quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

População de Venda Nova faz protesto por abandono de escola

Fonte: Folha da Manhã on line


População de Venda Nova faz protesto por abandono de escola

Ulli Marques

Ulli MarquesNa manhã desta quarta-feira, pais de alunos e a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Graciete Santana, realizaram uma manifestação no local onde antes funcionava a Escola Municipal João Goulart, em Venda Nova, reivindicando o início das obras para a construção de um novo prédio. Todos reivindicam a reforma da unidade, já que os alunos estão sendo encaminhados para uma escola em Martins Lage, a cerca de dez quilômetros de onde os alunos moram.


As reivindicações a respeito da infraestrutura danificada da unidade começaram desde setembro do ano passado, quando os alunos tiveram que ser transferidos para uma igreja evangélica da localidade após a interdição do prédio pela Defesa Civil. Na ocasião, a prefeitura havia prometido que dentro de oito meses a reforma estaria concluída, mas não foi isso que aconteceu. Cinco meses após a última visita da equipe de reportagem da Folha da Manhã ao local, o que se vê é uma grande quantidade de mato, um pedaço do prédio abandonado e nenhum indício de reforma.


Para tentar solucionar o problema de forma imediata, os alunos foram encaminhados para a Escola Municipal Jacques Richer, em Valeta, comunidade próxima à Campo Novo. A prefeitura estaria disponibilizando transporte gratuito para os que os alunos não fossem prejudicados até a conclusão da obra, que estaria em processo licitatório, mas os pais dos alunos não aceitaram a proposta. Hoje, por exemplo, somente cinco crianças foram para a localidade vizinha estudar.


Mãe de quatro filhos que estudavam na Escola Municipal João Goulart, a dona de casa Maria Madalena Pereira Araújo, 40 anos, foi uma das pessoas que foram contra a decisão da prefeitura, recusando-se a levar seus filhos para a escola de Valeta.


— Tenho uma criança de quatro anos e ainda não perdi o juízo ao ponto de colocar ele dentro de uma van e despachar ele para a localidade vizinha, sem que eu possa estar por perto em caso de emergência. Se as crianças saírem cedo, por exemplo, como é que vamos ter o controle e saber se eles estão seguros dentro das imediações da escola ou soltos pela rua? — questiona a dona de casa. Outras questões levantadas pelos pais dos alunos diz respeito à superlotação nas salas de aula da Escola Municipal Jacques Richer, que não teria espaço o suficiente para abrigar os alunos das duas localidades. As carteiras da escola João Goulart também estariam no pátio da outra escola por não haver onde colocá-las. “Queremos solução, já cansamos de promessas”, finaliza Maria Madalena.


A presidente do Sindicado Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Graciete Santana esteve na manifestação a favor dos pais dos alunos. Segundo ela, consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que todo o aluno tem o direito de ter uma escola próxima à sua residência e não é isso que acontece em Venda Nova.

— O Sepe está ao lado da população da localidade e deve continuar reivindicando por seus direitos constitucionais. A educação deveria ser prioridade em qualquer governo e não é isso que temos observado no nosso município — conta Graciete.

Em nota, a secretaria Educação informou que todas as providências para que o calendário dos alunos da João Goulart não seja prejudicado. De acordo com informações do departamento de infraestrutura da secretaria, a obra em fase de licitação. O início dos trabalhos está previsto para iniciar no final do mês de março ou início de abril. Até a conclusão da obra, os alunos desta unidade irão estudar na Escola Municipal Jacques Richer. A secretaria disponibilizou veículos para transportar os alunos. A diretora informou que as carteiras que estavam embaixo da árvore eram para ser arrumadas nas salas de aula.

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