A leitura da matéria abaixo publicada pelo site URURAU (ururau.com.br) dá conta do uso de um impressionante aparato para retirar duas famílias de suas residências. A leitura da matéria permite identificar que apesar da advogada das famílias interessadas estar no local e questionar o conteúdo do processo que permitiu a desapropriação, os direitos das famílias foram completamente ignorados.
Mas o mais interessante mesmo é que um impressionante aparato que envolveu 50 POLICIAIS MILITARES foi usado para remover as famílias, sem que a proprietária saiba quando e por quanto será ressarcida.
Para que não reste nenhuma dúvida, o URURAU apresenta uma excelente cobertura fotográfica deste evento vergonhoso.
E depois ainda vem o cara-de-pau do Secretário Júlio Bueno que apenas 18 famílias foram afetadas pelas desapropriações. Das duas uma: ou o secretário não sabe contar ou é um grande cínico. Bom, pensando bem, pode bem ser as duas coisas.
Mas, uma pergunta que não quer calar: a PM do Rio de Janeiro não tem nada mais para fazer do que servir como braço armado do Grupo EBX? Se o Rio de Janeiro não fosse um dos principais centros do narcotráfico no Brasil, eu até poderia entender tanta polícia para tão poucas famílias.
PM e oficiais de Justiça atuam em desapropriação de terra no Açu
Fotos: Carlos Grevi
Família resistiu a sair, mas deixou ao imóvel depois de muita discussão
Cinquenta Policiais Militares, oficiais de justiça, bombeiros e conselheiros tutelares participaram de uma desapropriação de terra no loteamento Costa Mar, localizado no 5º distrito de São João da Barra, na manhã desta quinta-feira (19/01). A reintegração de posse foi emitida pela juíza da 1ª Vara de São João da Barra, Luciana Cesário de Mello Morais, no dia 12 de janeiro.
Segundo as oficiais de Justiça que estavam no local segundo um registro de ocorrência do dia 11 de dezembro, o imóvel estaria desabitado e os moradores retornaram para o local depois que ele foi vistoriado para emissão da posse.
No terreno possui duas casas e atualmente moram sete pessoas, entre elas três crianças menores de três anos. Segundo a dona do imóvel, Maura Xavier Ribeiro, a propriedade era de seu pai, ela tem o costume de passar alguns meses do ano no local, mas atualmente reside em uma casa na localidade de Água Preta. A dona de casa também informou que não recebeu nenhum documento que pedisse para que ela saísse.
“Não vou entregar minha casa só quando me pagarem”, disse.
A Polícia Militar participou do contingente para a retirada da família, segundo o sub comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Major João Carlos Alves, a força policial só seria usada se necessário.
“A PM veio dar o apoio ao judiciário, para que a família saia da casa. Existe a ordem da juíza e ela tem que ser cumprida. Esperamos que seja de forma pacifica”, ressaltou.
Como na casa haviam três crianças uma equipe do Conselho Tutelar esteve no local, ficou decidido entre eles que um parente viria buscar os menores. Um menor de 16 anos que saiu para encontrar com os familiares e foi impedido de retornar ao imóvel e foi detido pelos militares. O jovem também passou mal e foi atendido na ambulância do Corpo de Bombeiros.
Foi determinado um tempo para que a família saísse do imóvel, passada duas horas os oficiais entraram na propriedade e determinaram a retirada de todos os imóveis da casa e as duas mulheres que ainda resistiam em continuar, dona Maura e a filha Maraína.
Alguns integrantes da família saíram do local e começou a retirada dos objetos.
A advogada da família, Ana Rodrigues, também foi chamada ao local e alegou que houve uma fraude processual no caso. Segundo a advogada no auto de emissão de posse existem declarações falsas por parte dos oficiais de justiça.
“Está ilegal aqui existem construções que não constam no documento, que foi emitido no dia dois de novembro, não só neste como em outros autos. Embora existam uma ordem judicial há sonegação de informações, elas violam o Artigo 299 do Código Penal. Tem que ser anulado ou retificado, para recolocar os imóveis que realmente existem. Fazer um outro documento”, informou.
Os oficias de Justiça que estavam no local responderam a questão apontada pela advogada. Elas informaram que os erros serão corrigidos, e que uma equipe esteve no local filmou e tirou foto de todas as propriedades. As oficiais também questionaram que a advogada teve acesso a toda a documentação, e que se ela quisesse poderia ter entrado com um recurso para cassar a decisão judicial. A decisão foi tomada através das provas e por conta disso a diligência iria continuar.
Foram mais de três horas de negociação entre a família, polícia oficiais de Justiça a dona do imóvel Maura e a filha Maraína deixaram o local.
Os objetos foram retirados, assim como um cachorro que estava na propriedade. Tudo será encaminhado para um depósito na Fazenda Papagaio e as casas serão demolidas.
RESPOSTA CODIN
A resposta sobre o caso já foi solicitada a assessoria de imprensa da Companhia Industrial de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (Codin).
Confira mais imagens (AQUI )
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