domingo, 5 de fevereiro de 2012

OPORTUNISMO E DOGMATISMO

imagemCrédito: PCV


Tribuna Popular TP – ROMPIENDO MATRICES ANTICOMUNISTA/Miguel Alonso Pérez

Movimento Comunista Internacional

A burguesia reacionária não cessa seu esforço para enfraquecer o movimento comunista com um trabalho de miná-lo por dentro. Para isso, joga grandes esperanças na utilização, em proveito próprio, das divergências que podem surgir no seio dos Partidos e na propagação de ideias oportunistas entre os membros do Partido pouco firmes politicamente.

As fileiras dos Partidos se nutrem constantemente não só de operários avançados, mas também com elementos pouco maduros, entre eles os oriundos das camadas médias. Estes, querendo ou não, trazem aos Partidos os seus preconceitos e as suas extravagâncias. Sempre existe a possibilidade objetiva de que nos Partidos Comunistas penetrem influências burguesas e pequeno-burguesas, concepções oportunistas que levam ao desânimo e à desconfiança no triunfo de uma nova sociedade. Daí a justificativa para que a luta pela pureza da ideologia marxista-leninista seja uma lei cabal na existência e desenvolvimento dos Partidos Comunistas.

A ideologia burguesa vai mudando de matiz conforme a luta da classe trabalhadora se amplia. As formas grosseiras empregadas para justificar o capitalismo vêm sendo substituídas por procedimentos mais sutis de defesa. Porém, a ideologia burguesa não muda por isso. Da mesma maneira, o oportunismo, qualquer que seja a roupagem com que se apresente, sempre possui o mesmo propósito, declarado ou escondido: conciliar a classe trabalhadora com o capitalismo, submeter o movimento operário aos interesses das classes dominantes. Prova disso são as constantes tentativas dos oportunistas em revisar a doutrina revolucionária da classe operária, que é o marxismo-leninismo.

O revisionismo ou “revisão” do marxismo, como indicava Lênin, é “uma das principais manifestações, se não a principal, de influência burguesa sobre o proletariado e da corrupção burguesa dos proletários”.

Os esforços teóricos e práticos dos revisionistas se subordinam sempre, em última instância, ao desejo de acabar com os Partidos Comunistas ou de convertê-los numa organização reformista. Em algumas condições históricas, estes propósitos não são ocultados. Em outras, são apresentados de maneira mascarada. Os revisionistas sempre empreenderam campanhas contra os Partidos, afirmando que se trata de uma organização que necessita ser “arquivada”. E, em seu lugar, propõem criar uma ampla organização sem Partido, ou seja, criar somente uma “organização de trabalhadores”.

Os ideólogos do revisionismo tratam de “revisar” ou, mais exatamente, de deformar todas as teses fundamentais da teoria marxista-leninista. Porém, um dos alvos favoritos desses ideólogos sempre é a doutrina Leninista sobre os Partidos.

Os revisionistas tratam de desacreditar a grande doutrina do marxismo-leninismo. Declaram-na “caduca”, “passada de moda” e que, atualmente, perdeu seu valor para o desenvolvimento social. Os revisionistas se esforçam para matar o espírito revolucionário do marxismo e quebrar a fé da classe operária e do povo na construção de uma sociedade socialista, negando o papel dirigente do Partido marxista-leninista. Manifestam-se contra a necessidade histórica da Revolução Proletária e da ditadura do proletariado na transição do capitalismo ao socialismo, negam os princípios fundamentais do internacionalismo proletário, pedem a renúncia dos princípios leninistas fundamentais de organização dos Partidos e, acima de tudo, do Centralismo Democrático, exigem que o Partido Comunista se converta de uma organização revolucionária combativa que é em algo semelhante a um clube de discussão.

Atualmente, não sempre, os revisionistas pedem abertamente a supressão dos Partidos. Com o pretexto de que se amplie a democracia interna, querem acabar com a disciplina dos Partidos, concedendo à minoria o direito de não admitir as decisões adotadas pela maioria e de organizar frações. Porém, isto equivaleria a destruir a unidade de ação dos Partidos, convertendo-os em campo de luta de grupos e frações. Os revisionistas se encobrem ordinariamente com a bandeira contra o dogmatismo doutrinário. Sua renúncia ao marxismo é dissimulada com invocações de que a própria doutrina marxista pede que as teses caducas sejam substituídas por outras novas. Porém, a substituição das teses marxistas, tidas hoje em dia como caducas, por outras novas não tem nada a ver com a supressão dos princípios básicos do marxismo-leninismo, que são o espírito desta doutrina revolucionária. O perigo do revisionismo é que, sob a desculpa de se desenvolver o marxismo, o que faz é negá-lo. É lógico que os Partidos Comunistas enxergam a luta contra o revisionismo em todos os terrenos, sem excluir o da organização interna, uma de suas obrigações permanentes e essenciais.

Os Partidos Comunistas não devem lutar somente contra o revisionismo. Outro inimigo é o sectarismo. Aparentemente, são polos opostos. Contudo, de fato, o sectarismo que se apresenta como muito revolucionário e “esquerdista”, também debilita os Partidos.

O sectarismo se baseia num critério dogmático acerca de determinadas teses e fórmulas teóricas, nas quais se quer encontrar soluções a toda classe de problemas da vida política. Em vez de estudar a vida tal qual ela é, os dogmáticos partem de um esquema. Caso os fatos não se encaixem nesse esquema, ignoram os fatos. O dogmático significa o divórcio da realidade e do Partido, e o Partido, se não o combate, se converte numa seita apartada da vida.

Os desejos de agarrar-se ao dia de ontem, a uma política e a formas orgânicas que não respondem às novas condições, significam, de fato, como Lênin disse, “uma política de inação revolucionária”. Com uma grande gama de exemplos, a prática de todos os Partidos Comunistas confirma a razão que assistia à Lênin ao dizer isto.

Muitos dos Partidos Comunistas formados nos países capitalistas depois da Revolução de Outubro, nos primeiros tempos, eram propensos aos erros do sectarismo. Lênin qualificou esses erros de “esquerdismo”, de doença infantil do comunismo. Tais equívocos se traduziam na negativa em trabalhar nos sindicatos dirigidos por reacionários e oportunistas, em comparecer aos Parlamentos burgueses, em aceitar, em determinados casos, o compromisso e, em geral, em adotar uma tática flexível.

Porém, hoje, em nossos tempos, também é preciso lutar contra o sectarismo. O principal nele é o divórcio que se estabelece com as massas, o desprezo das possibilidades existentes para o trabalho revolucionário, a tendência em evitar os problemas candentes que a vida apresenta. Se o revisionismo trata de conciliar os Partidos com o capitalismo, o sectarismo o priva dos vínculos com as massas, sem os quais o êxito na luta contra o capitalismo é impossível. Por isso, não se pode fortalecer os Partidos sem combater o sectarismo, qualquer que seja a forma em que se manifeste.

Os Partidos Comunistas destacaram a necessidade de superar energicamente o revisionismo e o dogmatismo nas fileiras dos Partidos marxista-leninistas. Uma vez que condenam o dogmatismo, os Partidos estimam que, nas condições atuais, o principal perigo reside no revisionismo, o que é o mesmo que oportunismo de direita, como manifestação da ideologia burguesa que paralisa a energia revolucionária da classe trabalhadora e exige a manutenção ou a restauração do capitalismo. Certamente, o dogmatismo e o sectarismo podem ser também um perigo fundamental em determinadas etapas de desenvolvimento de um ou outro Partido. Porém, cada Partido deve estabelecer qual é o perigo fundamental para ele num dado momento.

Primeiramente, os Partidos eram débeis. Em sua maioria, se formaram com elementos revolucionários de organizações socialdemocratas e anarco-sindicalistas, que levaram resquícios de oportunismo e sectarismo. Era necessário levar a cabo um urgente trabalho de coesão e educação dos novos Partidos, segundo as ideias revolucionárias do marxismo-leninismo, e na formação política e ideológica de seus quadros dirigentes.

O movimento comunista segue um desenvolvimento complexo nas condições próprias do capitalismo. Sua história conhece ascensões verticais e grandes êxitos, mas também reveses temporais, consequências negativas de condições objetivas desfavoráveis e dos erros cometidos. Estes defeitos e erros, no entanto, são de natureza transitória, enquanto o auge e fortalecimento do movimento operário e comunista significam um processo invencível, porque são impostos pelas mesmas leis que regem a sociedade.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)

http://www.pcv-venezuela.org/index.php?option=com_content&view=article&id=774

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