sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quem vai pagar pela crise?

Estamos assistindo desde o final de 2008, a mais uma crise do Capitalismo, que comparada a de 1929, a da grande depressão, é bem mais grave. Essa crise teve seu início no mercado imobiliário nos EUA e propagou-se para outros setores produtivos, levando a queda na produção industrial, no produto interno bruto, atingindo o âmago do sistema capitalista mundial, o setor financeiro, provocando a queda dos preços das ações de multinacionais, robustas até então, levando os EUA a conviver com o desemprego crescente.
No mundo globalizado, não tardou que a crise se estendesse aos países centrais do capitalismo, fazendo com que a União Européia e o Japão fossem atingidos pela recessão. Os países considerados emergentes, dentre eles o Brasil, não ficaram imunes a crise, já que estão ligados aos países ricos de maneira subalterna.
Prova disso, é que no Brasil, 600 mil postos de trabalho foram fechados em dezembro de 2008. Houve uma tentativa do governo Lula de camuflar a realidade da crise para o Brasil, atribuindo a ela o efeito de uma marolinha, porém não demorou para que a realidade da crise colocasse abaixo
os devaneios do presidente, no momento seguinte em que o Ministro Mantega, da Fazenda, e Meirelles, do Banco Central, admitissem publicamente que medidas urgentes deveriam ser tomadas a fim de evitar os efeitos da crise no Brasil.
As classes dominantes, diante da crise reagiram dentro de uma lógica já esperada, ou seja, para eles deve continuar a privatizar os beneficios que vêm da classe trabalhadora, e socializar os prejuízos da crise com esses mesmos trabalhadores.
Trocando em miúdos, isso significa que, o povo, mais uma vez, é chamado a pagar a conta de uma festa para a qual a ele nunca foi convidado para participar. Verdadeiro banquete financeiro
dos altos executivos do mundo financeiro internacional e dos que o representam no Brasil.
Assim sendo, não fica dificil identificar , no Brasil, a motivação para a CUT, CTB, Força Sindical,
cumprirem o lamentável papel de defesa dos interesses dos patrões, orientando trabalhadores a aceitar propostas rebaixadas, em detrimento dos seua direitos, tais como férias coletivas, planos de incentivo à demissões, diminuição da carga horária de trabalho veiculada a diminuição de salários, medidas essas que levarão os trabalhadores a miséria e ao desemprego. Tudo isso para garantir o lucro e para salvar setores do capital.
Hoje, portanto, é imperioso que as palavras de ordem sejam: mobilização, organização, luta da classe trabalhadora, a fim de impedir a retirada de direitos, conforme o desejo dos patrões e do governo.
Somente com a união dos trabalhadores que não se venderam em troca das modormias do governo e que escolheram manter sua identidade de classe, frente a governos, patrões e centrais sindicais não comprometidas com a luta da classe trabalhadora, será possível o enfrentamento dessa crise, que é de responsabilidade única e exclusiva do Capitalismo e do imperialismo internacionais.
Eles é quem devem pagar pela crise.
Graciete Santana
Professora

ARTIGO PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 24 DE MARÇO DE 2OO9 DO MONITOR CAMPISTA

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