Família se recusa a deixar área desapropriada no Açu, em SJB
Fotos: Ururau
Sessenta homens da PM deram apoio a ação de Reintegração de Posse
Atendendo a um Mandado de Reintegração de Posse emitido pela juíza Luciana Cesário de Mello Morais da 1ª Vara de São João da Barra cerca de 60 policiais do 8º Batalhão de Polícia Militar de Campos (BPM), sob o comando do Major João Carlos, estão atuando em mais um caso de reintegração de posse na localidade de Água Preta, no Quinto distrito de São João da Barra, no Açu.
Representantes da Companhia de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (Codin) e da empresa LLX acompanham a reintegração.
De acordo com o sub-comandante Major Carlos, a casa já havia sido desapropriada pela Codin, mas como não foi derrubada, a família voltou a ocupar o imóvel em novembro do ano passado. A Polícia Militar constatou ainda que na residência tem pessoas de Santa Catarina e Barra do Jacaré, que estariam no imóvel para evitar a reintegração, além de 10 crianças já identificadas pelo Conselho Tutelar.
"A casa estava vazia, eles saíram, depois voltaram e fizeram algumas benfeitorais, mas a ordem judicial é clara, eles precisam deixar o imóvel, tudo está sendo feito na boa fé do direito", disse o Major.
Quando nossa equipe chegou a propriedade, diversas faixas de protesto contra a LLX e contra o secretário de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno.
Em junho do ano passado o aposentado, Azual Rodrigues, de 79 anos, disse ter sido expulso de sua propriedade por homens que estavam identificados apenas com uniformes azuis de uma terceirizada e que prestaria serviço para a Codin.
Na época, o aposentado garantiu que morava na propriedade, de quase seis alqueires, há mais de 40 anos, e que quando chegou em seu sítio no início daquela tarde, homens estavam colocando toda sua mobília em um caminhão, além de uma corrente com cadeado na porteira do sítio.
Em resposta, a assessoria de imprensa da Codin informou que a emissão foi realizada no dia 15 de junho e contou com a presença do Senhor Azual Rodrigues, "ocupante da área e não residente, não havendo no local qualquer mobiliário, exceto alguns poucos objetos que foram encaminhados, a pedido do Sr. Azual, para sua própria residência no Açu". A Codin esclareceu ainda que possui registro de vídeo e fotográfico do ocorrido.
No início deste ano, a filha do aposentado, a dona de casa Adriana Rodrigues, de 39 anos, se acorrentou a uma das cercas da propriedade em protesto à desapropriação. Adriana informou na época que a propriedade seria produtiva, e que sempre viveram ali, dizendo ainda que não teria recebido valor algum pela desapropriação. Que sempre eram informados de que o dinheiro estaria na conta, mas que não se sabia qual. Na ocasião, familiares acamparam na propriedade em solidariedade à causa de Adriana.
A equipe do Site Ururau acompanhou as negociações desta quinta-feira e a empresa LLX ofereceu, como cortesia, uma casa para que a família fique alojada temporariamente. Além disso, a assessoria da empresa esclareceu que o local foi desapropriado pela Codin e o valor referente encontra-se depositado em juízo, até que a família apresente os documentos que comprovem a propriedade das terras.
Ururau
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