Não aceitamos imposições.
Por uma Central Sindical e Popular que represente a síntese do processo de construção
Nota da Intersindical sobre o Conclat dos dias 5 e 6 de junho de 2010 em Santos
1- A Intersindical saúda todas as entidades sindicais e movimentos populares que se empenharam em construir o CONCLAT, fazendo inúmeras assembléias
com os trabalhadores e trabalhadoras, elegendo delegados e delegadas,
fazendo um esforço político e financeiro para a viabilização do
Congresso da Classe Trabalhadora – Conclat, na perspectiva de construir
um instrumento de luta, uma central, para organizar e dar voz a todos
os lutadores e lutadoras, para organizar e aprofundar o combate ao
Capital e aos governos neoliberais.
2- Infelizmente, o que não desejávamos aconteceu ! Tivemos que interromper o processo de fundação da central. O debate sobre a construção da nova Central
(natureza, política e nome) revelou a mais absoluta falta de vontade,
por parte da maioria da CONLUTAS, em construir uma síntese de opiniões
divergentes, optando pelo método, a partir de uma maioria numérica
(pequena e eventual) de delegados e delegadas no congresso, de querer
impor uma única visão.
3- O setor majoritário, Conlutas, de forma intransigente, impôs uma limitação ao riquíssimo processo de unidade, que culminou,
simbolicamente, no debate de nome. A Intersindical e diversos setores
sempre deixaram explícito que era preciso construir o NOVO, que não
aceitávamos a a simples junção de nomes, que era necessário um
nome que expressasse uma concepção política classista e independente
dos trabalhadores e trabalhadoras; e que neste processo de complexo de
construção da unidade, o método deveria ser o da construção coletiva,
sem exclusão e sem preponderância de qualquer setor.
4- Para nós, e para maioria dos lutadores e lutadoras presentes no Conclat, qualquer nome defendido pelas organizações convocantes, seria
absolutamente aceito por todos os delegados e delegadas do congresso,
exceto um que significa-se a justaposição de apenas duas experiências
que, apesar de importantes, têm limitações e que por isso mesmo se
esforçaram com outros setores para realizar este congresso e
construir a unidade. A construção desta unidade é mais que apenas um
ajuntamento de parte das organizações que estão envolvidas hoje.
5- Para nós da Intersindical o processo de formação da Central está em curso. Os impasses que perduram, dizem respeito à concepção de central e de
democracia operária e culminou na tentativa de imposição por parte do
setor majoritário em aprovar como nome da central “Conlutas-Intersindi
cal”, mesmo com a nossa desautorização, expressa em plenário, sobre a
utilização do nome da Intersindical na proposta.
6- Reiteramos nossa disposição em construir um instrumento de luta unitário dos/das militantes combativos/combativas que defendem a superação do
capitalismo, mas reafirmamos também que não aceitaremos o método da
imposição que se expressou no debate sobre o nome Conlutas-Intersindi
cal não possibilitando a unidade e desrespeitando a caminhada e o
esforço coletivo de todos os setores presentes nesta construção. Muito
menos condiz com a idéia de uma Central que faz uma síntese da rica
experiência do processo de reorganização do movimento sindical e
popular dos últimos anos e que se abre para incorporar o máximo
possível da nossa classe na luta contra a exploração.
7- Nos orgulhamos muito em saber que todos os setores que participaram do Conclat seguem juntos na luta, contra a repressão aos movimentos
sociais, contra a retirada de direitos, pelo fim da exploração
capitalista e contra os governos que aplicam estas políticas.
Conclamamos que cada setor se esforce para superarmos os impasses e
concretizar uma organização comum que anime e organize e luta dos
trabalhadores e trabalhadoras para que estes possam dar sua
contribuição, rumo a construção do socialismo.
Coordenação Nacional da Intersindical
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