domingo, 19 de setembro de 2010

ESTUDO:BRASIL ESTÁ ENTRE OS 10 PAÍSES MAIS DESIGUAIS DO MUNDO

Baixa escolaridade
Estudo: Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo
O GLOBO
BRASÍLIA - Uma Análise publicada pelo economista da FGV Marcelo Côrtes Neri, mostra que desde 1996 há redução do índice de Gini - indicador, que mede a concentração de renda (quanto mais perto de 1, maior a desigualdade) - caiu de 0,6068, naquele ano, para 0,5448, em 2009. A baixa escolaridade da população brasileira mantém o país entre as dez nações mais desiguais do mundo.

- Ainda estamos no top 10 da desigualdade mundial - afirma o economista durante entrevista à Agência Brasil.

Apesar da queda, o índice brasileiro é superior ao de países como os Estados Unidos (em torno de 0,400) e da Índia (0,300); e está próximo ao de nações mais pobres da América Latina e do Caribe e da África Subsaariana.

(...)

O sociólogo e cientista político Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), assinala que "a educação no Brasil é muito ruim" e que há um "excesso de valorização" da escolaridade, o que explica a grande diferença salarial entre quem tem curso superior e quem não tem nenhuma formação. Para ele, o desempenho educacional "não tem melhorado muito" e, portanto, nos próximos dez anos o quadro de desigualdade permanecerá.

Para o gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Cimar Azeredo, o Brasil tem "mazelas que não se desfazem de uma década para outra". Ele citou a diferença entre a renda de homens e mulheres, brancos e negros. "O passivo é muito grande. Somos há muito tempo um país desigual."

O estatístico e economista Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), confirma que o país ainda vive "as sequelas do passado" demonstradas, por exemplo, na última Pnad, que, além da desigualdade perene, indica que um em cada cinco brasileiros com 15 anos ou mais tem menos de quatro anos de estudo.

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