Em novembro o Conselho Nacional de Cinema peruano incluiu Tupac Amaru na lista de obras clássicas da cinematografia daquele país. Os critérios utilizados na escolha foram: a sua transcendência l artística e capacidade de comunicação com sua época. Esses filmes entrarão num catálogo de promoção e difusão no mercado nacional e internacional.
Apesar da indicação, que reflete os novos ares que respira o povo do Peru, o diretor Federico Garcia Hurtado e a produtora Pilar Roca recusaram a honraria. Segundo eles, numa carta dirigida à ministra da cultura Suzana Baca, os critérios que foram utilizados ainda careceriam de objetividade e acabou excluindo muitos outros títulos que compõem a rica história do cinema peruano. Trabalhos que seriam necessários preservar e divulgar como produtos culturais de maior importância. Os dois questionaram também a distinção usada entre filme clássicos e contemporâneos.
E concluem, por discordar da qualificação que nos é outorgada, declinamos de gentil convite e nos despedimos como seus amigos de sempre.
Veja programação abaixo
TUPAC AMARU
Apresentação do filme e debate com o diretor.
Dia 8 de Dezembro (quinta) às 20 horas
Local: Cinemateca Brasileira: Largo Senado Raul Cardoso, 207 - Vila Mariana - próximo do metrô
Direção: Federico García Hurtado
Elenco: Reynaldo Arenas, Zully Azurin, Carlos Cano de la Fuente
Origem: Cuba | Peru
Duração: 95 min
Legenda em português
Ano: 1984
O filme conta a história de um herói da luta pela libertação da América Latina. Tupac Amaru liderou uma revolta popular que abalou os alicerces da dominação colonial e oligarquica. Derrotado, preso, torturado, foi brutalmente assassinado em 1781. Considerado um dos mais importantes filmes políticos da América Latina, recebeu o prêmio da Associação de Cineastas Latino-americanos em Havana (1985) e a Menção Honrosa no Festival de Cinema de Londres (1986). Co-produzido com o Instituto Cubano del Arte y la Industria Cinematográficos (ICAIC), contou com a participação de organizações populares de Cusco no Perú.
Federico García Hurtado iniciou sua carreira nos anos 1960 com Huando, Tierra sin patrones e Inkari. Em 1975 dirigiu Donde nacen los cóndores. Outro destaque de sua obra é “Melgar, sangre de poeta” (1982), que trata da vida de outro herói independentista. Mais recentemente esteve à frente da produção da mini-série chamada “El Amauta” sobre a juventude do líder comunista peruano José Carlos Mariategui.
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