Hoje, pelo Brasil todo, vivemos o início de governos de prefeitos(as) eleitos(as) e reeleitos(as) em 2008. É fato que a maioria deles, durante o período de campanha eleitoral, apresentaram-se como verdadeiros arautos da mudança. Segundo Aurélio, mudar quer dizer alterar, trocar, variar tornar-se diferente do que era. No entanto, para desenvolver esse tema, nosso recorte de lugar é Campos dos Goytacazes, onde não dificuldade em constatarmos que as promessas de mudança não se confirmaram até o presente momento. O que temos é a repetição grosseira de práticas já conhecidas do povo campista.
Nada além do reflexo de uma política atrasada, anti-democrática, que nos remete a República Velha, período da História do Brasil, em que prevalecia a vontade dos coronéis. Eles detinham o controle da população local e no processo eleitoral, com abuso do poder econômico, usavam o mecanismo do voto de cabresto, em que os eleitores eram acompanhados e vigiados, pois estavam obrigados a votar no candidato que atendia aos interesses dos coronéis, senão...
Esse exemplo poderá parecer simples demais para alguns, distante no tempo histórico para outros, porém, apesar disso, na mentalidade de alguns políticos locais e no seio do povo podemos perceber ainda resquícios desse período. As evidências disso podem, hoje, ser ilustradas pela indignação e vergonha, das pessoas de bem do município, que convivem mais uma vez com denúncias de compra de votos por cabos eleitorais ligados a determinados candidatos. Além do que, isso representa um retrocesso para o município, que além de figurar em escândalos, retratados em páginas policiais, convive com o abandono no atendimento das necessidades básicas da população.
A ausência do poder público municipal, traz sérias implicações, pois os problemas brotam de toda parte. Alguns agravados pelas intempéries da natureza, outros pelo descaso dos governos nos últimos vinte anos. Outro agravante são as eleições que não chegam a termo, ora por cassação e convocação de novo pleito, ora pela ameaça constante que paira nos ares campistas, com acusações constantes, fruto da disputa polarizada.
Até quando a população vai suportar governos distanciados dos seus anseios quanto a saúde, a educação, a segurança pública etc ? Enquanto houver maus políticos, que para garantir sua eleição , recorrem a métodos escusos, como é o da compra de votos, certamente as questões básicas que conferem dignidade às pessoas estarão longe de ser atendidas. Mesmo porque, o povo, que se permitiu iludir por falsas promessas, ao vender seu voto, abriu mão de seu direito intransferível que é o de eleger seus legítimos representantes e o poder de cobrar deles ações afirmativas, capazes de alavancar o progresso do município e garantir qualidade de vida aos seus
habitantes. Esse é o papel do voto popular.
Doce Terra Goytacá! Lugar onde o verbo mudar deveria constar como palavra de ordem na pauta da política local, no sentido mais amplo de tornar-se diferente do que era, a fim de superarmos as mazelas de ontem e de hoje.
Graciete Santana
Professora
Artigo publicado na edição de 21 de abril de 2009 do Monitor Campista
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