domingo, 6 de novembro de 2011

Agora o povo tem de intervir mais decisivamente


imagemCrédito: KKE


- Declaração do CC do KKE

- Socialização dos monopólios

- Desligamento do país da UE

- Cancelamento unilateral da dívida

por KKE

TODOS À PRAÇA SINTAGMA (...)

ALEKA PAPARIGA FALARÁ

O KKE apela aos trabalhadores, aos auto-empregados, aos jovens da Ática para reunirem-se na Praça Sintagma, sexta-feira, 4 de Novembro, às 6:00 da tarde. Apela a uma aliança de modo a que o próprio povo possa intervir mais decisivamente nos desenvolvimentos. Os dilemas da chantagem e da intimidação que são postos pelo governo, os partidos da plutocracia e a UE devem fracassar.

Agora isto deve ser ouvido mais alto:

ABAIXO O GOVERNO E OS PARTIDOS DA PLUTOCRACIA

O POVO PODE IMPEDIR E ACABAR COM OS SACRIFÍCIOS SELVAGENS QUE LHE SÃO IMPOSTOS ATRAVÉS DE NOVOS ACORDOS E DO NOVO MEMORADO PARA OS LUCROS E A PROTECÇÃO DA UE E DA EUROZONA

O povo deve fortalecer as lutas de classe e populares e utilizar as eleições para enfraquecer o PASOK-ND e os outros partidos da plutocracia e da UE. O KKE deve ser fortalecido. Ao mesmo tempo a organização popular nos lugares de trabalho e bairros deve actuar mais decisivamente. Este é o caminho para bloquear o pior que eles estão a trazer, quando a crise na UE e na Eurozona está a aprofundar-se e as contradições inter-imperialistas estão a aguçar-se.

O povo deve agora confiar na justiça da sua causa e fortalecer-se para repelir o pior. Deve abandonar ilusões, apelos ao consenso e à coesão social, as montagens ideológicas, dilemas que são promovidos pelos partidos burgueses.

Uma solução em favor do povo só pode existir com um KKE forte e o povo organizado. Aliança do povo e contra-ataque pelo poder popular, socialização dos monopólios, desligamento do país da UE e cancelamento unilateral da dívida.

Atenas, 01/Novembro/2011

O CC do KKE

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-11-1-kinitopoiisi/

Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .

Um referendo enviesado visando intimidar o povo grego

- KKE reclama demissão do governo e realização de eleições antecipadas

por KKE

O governo orquestrou ontem uma manobra de chantagem e intimidação ideológica, manifesta e envergonhada, dirigida contra o povo a propósito do acordo sobre a gestão da dívida do Estado, anunciando a realização de um referendo. Ao mesmo tempo, o governo do PASOK pediu um voto de confiança do Parlamento.

O gabinete de imprensa do Comité Central do KKE emitiu a seguinte declaração:

"Demissão do governo, eleições já. Não à chantagem envergonhada e à intimidação ideológica que toma o povo como alvo. A chantagem não passará. O anúncio do primeiro-ministro sobre o referendo significa que um vasto aparelho vai ser montado para forçar o povo, o governo e a UE terão todos os meios à sua disposição, com ameaças e provocações, a fim de submeter a classe operária e as camadas populares, para arrancar um "Sim" ao novo acordo.

O referendo vai ser organizado sob uma nova legislação reaccionária, amalgamando as posições do KKE com as da Nova Democracia (ND – direita) e outros partidos, apesar de serem diametralmente opostas, quando a estratégia do governo é fundamentalmente idêntica à da ND e do LAOS (extrema-direita) e dos seus cúmplices. Precisamos de eleições agora. A classe operária e as camadas populares devem impô-las e acolhe-la por mobilizações de massa em todo o país. Pela sua actividade e o seu voto, elas devem dar um golpe duro no sistema político burguês, abrir o caminho para a inversão desta linha política anti-popular, com o derrube do poder dos monopólios".

Ver também:

  • Papandréou convoque un référendum pour tenter de contenir la révolte du peuple grec

    O original encontra-se em solidarite-internationale-pcf.over-blog.net/...

    Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/ .

  • É tempo de demitir-se sr. Papandreu

    por Yanis Varoufakis

    Na semana passada, o Conselho Europeu acordou um conjunto de políticas para tratar da crise do euro. Esperava-se que o novo acordo (daqui em diante mencionado como o Acordo de Outubro) fosse um passo decisivo rumo à resolução de uma crise em fogo lento que ameaçava descarrilar o euro, mergulhar a própria UE num processo de desintegração explícita e, consequentemente, arrastar a economia global para uma nova recessão.

    Os leitores destas páginas saberão que considerei que o Acordo de Outubro foi feito com o material errado (clique aqui, aqui e aqui). Outros (incluindo o presidente Obama) louvaram a Europa por mover-se na direcção certa, reservando suas dúvidas e crítica para o ritmo da Europa ao longo deste "virtuoso" caminho. Peço licença para discordar. O Acordo de Outubro foi catastroficamente mau quanto à direcção que a Europa está a tomar, não apenas devido ao seu ritmo anémico. (Na minha próxima mensagem pretendo resumir todas as razões pelas quais o Acordo de Outubro é ainda pior para a Europa do que para a Grécia). Se eu estiver certo, era o dever dos nossos líderes políticos dizerem em Bruxelas NÃO a este acordo. Cada um deles, o sr. Papandreu inclusive, teve a oportunidade para evitar a sua assinatura, levando portanto a liderança da UE a manter-se em debate até que uma solução decente e factível fosse encontrada; uma solução que resolvesse realmente a crise sistémica do euro.

    O primeiro-ministro grego não utilizou a sua prerrogativa de dizer Não ao Acordo de Outubro dentro do Conselho Europeu. Na verdade, ele retornou à Grécia elogiando-o e apelando ao povo grego a que abraçasse tanto o Acordo como o seu governo, pedindo alvíssaras por uma tarefa difícil bem executada. Logo após, contudo, ele descobriu que o público era hostil e os seus próprios deputados relutantes em permitir-lhe um outro tempo de vida política. Com uma maioria muito magra no Parlamento, ele enfrentava duas opções: demissão ou uma nova eleição. Assim, ele optou pela... terceira opção: Um referendo sobre o Acordo de Outubro a ser convocado depois de os últimos pormenores do mesmo terem sido finalizados.

    Qual foi a lógica para um tal referendo? O primeiro-ministro grego disse que voltar-se para o povo assinala um respeito fundamental pela democracia e uma determinação de tornar o povo participante activo na modelação do futuro da Grécia. Tal sublime idealismo seria maravilhoso em si mesmo. Na verdade, também penso que o referendo pode ser parte de toda democracia que funcione bem. Mas, infelizmente, este referendo está tão distante de tais ideais quanto os estratagemas políticos possam estar. O que realmente aconteceu foi que, após o seu retorno de Bruxelas (onde, repito, co-assinou o Acordo de Outubro), ele percebeu que os seus deputados não estavam impressionados. Dispondo de uma magra maioria no Parlamento (uma maioria de 3, a qual ele próprio reconheceu ser insuficiente durante estes tempos turbulentos), decidiu que era necessário algum movimento pró activo para dar ao seu governo um novo sopro de vida. Em Junho último ele tentara atrair a oposição para o governo. Isto fracassou então e fracassaria outra vez. A alternativa óbvia seria apelar a uma eleição intercalar. Contudo, Papandreu sabe que os eleitores puniriam o seu partido brutalmente, dada a mínima oportunidade. Assim, com uma grande coligação e uma vitória eleitoral excluídas, que alternativa tinha ele? No mínimo, ele queria outro voto de confiança, assegurando uma maioria de pelo menos 4 ou 5 deputados no Parlamento. Quando as suas sondagens mostraram-lhe ser mais provável perder, ao invés de ganhar, o apoio em qualquer novo confronto para um voto de confiança, emergiu a ideia do referendo como uma solução possível: Propondo o referendo aos deputados, eles já se sentiriam mais livres para conceder a Papandreu seu voto de confiança na base de que os deputados já não precisariam mais exprimir a ira do eleitorado no Parlamento uma vez que o próprio povo terá uma oportunidade de fazê-lo directamente!

    Se eu estiver certo, nesta sexta-feira o sr. Papandreu obterá o seu voto de confiança no Parlamento. E então? Como é que ele planeia ultrapassar o fardo do referendo? A sua ideia é de que, até então, a Europa lhe terá dado umas poucas migalhas a mais com as quais dirá aos eleitores gregos: "Aqui está o melhor negócio que pude conseguir da Europa, depois de ter jogado uma mão arriscada. Agora, ou vocês votam "sim" ou saímos juntos da Europa".

    Em suma, ao invés de ser um exercício de democracia participativa, o referendo é uma trama falsificada, estrategicamente condenada ao fracasso, moralmente corrupta e politicamente danosa. Ao contrário do que é sugerido pelos assessores do primeiro-ministro grego, o referendo nunca foi concebido como um meio de fortalecer o poder negocial do sr. Papandreu sobre os seus colegas europeus e o FMI. Tivesse ele desejado opor-se ao Acordo de Outubro, poderia tê-lo feito em Bruxelas. Não, o referendo é um meio de extrair, primeiro, um voto de confiança dos maltratados deputados do seu partido e, em segundo lugar, impor sobre o povo grego um dilema odiosa que identifica consentimento ao terrível Acordo de Outubro com um compromisso contínuo de permanecer na Europa. Ao invés de ser um gesto de concessão à voz dos gregos, este referendo é uma tentativa de amordaçar o eleitorado.

    Minha mensagem para o sr. Papandreu é simples:

    • Você errou sistematicamente sobre todas as grandes questões, desde o momento em que se tornou primeiro-ministro e descobriu o lamentável estado das finanças públicas gregas.
    • Você procurou tratar uma crise de dívida por meio de empréstimos, propondo efectivamente tratar uma bancarrota como se fosse um problema de liquidez.
    • Você nunca teve êxito em defender uma solução sistémica para um problema sistémico, aceitando a noção calamitosa de que isto é uma crise da dívida grega a partir do qual o resto da Europa pode ser, de alguma forma, delimitado por instituições tóxicas como o EFSF.
    • Você aceitou os termos e condições absurdos da nossa troika de prestamistas nenhum presidente de empresa, muito menos um líder político decente, teria contemplado por mais do que uns poucos segundos.
    • Você continuou a mendigar por tais empréstimos e a celebrar todas as vezes que eles eram concedidos ou ligeiramente modificados sob a pressão esmagadora das circunstâncias.
    • Você cercou-se de yes-men cuja maior utilidade para si era serem... yes-men.
    • Você repetidamente anunciou, a um público faminto de boas notícias, que a crise estava "finalmente" resolvida (em Maio de 2010, em Março de 2011, em Julho último, na verdade em toda semana).
    • Agora, num lance desesperado para agarrar-se ao poder, você está a tentar amordaçar o seu povo impondo-lhe uma falsa opção entre (a) um acordo que é mau para a Europa como um todo e (b) permanecer na Europa.
    • Talvez o mais danoso de todos os aspectos da sua ideia de referendo é que isto consolidará na mente colectiva do resto da Europa a falsa impressão que o problema é a Grécia; levando nossos parceiros a permanecerem na negação acerca das raízes na concepção da eurozona dos nossos problemas colectivos.

    Sr. Papandreu, você causou bastantes danos à nação grega; na verdade, à Europa. Já é tempo de desmantelar a sua tenda, empacotá-la e desaparecer graciosamente dentro da noite.

    02/Novembro/2011

    O original encontra-se em http://yanisvaroufakis.eu/2011/11/02/time-to-resign-mr-papandreou/#more-1261

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

    O povo deve provocar um boomerang à chantagem

    por KKE

    O anúncio do governo de um referendo está no centro dos desenvolvimentos políticos na Grécia, com a propaganda dominante a ajudar a plutocracia que procura fazer com que o povo aceite a sua bancarrota e se submeta às medidas anti-povo. Além disso, as contradições e as tensões entre os vários sectores da plutocracia, dos partidos burgueses e do governo são intensificadas diante dos impasses da gestão burguesa da crise capitalista.

    A reunião que teve lugar ontem do lado de fora da Cimeira do G20 assinalou a escalada da guerra e das chantagens. Segundo as declarações dos presidentes da França e da Alemanha, após a reunião com o primeiro-ministro grego, foi discutido separar o referendo do novo contrato de empréstimo enquanto era postulada a questão de o referendo assumir a forma "a Grécia permanecerá ou não na Eurozona".

    À vista destes desenvolvimentos o KKE tomou a seguinte posição através de uma declaração do Gabinete de Imprensa do CC do KKE:

    "O dilema Euro ou dracma é enganoso para o povo. O interesse do povo é o desligamento da UE com poder e economia do povo, a qual cancelará unilateralmente toda a dívida e devolverá ao povo a riqueza que ele produz – a qual os monopólios dele roubam com a assistência do PASOK, da ND e dos partidos burgueses – através da socialização dos meios de produção.

    Neste contexto, o KKE apela à classe trabalhadora e aos estratos populares a que digam NÃO ao referendo; a que exijam a queda do governo e eleições nas quais darão uma forte bofetada no apodrecido sistema político burguês votando pelo KKE.

    Caso o referendo se verifique, o povo deveria nele participar de um modo militante e votar NÃO, o qual será um forte NÃO à política da "UE estrada de sentido único", ao memorando, ao programa de médio prazo, ao contrato de empréstimo, uma exigência de outro caminho de desenvolvimento da sociedade grega. O interesse do povo trabalhador que não concorda com a posição sobre o desligamento da UE mas resiste às bárbaras medidas anti-povo da UE, do governo e da plutocracia é compartilhar esta linha de luta.

    O KKE apela ao povo trabalhador para que não se submeta à chantagem, a que provoque um boomerang aos dilemas do PASOK, da ND e seus sequazes. É imperioso o desenvolvimento mais decisivo do movimento popular em todo lugar de trabalho e bairro, de um objectivo que aponte para a derrubada do poder dos monopólios".

    03/Novembro/2011

    O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-11-03-oxi-sto-dillima/

    Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .

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