segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A "GUERRA" NO RIO DE JANEIRO

Assisti atônita e com um nó da garganta aos recentes ataques dos políciais e das Forças Armadas às comunidades da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. Na verdade, fiquei esperando algum indício desta ação truculenta que evidenciasse a verdadeira natureza daquele ataque.

Mostrar tudo aquilo como um ato heróico e como solução para o grave problema da segurança pública do Rio de Janeiro é, no minímo, a marca do cinismo do governador Sérgio Cabral.

Afinal, alguém acredita que o problema da segurança no Rio está sanado?

O que assistimos foram cenas de repressão apenas e isso não é sufuciente para solucionar uma questão tão profunda e que requer seriedade para construção de uma efetiva política de segurança pública e de oferta de oportunidades para os jovens.

Fico imaginando o terror das milhares de pessoas de bem daquelas comunidades expostas a truculência daquela invasão.

A solução da violência no Rio e, do Brasil afora está na efetiva construção de uma política de Estado para Segurança Nacional onde as Forças Armadas devem ser reestruturadas para combater a entrada de armas e drogas nas fronteiras. Afinal, este deve ser o papel das Forças Armadas e não a ação dentro de área urbana.

Foram presos traficantes. Muito bom. Mas se tivessémos uma polícia ostensiva e séria eles já estariam presos há muito tempo. A legislação brasileira carece, também, de uma revisão já que todos os que foram presos ontem dentro de 5 ou 6 anos no máximo estarão amparados por progressão da pena e poderão voltar às ruas em regime semi aberto, etc, etc.

É bom lembrar que, os que foram capturados são apenas a ponta do iceberg. E os donos dos cartéis, encastelados e a salvo da investida da polícia, quando serão presos?

Esse faz- de- conta do governo do estado só servirá para dar lugar a novas organizações criminosas. Será o "velho" tráfico dando lugar a uma "nova" forma de organização que incomodará menos o governo.

A idéia é proporcionar uma falsa aparência de áreas "pacificadas", entretanto a população continuará refém da violência generalizada, protagonizada tanto pelo crime organizado como pelos governantes.

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