Trabalhadores e trabalhadoras da educação pública estadual
reuniram-se à frente do Instituto de Educação de Nova Friburgo
(IENF) para protestar contra o Governador do Estado Sérgio Cabral
– em visita a cidade para inaugurar obras – em virtude das
péssimas condições de trabalho, do sucateamento do ensino público
e dos baixos salários dos profissionais da rede pública estadual.
Também participaram do protesto operárias em greve da Fábrica
Filó, cujas máquinas estão paradas desde o dia 28 de maio.
A comitiva do Governador e os ônibus fretados para a inauguração
do novo prédio da Coordenadoria Estadual de Educação (localizado
nos fundos do IENF) ocuparam toda a rua em frente ao tradicional
educandário friburguense, provocando mais engarrafamento no já
caótico trânsito de Friburgo, mas a Polícia Militar foi chamada
para postar-se, de forma acintosa e ameaçadora, diante da
manifestação convocada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da
Educação (SEPE). Mesmo assim, utilizando-se de um megafone, pois o
uso do carro de som foi proibido pelos policiais, os dirigentes
sindicais e lideranças de movimentos populares e partidos de
esquerda deram o recado contra a política do Governador de permitir
o descalabro nos serviços públicos para justificar a sua
privatização e de arrocho dos salários dos trabalhadores. Estavam
no ato, além do SEPE, representantes dos sindicatos de Professores
da rede privada, Bancários, Hoteleiros e Trabalhadores do
Vestuário, Intersindical, CUT, Conlutas, além dos partidos PT,
PSTU, PSOL e PCB.
Operárias e operários da Filó continuam em greve
A fábrica Filó (Triumph International) continua com suas máquinas
paradas, pois seus trabalhadores aderiram em peso à greve convocada
pelo Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário, deixando a indústria
sem condições de produzir. Os poucos operários fura-greves, que
entraram para trabalhar por conta da forte pressão e ameaças feitas
pelos patrões praticamente nada têm o que fazer dentro da fábrica,
a não ser empacotar as mercadorias que já estavam prontas antes da
greve. Além de prejudicar grandemente a fábrica, voltada
centralmente à exportação dos produtos de vestuário (lingerie),
pequenas confecções localizadas na cidade e nos municípios
vizinhos já estão se sentindo prejudicadas, pois dependem de
produtos manufaturados pela Filó.
Os patrões, entretanto, recusam-se a oferecer um reajuste de
salário digno, que modifique o quadro de superexploração vivido
pelas operárias e operários da Filó, que recebem menos que o
salário mínimo. Uma comitiva do Sindicato e dos trabalhadores em
greve furou o cerco em torno do Governador Sérgio Cabral para exigir
o cumprimento da lei estadual (sancionada por ele) que estabelece o
salário mínimo em todo o Estado, no valor de R$ 603,00.
Nestes tempos de crise geral do capitalismo, em que patrões e
governantes jogam para as costas dos trabalhadores todo o ônus da
confusão criada pelo próprio sistema, a greve das operárias e
operários da Fábrica Filó e a manifestação convocada pelo
Sindicato dos profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro
servem de exemplo para o conjunto da classe trabalhadora de Nova
Friburgo de que, mais que nunca, é necessária a luta para resistir
à exploração do capital e para avançar nas conquistas!
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