sábado, 10 de março de 2012

Por que ladram os velhos cães de pijama?

imagemCrédito: Latuff


(Nota Política do PCB)

A esdrúxula Carta à Nação, redigida e assinada por oficiais da extrema-direita das Forças Armadas brasileiras, inclusive com signatários praticantes de tortura durante o regime militar, é mais uma peça político-ideológica que se junta ao rol de uma República cujo Estado de Direito democrático ainda está longe de ser consolidado.

Mais do que esdrúxula, a Carta é um ataque a todos os brasileiros. Seus autores negam os fatos da história recente do país sob o regime que patrocinaram, mentem quanto a representarem as Forças Armadas, ameaçam a ordem política constituída, insubordinam-se contra a autoridade da Presidência e, por fim, demonstram como a Anistia aos verdadeiros terroristas aparentemente imunizou-os do enquadramento legal, pelos poderes e leis do Estado.

A Carta à Nação merece o repúdio veemente das instituições políticas democráticas. Os seus signatários não estão blindados, como alegam, a uma punição militar por ataque a um superior hierárquico. O fato de o militar estar na reserva não o dispensa do dever de obediência à ordem política do Estado de Direito, encarnada, no caso, na autoridade presidencial.

Os autores da Carta são fascistas declarados. Terroristas que, até pouco tempo atrás, sob o pretexto de combater a "subversão comunista", derrubaram a democracia e instalaram o regime de arbítrio e terror. Não podemos considerar o ataque desses extremistas das Forças Armadas (estejam ou não na reserva) como meros rompantes de saudosistas da ditadura. Eles, de fato, não representam a maioria das Forças Armadas, mas ainda assim, por razões facilmente explicáveis, obtém grande repercussão de suas ameaças e falácias na mídia golpista e reacionária do país.

Vivemos novos tempos de um combate político-ideológico antigo. Esses velhos cães de pijama - fascistas, mentirosos, sediciosos, arbitrários -, querem explorar um caldo de cultura de caráter conservador, à direita do centro ideológico. Querem disseminar o discurso do combate à corrupção para ganhar, nas classes médias e camadas assalariadas, o apoio a um projeto de direita que aposta na radicalização social e política para enfraquecer as bases da democracia não consolidada.

Eles, os fascistas de sempre, sabem porque estão ladrando nas entrelinhas dessas Cartas fanáticas e ilegais. Cabe aos trabalhadores e militantes da democracia, à esquerda socialista e revolucionária, acautelar-se e exigir a punição desses saudosos de porões e torturas, mentiras e mortes.

Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Rio de Janeiro (RJ), 9 de março de 2012

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