sábado, 24 de julho de 2010

UM PROGRAMA ANTICAPITALISTA E ANTIIMPERIALISTA

por PCB [*]

O lançamento da candidatura própria do CB às eleições presidenciais brasileiras representa um divisor de águas e um importante factor de esclarecimento. A divisão de águas é entre a falsa esquerda, representada pelo governo Lula, e a verdadeira. Um governo que tem como seu mentor económico um ex-ministro da ditadura (Delfim Netto), como seu patrão da política monetária e financeira um homem da Wall Street (Meirelles), que incumpriu as suas promessas de realizar a Reforma Agrária, que está ao serviço do capital monopolista e dos seus apetites sub-imperialistas na América Latina e em África, que não teve pejo em vender ao narco-governo colombiano aviões destinados a massacrar os insurgentes das FARC, com um ministro da Defesa (N. Jobim) que compra ao estado nazi-sionista aviões de guerra destinados a massacrar o seu próprio povo, que como serviçal do imperialismo envia tropas para reprimir o povo do Haiti, que adopta uma política social regressiva contra a maioria pobre da sua população (a onda de emigrantes brasileiros que hoje se vê em Portugal é um indício disso), um governo como esse acaba objectivamente por em nada se diferenciar da direita quimicamente pura.

Assim, a candidatura de Ivan Pinheiro à presidência e de Edmilson Costa à vice-presidência assinala um marco na política brasileira (a par de outras candidaturas dignas, como a do Dr. Plínio de Arruda Sampaio e a do PSTU). Entretanto, que não haja ilusões. Estas eleições estão formatadas para servirem a classe dominante e só a ela. É um jogo de cartas marcadas. Seja qual for o vencedor – a candidata apoiada por Lula ou o candidato apoiado pelo ex-presidente F. H. Cardoso – os interesses da classe dominante brasileira (que está aliada ao capital imperialista) estarão muito bem servidos. As falsas oposições entre ambos fazem parte da comédia eleitoral.


O manifesto-programa da candidatura hoje publicado é uma afirmação corajosa e lúcida de uma política baseada em princípios. Ele, ao mesmo tempo, prepara o terreno para o mais importante: o período que se seguirá às eleições e a constituição de uma frente anti-capitalista e anti-imperialista para que o povo brasileiro possa se tornar o sujeito da História.

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