O Brasil acaba de ultrapassar a Inglaterra e agora é a 6ª economia mundial. Esta seria uma ótima notícia se não houvesse o complemento: 6ª economia capitalista!
Isso significa que apesar do grande desenvolvimento de forças produtivas o esforço econômico é direcionado para os monopólios (nacionais e internacionais), para a agroindústria de exportação com a estrutural predominância do capital financeiro. Pior, o Brasil continua centrando seu desenvolvimento no Departamento II da produção ou, traduzindo para o bom português, na produção de bens de consumo, em detrimento do Departamento I, o setor de produção de bens de capital.
A consequência desse tipo de desenvolvimento é o aprofundamento de uma estrutura econômica voltada à complementação das economias imperialistas centrais, fazendo o papel de "economia-pivô" que produz mais quando necessário para o sistema internacional ou menos, de acordo com os interesses do imperialismo. objetivamente, o Brasil se reafirma em seu destino colonial de economia complementar e subsidiaria, concretizando o papel subimperialista. Um lumpen-capitalismo de uma lumpen-burguesia ou melhor, a dança dos vampiros da nação e dos trabalhadores !
A consequência desse lumpen-crescimento, ou do crescimento periférico é a manutenção do permanente arrocho salarial e do consequente aumento da extração da mais-valia relativa das classes trabalhadoras brasileiras. O crescimento na perspectiva capitalista e subimperialista não irá tirar as massas trabalhadoras da miséria e das baixas condições de vida, ainda que possa aumentar relativamente os salários. Do mesmo modo, essa forma de desenvolvimento não proporcionará aos trabalhadores maior acesso à educação, saúde, moradia e cultura.
O ministro Mantega vende ilusões e mentiras ao afirmar que chegaremos ao padrão de vida europeu em 20 anos, padrão diga-se em rápido processo de desagregação e que foi possível durante quase 60 anos, graças ao papel da URSS na Grande Guerra e às mobilizações do proletariado europeu que, hoje, desarticulado politicamente, perde conquistas históricas, conseguidas a sangue e a lutas de classe renhidas. Todos sabemos que nos dias atuais, é impossível pensar em um capitalismo com alguma face que não seja a de pauperizar e explorar as massas trabalhadoras em todas as partes do planeta.
Dai, sem embarcar no discurso petista da apologia do desenvolvimento capitalista, temos como tarefa organizar a ofensiva antagonista de construção de um outro projeto de desenvolvimento econômico e de uma outra via de sociabilidade.
Faz-se necessário, portanto, o Bloco Proletário e Popular, composto pelos movimentos sociais anticapitalistas e pelos partidos que se propõem revolucionários para articulação de um projeto político que aponte o socialismo como alternativa real ao que hoje é capitaneado pela socialdemocracia-tardia do PT e de seus aliados,
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