terça-feira, 23 de março de 2010

O PCB E O CONGRESSO DA CLASSE TRABALHADORA - CONCLAT - PARA A FORMAÇÃO DA NOVA CENTRAL

Desde a adesão da CUT ao projeto neoliberal e á postura “chapa branca”, no início dos anos 2000, os partidos e grupamentos de esquerda socialista e comunista vêm buscando a reorganização e o resgate do caráter classista do movimento sindical brasileiro. A Conlutas, a Intersindical e outras entidades surgiram a seguir, dando conseqüência a este processo.


No início de Junho deste ano, será realizado, em Santos, SP, um Congresso– o Conclat, Congresso da Classe Trabalhadora –, cujo objetivo é a criação de uma Central Sindical – a chamada Nova Central. Convocam este Congresso a de correntes políticas, como o Enlace e o “Solzinho”, filiadas ao PSOL, e partidos políticos como o PSTU. Conlutas e uma parte da Intersindical, além de correntes políticas, como o Enlace e o “Solzinho”, filiadas ao PSOL, e partidos políticos como o PSTU.

O Congresso discutirá a estrutura, a direção e a natureza da nova Central. Nesta última questão, há uma forte disputa entre duas proposições: a de construir uma central sindical, representando sindicatos e trabalhadores sindicalizados (com a possível inclusão de segmentos precarizados), ou uma central que congregue, além das representações de trabalhadores, na mesma organização e com os mesmos direitos, outros movimentos sociais, como o movimento estudantil, o movimento negro etc.

O PCB participou da fundação, através de sua corrente sindical Unidade Classista, e é ativo organizador, ao lado de outras correntes políticas e de companheiros independentes, da Intersindical. No entanto, ainda em fins de 2008, no bojo da discussão sobre a necessidade de construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora para não apenas melhor organizar a Classe para as lutas gerais contra o patronato – nenhum direito a menos e novas conquistas – a Conlutas, o PSTU e correntes do PSOL, entre as quais aquelas citadas acima –, decidiram iniciar um processo de discussão visando à convocação do Conclat e à criação da Nova Central.


Esta decisão fez com que, em Encontro Nacional realizado à época, a Intersindical, em Encontro realizado em Santos, sem a participação das correntes do PSOL, a entidade decidisse pelo seu fortalecimento. Ao mesmo tempo, as correntes citadas passaram a reivindicar também a Intersindical, gerando, assim, uma duplicidade de representação.

O PCB saudou a iniciativa do Conclat, assim como fez quando da criação da Conlutas. Entretanto, ao analisar a proposta, o PCB considerou-a precipitada, pois entende que uma nova Central deve ser construída a partir de uma ampla discussão, envolvendo não apenas as entidades hegemonizadas pelas forças que hoje compõem a Conlutas e a Intersindical, mas muitas outras. Além disso, a exemplo do que ocorreu quando da criação da Conlutas, quando o PCB – saudando a iniciativa combativa dos companheiros – criticou não apenas o açodamento da ação, mas também o caráter policlassista da entidade – que congrega movimentos pautados pelo conflito capital x trabalho, mas também movimentos sem corte de classe, o PCB mantém as mesmas críticas em relação ao Conclat proposto para junho.

O convívio entre as duas Intersindicais é irregular: em alguns estados, as duas partes buscam debater e atuar em conjunto, em outros há conflitos. Mas o PCB entende que a luta maior da Classe Trabalhadora – contra os desmandos do Capital e pelo Socialismo – está acima de quaisquer divergências e dificuldades de percurso, sempre presentes nas construções políticas. Em nota oficial, o Comitê Central reafirmou a decisão de manter com os companheiros do PSOL e de outras correntes que hoje estão na articulação do Conclat um diálogo sincero e militante sobre a situação política e os rumos do movimento dos trabalhadores e de buscar, com eles, a unidade de ação na luta.

O PCB não participará do Conclat com delegados, pelas razões expostas acima, mas, se convidado, saudará os companheiros que se empenham na sua construção, com os quais buscará sempre o entendimento e o trabalho conjunto pela construção revolucionária do Socialismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário