autoridades e os meios de comunicação dizem que vão fabricar a vacina para a dengue. Todavia a dengue tem duas etapas, é uma doença infecciosa diferente.

Uma parte da doença é infecciosa, mas em um determinado momento ela passa a ser uma patologia distinta, que dita a hipersensibilidade tóxico-alérgica. Quando você tem um choque anafilático, ele dura dez minutos. No caso da dengue, esse período de choque da hipersensibilidade tóxico-alérgica dura 72 horas.

Além das informações não divulgadas, muitas delas são falsas, como a diferenciação entre os quatro tipos de dengue existentes no Brasil. Diferente do que dizem as autoridades, o tipo 4 da doença não é mais agressivo que os outros sorotipos.

São quatro tipos de vírus no caso da dengue. Muita gente diz que um tipo é mais grave do que o outro. Mas em princípio, usando um raciocínio lógico, não é. Qualquer organismo fraco, infectado pela primeira vez, derrota o vírus da dengue, de qualquer tipo. A pessoa vai ter sintomas de resfriado e a dengue vai passar despercebida. Mas se ele for infectado pela segunda vez, os sintomas vão aparecer de maneira bastante acentuada. Algumas pessoas chamam isso, erradamente, de dengue hemorrágica. Como pode ser dengue hemorrágica se todos os tipos de dengue têm os mesmos sintomas? A mídia e os governos acham que o povo é burro e isso não é explicado. A complexidade da dengue está aí: quando você tem dengue do tipo 1, digamos, você fica curado e seu organismo gera um anticorpo. Em uma segunda infestação, agora, por exemplo, com a chegada do tipo 4, mesmo a pessoa que já teve dengue duas vezes, está vulnerável.

São 180 milhões de pessoas vulneráveis no Brasil. A gravidade da dengue, portanto, está na segunda infestação .

Na primeira infecção, o seu organismo gera um anticorpo, a sua febre passa e você está curado. Mas da segunda vez, depois que a sua febre passa e sinaliza o surgimento do anticorpo de novo tipo, o encontro entre os dois anticorpos, da primeira e da nova infecção, cria essa reação de hipersensibilidade tóxico-alérgica, que cria uma situação danosa ao organismo. O fim da febre acaba significando, na verdade, o início do problema. Mas criou-se uma cultura de que o fim da febre é o fim da doença. “Doutor, passou a febre. Posso levar meu filho?” pergunta o pai. E o médico libera porque precisa daquela vaga desocupada por falta de leitos e de instrução sobre o tratamento da dengue. O período pós-febre é como um choque anafilático de 72 horas.

A variedade de tipos de vírus engana o sistema imunológico de quem já foi infectado uma vez por um tipo diferente do vírus Nós, seres humanos, temos uma quantidade de sangue na nossa bomba cardiovascular, que se chama volemia. Na hora dessa hipersensibilidade tóxico-alérgica, a parede dos vasos forma uma espécie de malha e o plasma se desloca para os pulmões. Em uma escala de 0 a 100, nós temos 60% de plasma no sangue e 40% de hemácias. A hemácia tem ferro e leva o oxigênio para o cérebro. Se você tem 5 litros de sangue e o seu batimento cardíaco é 72, com a perda de 2 litros de sangue após o deslocamento do plasma, que é uma substância de altíssima qualidade, o seu batimento cardíaco vai a 150.

Essa questão é fundamental, pois se o paciente é liberado depois da febre, ele vai ter desmaios, vai cair novamente. Por isso que a hidratação é fundamental. Esse paciente vai voltar para o hospital em choque, com o batimento cardíaco alto e com dois litros de sangue a menos. O paciente chega com a pele fria, o pulso fino e o médico quase não consegue verificar o batimento cardíaco. Por que o homem que tem sua perna decepadas por um trem entra em choque? Por conta da perda volumosa de sangue. Automaticamente, os batimentos cardíacos aumentam.

A hidratação é fundamental para a regularização da dinâmica da circulação sanguínea. Nos hospitais públicos, você vê pessoas com dengue, horas esperando atendimento, sem tomar nem um refresco. Contudo, a hidratação, diferente do que dizem, não é feita só com água. O potássio e o sal ajudam a regularizar a circulação, ajudam na hidratação. O que é feito? Nos é dado o soro caseiro. Mas as pessoas hipertensas não podem tomar o soro caseiro em grande quantidade. O que acontece? O paciente não morre de dengue, mas morre de AVC .

Do ponto de vista administrativo, a criação da UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] no Rio de Janeiro, colocou os postos de saúde para terceiro plano. Os postos já tinham referência no combate à dengue. As falhas administrativas estão fazendo o conhecimento sobre a doença ficar cada vez mais reduzido. Por exemplo, os especialistas do governo tinham que estudar um pouco mais o caráter antropológico e antropomórfico da dengue. Como ela chegou ao Brasil na época da escravidão? Onde ela se manteve, geograficamente? Isso traria respostas, por exemplo, para mitos, como o de que o Aedes aegypti põe seus ovos na água parada. Mentira. Ele põe seus ovos dois milímetros acima do espelho d’água, onde a água circula menos, mas é mais limpa. Nas lajes, em habitações inacabadas, que no Rio são milhares, o Aedes não põe seus ovos na água acumulada sobre o limo, mas nos cantos da laje, onde a água limpa da chuva circula, e próximo ao phitoplancton ( limo). E a principal qualidade desse espaço é que ninguém percebe que ali existe um foco de transmissão, um local que na verdade é um foco em potencial. Ou seja, o Aedes é inteligente. E esses focos são tão perigosos, que pra se ter ideia, o mosquito vive 30 dias e põe 1.500 ovos nesse período, geralmente no mesmo lugar onde nasceu .

Outros mitos: os locais de água completamente parada não são os únicos onde o Aedes põe seus ovos. Nos locais com água como aqueles tonéis de água dos lava-jatos, onde o Aedes põe seus ovos também, mas eles se alojam no fundo do tonel. Quando a água para, eles sobem ao espelho d’água. As bromélias não são locais apropriados para o Aedes pôr seus ovos, diferente do que é dito, pois os hormônios da planta matam os ovos. Os ferros velhos têm carcaças de carros que são focos potenciais não por conta da água somente, mas por conta do suor, isto é odor do ser humano impregnado nos bancos. O Aedes fareja o nosso suor.

Outro mito é a vulnerabilidade de quem é mais saudável ou menos saudável. Independente do tamanho, ou do peso da pessoa, o que vale na distinção de quem é mais ou menos vulnerável à dengue é a competência imunológica. Como o sistema de defesa da pessoa reage. E ainda digo mais: sempre os mais saudáveis são mais vulneráveis. Se você ver fotos das crianças que morreram de dengue, só vai ver crianças saudáveis. As pessoas não conhecem o Aedes. As autoridades falam que não tem dengue no inverno no Rio, mas o aumento das temperaturas tem revelado casos de dengue em agosto, por exemplo, o mês mais frio do ano estatisticamente .

Existem, também, outros mitos em relação ao uso dessas substâncias químicas no combate a dengue. O fumacê, por exemplo, tinha todas as suas substâncias importadas do USA. Há 15 anos, o fumacê foi contra-indicado pela Fundação Oswaldo Cruz. Com o fumacê, o controle biológico do vetor ficou prejudicado. Ou seja, além de atacar o Aedes aegypti, o fumacê matava também lagartixas, sapos, rãs, pássaros, causando um desequilíbrio ecológico. Foi justamente o fumacê que fez a dengue ficar endêmica. O fumacê só atinge o inseto adulto. Ele não atinge o ovo que, encapsulado, não permite a entrada da substância. Além disso, o fumacê mata animais que são predadores dos mosquitos. Sem contar com o seu efeito tóxico para os seres humanos. E quando a situação fica mais delicada, ainda tem alguns ousados que insistem em usá-lo.

Já faz 25 anos que os surtos de dengue tornaram-se comuns no Brasil. Em 2011, mais uma vez, o mosquito Aedes aegypti vem espalhando a doença pelos quatro cantos do país, principalmente pelas regiões Norte e Sudeste. A inoperância dos gerenciamentos é a maior causa desse novo surto de dengue, assim como dos anteriores. Por isso, o problema do combate à doença começa pela comunicação e orientação dos profissionais de saúde.

É fundamental criar cursos específicos sobre dengue nos Postos de Saude, que estão com os seus Centro de Estudos desprestigiados, como uma escola de combate à dengue. Seria uma experiência par4a fazer com que as associações de moradores, os trabalhadores do local, todos aprendessem sobre a dengue o que nem a grande mídia domina e durante estes anos de endemia não conseguiu aprender. Pois, até hoje, os representantes da grande mídia não fizeram sequer um seminário para discutir o assunto .

Há alguns anos, a experiência cubana com a dengue nos ensinou muito. Eles tiveram um surto de dengue em 1981 e conseguiram eliminar a doença. Hoje é até complicado um médico cubano aprender sobre a dengue, pois não existem mais casos no país. Dessa experiência, foi usado no Brasil um larvicida cubano muito eficiente, que apresentou bons resultados no combate a dengue. Mas uma grande diferença, além das substâncias, entre o combate a dengue em Cuba e no Brasil, foi que, lá, eles diziam ao povo: nós temos que combater os focos da dengue, governo e população.

Aqui, o governo fala para o povo: vocês têm que combater os focos para a dengue acabar. Só o povo. Aqui o Estado joga a responsabilidade para a população. Pois até hoje, os representantes da grande mídia não fizeram nem ao menos um seminário para discutir o assunto .

*Eraldo Bulhões Martins é médico e militante do PCB

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Reajuste salarial para servidor público de Campos fica em 6,51%

Finalmente o governo municipal quebra o silêncio sobre o reajuste salarial que deveria ter sido anunciado no dia 1º de maio, criando grande expectativa nos servidores municipais.

Ontem foi anunciado parcos 6.51% de reposição salarial contra os 30% - incluindo reajuste - reivindicados na pauta do Movimento Unificado dos Servidores (MUS). Diante dos baixos salários os servidores municipais consideram baixo o índice proposto já que, não basta a reposição das perdas é necessário reajuste salarial já.

Não há que se ter dúvidas quanto a necessidade de unidade dos trabalhadores nesta luta através onde todos devem estar mobilizados para vencer esta batalha com o governo municipal.
Leia a matéria abaixo:

Matéria publicada em 18/05 na Folha da Manhã on line

A Prefeitura de Campos decidiu o reajuste concedido aos servidores públicos municipais. Com base no Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), o reajuste ficou em 6,51%. Segundo o municipal de Administração e Recursos Humanos, Fábio Augusto Ribeiro, a porcentagem é superior a estimativa para a inflação oficial neste ano, dado pelo Governo Federal que era de 5,66%.

O secretário explica que o índice escolhido foi o mesmo dos dois anos anteriores (2009 e 2010), mantendo desta forma coerência no reajuste. “Além de coerência, o governo demonstra responsabilidade com os recursos públicos”. No ano passado, o reajuste correspondeu ao percentual de 5,3%.

O pagamento do mês de maio, já com reajuste, acontecerá nos dias 27, 30 e 31, seguindo o cronograma da Secretaria de Administração e Recursos Humanos.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Avançar na organização sindical da classe trabalhadora para o combate sem tréguas à hegemonia do capital

imagemCrédito: PCB


(Nota Política do PCB)

A atual crise internacional do capitalismo, que veio à tona com maior radicalidade em 2008 e, partindo do coração econômico e financeiro do sistema, se irradiou mundo afora, tendo, em 2010, feito seus estragos nos países menos desenvolvidos da zona do euro (Grécia, Espanha, Portugal, Itália), volta a ter, nos dias de hoje, seu epicentro nos Estados Unidos. Grande parte dos estados e municípios norte-americanos encontra-se em situação de quase insolvência, resultado de uma economia nacional enfraquecida pelos imensos gastos militares e pelas políticas locais de renúncia fiscal em favor das grandes corporações e dos ricos, associada ao corte dos salários e benefícios dos trabalhadores públicos. Nas últimas semanas, em protesto contra os constantes ataques aos direitos do funcionalismo público, milhares de trabalhadores estadunidenses engrossaram massivas manifestações nos estados de Wisconsin, Ohio e Indiana, onde os sindicatos são tradicionalmente fortes. Sem cobertura alguma da mídia burguesa mundial, as manifestações populares nos EUA, que podem levar à convocação de uma greve geral, evidenciam o acirramento da luta de classes no momento em que trabalhadores de todo o mundo, em especial no Oriente Médio e na Europa, demonstram disposição de lutar contra a opressão de governos e do capital.

No Brasil, a expressão mais recentemente explosiva da luta do trabalho contra o capital foi a greve de 80 mil trabalhadores nos canteiros de obras do PAC, em protesto contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho impostas pelas grandes empreiteiras, empresas multinacionais como Odebretch, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e outras. As revoltas dos trabalhadores da construção civil foram manifestações espontâneas de indignação contra a superexploração e a repressão de seguranças e forças policiais a serviço dos capitalistas. As centrais sindicais governistas foram chamadas pelo Governo Dilma a negociar com as empreiteiras e a conter o ânimo dos trabalhadores, pois o medo do governo era que as revoltas se espalhassem pelo conjunto de obras do PAC, que empregam cerca de um milhão de operários. Agora se ameaça com a demissão de milhares de operários, visando diminuir a pressão no barril de pólvora das obras do PAC, medida necessária à estratégia das classes dominantes em prol da “paz social” indispensável à continuidade do crescimento capitalista. As centrais sindicais “chapa branca” cumpriram, uma vez mais, com este episódio, o papel de amortecedores da luta de classes, mais preocupadas com a continuidade da política governista de aceleração do capitalismo no país do que com as necessidades urgentes dos trabalhadores.

O aparato oficial do sindicalismo brasileiro hoje, comandado pela CUT e pelo PT, é extremamente eficiente em seu papel de domesticador das lutas operárias. O processo de consolidação da hegemonia burguesa no Brasil, como resultado mesmo do desenvolvimento e expansão do capital monopolista brasileiro, plenamente associado, de forma subalterna, ao imperialismo, buscou, por meio de mecanismos de coerção econômica, pela violência aberta ou através de processos de alienação e de convencimento, induzir o conjunto da classe trabalhadora à passividade. Premidos pelos imperativos da economia capitalista, responsável pelo vertiginoso aumento da exploração, da precarização das condições de trabalho e da retirada de direitos conquistados, transformando cada vez mais a força de trabalho numa mercadoria plenamente disponível e livre para o capital, os trabalhadores brasileiros são também alvo de inúmeras campanhas ideológicas voltadas a incutir a lógica da privatização e da mercantilização em todos os níveis da vida em sociedade. Paralelamente ao aprofundamento das formas burguesas de representação política, novas formas de dominação e de consentimento foram fundamentais para a política de amoldamento do proletariado brasileiro aos limites da ordem do capital. A classe dominante brasileira contou, nas últimas décadas, com a providencial contribuição das entidades políticas e associativas (partidos, sindicatos, centrais, ONGs, igrejas) voltadas a perpetuar a ordem burguesa na sociedade e a forjar uma política de apassivamento da classe trabalhadora através de mecanismos de convencimento e de acomodação.

O enfrentamento a este quadro, de plena afirmação da hegemonia burguesa e de aprofundamento das relações capitalistas monopolistas no país, não se dará sem uma luta permanente contra a ordem do capital e suas manifestações políticas e ideológicas. Na perspectiva da construção de um poderoso movimento contra-hegemônico, capaz de unificar a classe trabalhadora brasileira no caminho da alternativa anticapitalista e anti-imperialista, é preciso partir da premissa de que as lutas sociais e a resistência dos trabalhadores na defesa de seus direitos mais imediatos, como o salário, as condições de trabalho, a melhoria da qualidade de vida, se chocam hoje com a lógica privatista e de mercado que vê todos os bens e serviços públicos como mercadorias, gerando lucros enormes para as grandes corporações. Da mesma forma, entendemos que o desenvolvimento do capitalismo brasileiro está, de forma profunda e incontornável, associado ao capitalismo internacional, sendo impossível separar o capital de origem brasileira ou estrangeira, assim como o chamado capital produtivo do especulativo, já que nesta fase o capital financeiro funde seus investimentos tanto na produção direta como no chamado capital portador de juros e flui de um campo para outro de acordo com as necessidades e interesses da acumulação privada, sendo avesso a qualquer tipo de planejamento e controle.

A hegemonia burguesa busca se impor e se prolongar no Brasil pela divisão das forças socialistas, populares e revolucionárias. A fragmentação de nossas forças é dada não apenas pela capacidade de cooptação e neutralização estatal e governista, mas também pelas dificuldades no campo da esquerda de colocar questões secundárias de lado e produzir patamares de unificação mínimos que permitam, primeiro, a resistência e, depois, passar à ofensiva contra a hegemonia conservadora. O movimento sindical classista encontra-se bastante fragmentado, divisão esta que se aprofundou com a realização do Conclat em Santos, em junho do ano passado. Com hegemonia do PSTU, o resultado foi a refundação da Conlutas como Central Sindical e Popular (CSP/Conlutas), que abarca, além de representações sindicais, grupos estudantis e movimentos de luta contra a opressão – antirracismo, gênero, diversidade sexual. Tal configuração vem afastando da possibilidade de participação no interior desta central várias correntes políticas do PSOL, muitas das quais integrantes do campo originário da Intersindical.

O PCB contrapôs à concepção de central sindical e popular a necessidade de uma organização que expresse a intervenção dos trabalhadores enquanto classe, tendo como fundamento a contradição capital-trabalho. Sem a compreensão de que os movimentos contra a opressão são dimensões da exploração e da opressão do capital sobre o trabalho, esta luta acaba se tornando refém da lógica burguesa, quando busca apenas garantir melhores condições de participação e de representação no interior da ordem capitalista. As lutas contra a opressão devem, necessariamente, ser tratadas de acordo com as suas especificidades. A inclusão desses setores em uma organização sindical é prejudicial à sua própria dinâmica. A presença dos estudantes é ainda menos indicada, pois o conjunto dos estudantes não se constitui como classe. O movimento estudantil é transitório e policlassista por sua própria natureza.

A construção de uma Central Sindical Classista, centrada na luta sindical e no enfrentamento aos imperativos do capital nos locais de trabalho, é uma necessidade para fazer avançar o grau de organização e de mobilização da classe trabalhadora brasileira. Mas, em função da frágil unidade de ação e da ausência de um programa comum, a construção dessa Central não se dará de uma hora para outra, nem pode se dar apenas como um acordo entre correntes. Deve ser encarada como um processo de construção de longo prazo, partindo da unificação das lutas específicas, da formação de um programa nacional de lutas e de bandeiras gerais, com o estabelecimento na prática da solidariedade de classe. A ação da luta comum deve superar o puro e simples economicismo, sendo capaz de ultrapassar, também, as manifestações espontâneas dos trabalhadores. A ação econômica, sem politização, descamba no peleguismo e na adaptação do movimento operário ao jogo da concorrência capitalista. Ou seja, não bastam conquistas salariais e de melhores condições de trabalho. Também é importante superar o obreirismo, evitando a divisão entre setor público e privado, situação formal ou informal, lutas da cidade e do campo.

Na conjuntura atual, nada avançará se não buscarmos a unidade possível no interior do campo político que advoga a construção de um movimento sindical combativo e classista, priorizando a unidade orgânica das representações dos trabalhadores voltadas ao enfrentamento mais direto contra o capital, ou seja, que percebam a necessidade de construir uma organização de caráter sindical na qual a contradição capital-trabalho seja tratada como a contradição central na sociedade capitalista. Nós, do PCB, entendemos que a Intersindical – instrumento de luta e organização da classe trabalhadora – pode vir a se transformar nessa poderosa ferramenta da luta de classes no Brasil, mas não pode se manter na configuração política atual. Desejamos manter e aprofundar nossas relações com a ASS, com quem temos grande afinidade na concepção da luta sindical e anticapitalista, mas defendemos a urgência da realização de conversações com as correntes políticas que compunham o campo originário da Intersindical, como meio mais imediato de fortalecer nosso instrumento de luta e organização. Nós, comunistas, não subestimamos o papel dos partidos e correntes no movimento operário, tendo clareza, porém, de que a vanguarda jamais substituirá a classe, nem a organização sindical.

Diante do exposto, a Comissão Política Nacional do Comitê Central do PCB orienta a militância comunista nos estados e municípios a buscar desenvolver as seguintes tarefas:

  1. Fortalecer a UNIDADE CLASSISTA como corrente sindical que reúne militantes do PCB e simpatizantes da nossa linha política e sindical no interior dos sindicatos, movimentos e organizações de luta da classe trabalhadora;

  2. Envidar esforços no sentido de promover conversações com as correntes políticas do PSOL insatisfeitas com a cristalização do formato e orientação política dominantes na CSP/Conlutas, visando contribuir para a recomposição do campo original da Intersindical;

  3. Participar ativamente da organização de manifestações de 1º de Maio unitárias, na perspectiva da luta combativa contra o capital;

  4. Forjar a unidade de ação com as diversas organizações políticas, sindicais e populares que se opõem, em suas formas específicas, ao domínio do capital, na perspectiva de retomada do Forum Nacional de Mobilização;

  5. Organizar movimentos de luta unitários na defesa de bandeiras como: mais e melhores empregos, fim do fator previdenciário, salário mínimo do DIEESE, fim do imposto de renda sobre salários, redução da jornada de trabalho sem redução de salário, nenhum direito a menos, avançar nas conquistas.

O maior patrimônio do movimento operário é a sua unidade. Mas essa unidade não pode ser construída burocraticamente. Promover essa unidade de ação é responsabilidade dos setores que se reivindicam de vanguarda. Nós, comunistas do PCB, estamos dispostos a participar de todas as discussões necessárias à construção da unidade de ação e do programa capazes de nortear o caminho para a efetiva formação de um poderoso movimento de luta contra o capital, contribuindo para a futura construção de uma central sindical classista, autônoma frente ao governo e ao patronato, que tenha centro nas organizações sindicais da classe trabalhadora. A construção desse movimento é parte inseparável da guerra sem tréguas contra a hegemonia do capital e a ordem burguesa, rumo à conquista da emancipação plena da classe trabalhadora, na sociedade comunista.

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

Comissão Política Nacional – CC do PCB

PC da Grécia, Greve Geral de Massa e resposta decisiva da classe contra o assalto ao trabalhador

imagemCrédito: KKE


Partido Comunista da Grécia

Greve Geral de Massa e resposta decisiva da classe contra o assalto ao trabalhador

Uma greve geral de suma importância, conduzida pela PAME (Central Sindical), foi deflagrada na quarta-feira, dia 11 de Maio, contra o contínuo ataque contra o trabalhador que vem sendo praticado pelo governo do PASOK, a União Europeia, o FMI, o Banco Central Europeu, a plutocracia do país apoiada por seus partidos. Incontáveis postos de trabalho de trabalho, público e privado, aderiram à paralisação. Fábricas, empresas, estabelecimentos de negócios, toda a mídia, os portos e outros setores permaneceram fechados. Linhas de piquetes, desde a madrugada, rodearam locais de trabalho e apoiaram a greve dos trabalhadores de forma organizada e de massa. Os trabalhadores grevistas lutaram uma batalha significativa e, protegidos pela participação na greve, desafiaram o terrorismo dos empregadores, a intimidação, a decepção e o fatalismo.

Milhares de comunistas, membros e dirigentes do KKE e KNE, com visitas, falas e intervenções nas fábricas e nos locais de trabalho, e, protegidos pela greve, travaram, com sucesso, a batalha.

Dezenas de milhares de manifestantes lotaram o centro de Atenas e dezenas de outras cidades para participar nas ações de greve da PAME e se manifestaram, de forma massiva e bem protegida, pela condenação das medidas anti-trabalhadores que estão sendo implementadas. Em particular, os salários do setor público e as antigas empresas públicas, assim como os benefícios sociais e as pensões, estão sendo atacados mais uma vez pela classe burguesa. Eles estão tentando impor, como um princípio geral, as “relações trabalhistas flexíveis em todo lugar”. Mais ainda, amplos cortes nos gastos estão previstos para a Saúde, gastos médicos, Educação, Bem-Estar, cobertura de seguro social para profissões perigosas e insalubres. Novos impostos indiretos serão imputados aos trabalhadores ao mesmo tempo em que o governo está planejando fechar órgãos públicos e demitir trabalhadores com contratos de trabalho temporários.

A Secretária Geral do KKE, Aleka Papariga, participou da manifestação da PAME em Atenas e fez a seguinte declaração aos jornalistas: “A linha política dos de cima leva a uma falência organizada e controlada. O povo, os trabalhadores e funcionários, os trabalhadores autônomos devem escrever suas próprias páginas na história desse país, em letras realmente grandes e em negrito. Esta angústia deve ser transformada em força para que eles possam levar seu contra-ataque à vitória. Não há outro caminho”.

O principal orador da manifestação da PAME em Atenas, Vasilis Stamoulis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Têxteis e Curtume, salientou o seguinte, entre outras coisas de sua fala:

“Nós estamos mandando uma mensagem dizendo que as novas e bárbaras medidas que eles estão preparando encontrarão resistência massiva e decisiva dos trabalhadores, dos autônomos, dos fazendeiros pobres e médios, da juventude e de todo o povo.

Eles querem que nos ajoelhemos, querem nos subjugar para que não ergamos nossas cabeças em resposta. Eles serão surpreendidos por um plano e uma perspectiva para nossa libertação final e radical da propriedade capitalista. Não importa a forma de administração que eles escolham, a barbárie não pode se tornar humana. Com ou sem uma renegociação com uma extensão ou uma maquiagem ou qualquer outra forma que eles escolham para lidar com a dívida, continuaremos a pagar sem fim no horizonte. Eles estão nos levando a uma falência completa no intuito de salvar os lucros do capital.

Nós exigimos que eles paguem pela crise. O déficit e a dívida são de responsabilidade deles. Há lucro massivos nos seus bancos e cofres...”

A promoção de rodadas vazias pelas maiorias da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE) e da Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (ADEDY) não nos ilude. Eles estão completamente alinhados à linha política básica do capital e do governo. Eles defendem, como saída o reforço da competitividade do capital.

Isso faz parte da liderança comprometida dos sindicatos Europeus que virão ao nosso país nos próximos dias para promover seu congresso, os quais, por anos, tem sido ativos e ansiosos na mesma direção - como o capital, em nível Europeu, se tornará mais competitivo que outros centros imperialistas e competidores como a China, a Índia, etc.

Essa casta de burocracias sindicais, esses capachos das transnacionais não são bem vindos em nosso país”.

Depois disso, os manifestantes marcharam ao longo das ruas de Atenas e passaram pelo parlamento do país. O slogan “Sem você nenhuma engrenagem gira. Trabalhador, você pode fazer as coisas sem os patrões”, que agitou os atos da greve, demonstrou que o movimento sindical classista, que é organizado pela PAME, não somente almeja a organização da luta com o intuito de repelir os ataques ant-povo, mas também reforçar o seu conteúdo político-ideológico, enfatizando a possibilidade e a necessidade de outra sociedade, sem a exploração do homem pelo homem.

A PAME, no total, realizou manifestações de greve e marchas em 73 cidades, que foram, claramente, maiores que aquelas organizadas pelos líderes comprometidos com as federações sindicais privadas (GSEE) e públicas (ADEDY). Em Atenas, na marcha da GSEE-ADEDY, depois da conclusão da manifestação de greve da PAME, houve brigas devido à atividade dos mecanismos de provocadores. Seguiu-se um ataque das forças especiais da polícia, que teve, como resultado, um manifestante seriamente machucado. O ataque criminoso da polícia contra os manifestantes foi denunciado na declaração da assessoria de imprensa do CC do KKE, que apontou, além de outras coisas, que: “o KKE denuncia o assalto criminoso da polícia contra manifestantes que resultou no grave ferimento de um manifestante. O ataque policial é parte de, e o resultado, tanto da linha política governamental quanto dos mecanismos burgueses de barrar a fúria e a luta do povo, que foram provocadas pelo furacão anti-povo do governo, da UE e da plutocracia. O povo não deve se submeter a nenhum tipo de chantagem e ataque contra ele; deve organizar uma muralha e contra-atacar”.

12/05/2011

FOnte: KKE

Traduzido por Mariângela de Sousa Marques.