domingo, 13 de dezembro de 2009

AFINAL, EDUCAR PRA QUÊ?

Já tivemos Pedagogia Tradicional, Renovada, Tecnicista, Progressista, Libertadora, Crítico Social, Construtivista. ..

Estamos ainda cercados por um universo de quantificação, de notas que,neste mundo em que vivemos,significam valor classificatório capaz de estabelecer conceitos.A mesma nota que traz o "PODER" de decidir TREZENTOS E SESSENTA E CINCO dias de existência.

Como diz Bertold Brecht: "O pior analfabeto não é aquele que não sabe ler ou escrever, é o analfabeto político..."

Diante das contradições sociais muito fortes,nasce um conceito novo e em construção na última década, EDUCAÇÃO DO CAMPO. Esta, nasce a partir de mobilização, que são movimentos sociais por uma política educacional direcionada às comunidades CAMPONESAS.

A Educação do Campo traz para a prática a Pedagogia de Alternância, a qual, requer tomada de posição no confronto de projetos de campo: contra uma prática que diz: " Você, menino precisa estudar pra ir para a cidade, ter uma profissão e subir na vida...", essa lógica expulsa as famílias do campo, tira-lhes de suas raízes,mata a identidade cultural do camponês...

Contudo, resgatando a Pedagogia LIBERTADORA, do nosso tão respeitado PAULO FREIRE, surge um desafio para nós EDUCADORES nas escolas do campo, a EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA de nossos alunos e esses, repassando aos seus familiares camponeses, a postura de um sujeito crítico que na prática venha desnudar a realidade da ausência de uma educação profissional desde a ótica do trabalho do campo. A lógica do mundo rural, saberes, são vistos como improdutivos, excluídos,pelo fato de o campo não atender como território de vida.

Como educadora, e frente à este desafio, acredito na transformação com respeito as diversidades culturais, por meio da EDUCAÇÃO, onde EDUCAR é um PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO, com um olhar voltado para seus interesses, suas necessidades, suas identidades, as raízes culturas, a natureza, suas manifestações e seus conflitos.

Diante desse cenário, nosso compromisso como formadores e mediadores de conhecimentos vai muito além da didática da sala de aula, requer de nós, a busca insessante pela construção de paradígmas da Educação do Campo compreendendo a realidade rural como essencial para a melhoria da qualidade de vida dos camponeses.

A equipe de Educação do Campo organizou e distribuiu no 1º Encontro uma cartilha para estudo e melhor compreensão sobre a Educação do Campo, a qual tem me dado suporte para estar multiplicando o conhecimento com os meus colegas educadores e seguidores dessa nova frente de combate à alienação e desigualdade social, vista que,a destruição do território camponês significa o fim de sua existência na condição social.

Portanto, assim como eu, você educador(a), reflita sua prática educativa, principalmente na zona rural, ou melhor, no campo,exigindo de você mesma, definição, decisão, ruptura de paradígmas que não mais atendem aos nossos alunos do campo,e essas mudanças posturais só se transformarão a partir de um OLHAR diferenciado para os sujeitos envolvidos nesse processo de CONSCIENTIZAÇÃ O, numa visão freireana.
Espero estar contribuindo para a disseminação da Construção de paradigmas que partem do Saber Popular para o Científico.

Educadora Elus de Fátima Fernandes de V. Viana ( atuando como Gestora da E.E.M. JACQUES RICHER - Campo Novo, 4º Distrito de São Sebastião ).

Coordenação de Educação do Campo
Sl. 10 - Palácio da Cultura
End: Praça da Bandeira, s/n, Centro - Campos dos Goytacazes - RJ
Tel: (22) 2733-4176

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