quinta-feira, 16 de setembro de 2010

BRASIL DE FATO

Um esforço do Brasil de Fato para denunciar o caráter antidemocrático do atual processo eleitoral.


As eleições – espaço político que poderia ser importante para apresentar projetos para o país e elevar a consciência política da população brasileira – estão cada vez mais despolitizadas e dependentes do poderio econômico. São vergonhosas e imorais as milionárias cifras gastas para eleger os integrantes dos poderes Executivo e Legislativo em nosso país.

A burguesia brasileira reduziu a campanha eleitoral à propaganda na televisão, a marketing de pessoas – não de programas – que dependem de esquemas econômicos muito caros. A compra de cabos eleitorais – “militância” paga e material de propaganda sofisticados – se tornou um fato normal. Com isso, têm mais vantagem os candidatos que conseguem maiores arrecadações de recursos, junto a empresas, bancos etc., em mecanismos no mínimo promíscuos para quem deseja ocupar cargos públicos e administrar volumosos recursos do povo.

Nesse cenário, não há um clima de debates de ideias e de agitação política na sociedade. As campanhas eleitorais estão engessadas, moldadas por uma legislação que impede uma participação popular mais ativa. Limita comícios e atividades de agitação política próprias da natureza do processo.

Com as candidaturas favoritas niveladas por baixo e o debate sobre os rumos do país jogado ao ostracismo, a grande ausente do processo eleitoral brasileiro é a política. Política aqui entendida como a disputa de interesses contraditórios acerca dos problemas fundamentais da sociedade. E, numa sociedade de classes, desigual como a brasileira, o desaparecimento do conflito favorece os mais fortes, os dominantes.

A mídia corporativa cumpre ainda um papel fundamental nesta mediocrização das campanhas eleitorais. A cobertura limita-se aos favoritos – exatamente aqueles com os orçamentos milionários – e a linha editorial prioriza as trajetórias e características pessoais dos candidatos. Ou seja, projetos para o país jamais são discutidos.

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