sábado, 11 de setembro de 2010

FIDEL DEFENDE O COMUNISMO CUBANO E CORRIGE JORNALISTA CONSERVADOR DOS EUA

Fidel fala ao Congresso

Fidel discursou na Universidade de Havana

Diante da repercussão que ganhou, mundialmente, uma matéria publicada esta semana na revista conservadora norte-americana Atlantic Monthly, pelo jornalista Jeffrey Goldberg, o líder cubano Fidel Castro fez, nesta sexta-feira, um breve comentário no qual frustra os seguidores do capitalismo. Durante uma entrevista, Goldberg perguntou a Fidel se ainda vale apenas tentar exportar o modelo comunista cubano para outros países.

– O modelo cubano não funciona mais nem para nós – teria respondido Fidel.

Sobre o assunto, Fidel corrige o jornalista.

– Claramente, esta questão trazia a teoria implícita de que Cuba estava exportando a revolução. E respondi: ‘O modelo cubano já não funciona nem para nós’. Me divirto agora ao ver como ele interpretou (a declaração) ao pé letra. Ele consultou, por isso, Julia Sweig, analista do Council on Foreign Relations (CFR, na sigla em inglês) que o acompanhava, e desenvolveu a partir daí a teoria apresentada. Mas a realidade é que a minha resposta significava exatamente o oposto do que os dois jornalistas norte-americanos interpretaram como modelo cubano. Minha idéia, como todos sabem, é que o sistema capitalista não funciona, tanto para os Estados Unidos ou do mundo. Trata-se de um modelo que segue de crise em crise, cada vez mais sérias, abrangentes e repetidas, que não pode escapar. Como tal sistema poderia servir para um país socialista como Cuba? – questiona Fidel.

Fidel também tratou de deixar claro o que pensa sobre a luta que se desenvolve no mundo, há décadas, entre árabes e judeus.

– Muitos amigos árabes, ao ouvir que eu me encontrei com Goldberg, preocuparam-se e me enviaram uma mensagem indicando-o como ‘o maior apoiador do sionismo’. De tudo isto, podemos deduzir a grande confusão que existe no mundo. Espero, portanto, que o que eu digo, que o meu pensamento seja útil. As ideias expressas por mim estão contidas (no livro) 333 Reflexões, e destas, as 26 últimos são designadas exclusivamente para os problemas ambientais e ao perigo iminente de um conflito nuclear. Permitam-me adicionar em um breve resumo. Eu sempre condenei o Holocausto.Eu nunca fui um inimigo do povo judeu, que admiro pela sua capacidade de suportar 2 mil anos de dispersão e perseguição. Muitos dos mais brilhantes talentos, Karl Marx e Albert Einstein, eram judeus, pois é uma nação na qual sobrevive o mais inteligente, uma lei natural. Em nosso país, e no mundo, foram perseguidos e difamados.

O líder cubano, no entanto, acrescenta que este “é apenas um fragmento de idéias que eu defendo”.

– Eles (os judeus) não foram os únicos perseguidos e caluniados por suas crenças. Os muçulmanos, por bem mais de 12 séculos, foram atacados e perseguidos pelos cristãos europeus, por causa de suas crenças, assim como os primeiros cristãos na antiga Roma, antes de se tornar a religião oficial do império. A história deve ser aceita e lembrada como ela é, com suas realidades trágicas e guerras ferozes. Falei, portanto, justamente sobre os perigos que a humanidade corre hoje, quando estes se tornaram o maior risco de suicídio para a nossa frágil espécie. Se os EUA se envolverem em uma guerra contra o Irã, embora com de natureza convencional, seria melhor desligar a luz começar a correr. Como poderiam resistir a uma guerra com 1,5 milhão de muçulmanos? – pondera o revolucionário.

Ainda sobre o jornalista Goldberg, Fidel o considera “um grande jornalista, capaz de expor de forma amena e com maestria os pontos de vista mais polêmicos”.

– Ele não inventou nenhuma frase, as transfere e as interpreta – concluiu Fidel.



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