terça-feira, 13 de novembro de 2012

O CONFLITO NA SÍRIA



site do PCB
imagemDiário Liberdade


(DECLARAÇÃO DE PARTIDOS COMUNISTAS)
O imperialismo, disfarçando sua face sob a bandeira de "oposição síria", iniciou um ataque sangrento ao povo sírio. Depois de um breve período de confusão a respeito dos incidentes na Síria, a fumaça baixou. Agora não há dúvida de que o grupo rebelde, o chamado "Exército Livre Sírio" (ELS), que está envolvido em uma luta armada contra o governo sírio, é patrocinado pelo imperialismo liderado pelos EUA, a sua contraparte da União Europeia e seus clientes regionais, incluindo a Arábia Saudita, Qatar e Turquia. Estes não só endossam politicamente o ELS, mas também financiam suas atividades, treinam suas milícias e  fornecem armas para a sua "santa" luta.
Embora o povo sírio tenha suas próprias razões para se opor ao regime de Assad, a campanha em curso contra o governo sírio não reflete a vontade e as exigências do povo sírio. O atual conflito na Síria não pode ser simplesmente definido nos termos do modelo  "povo versus ditador”. Mudanças de regime recentes no mundo árabe e principalmente a notória queda do governo líbio mostrou que os imperialistas vêm explorando esse modelo para embasar o apoio à intervenção imperialista no Oriente Médio. Seu objetivo é encenar um cenário semelhante na Síria.
Os acontecimentos na região expressam a intensificação da agressividade imperialista e o aprofundamento da competição inter-imperialista pela aquisição de novos mercados e pela exploração dos recursos naturais da região. A agressão dos EUA, da OTAN, da UE e seus aliados contra a Síria serve ao objetivo de impor um governo que cumpra totalmente com os ditames imperialistas e lealmente sirva aos seus interesses. Estas forças imperialistas dizem abertamente que, através de uma mudança de regime na Síria, pretendem também isolar e enfraquecer o Irã. Neste sentido, não é uma coincidência que os planos para uma ofensiva militar contra o Irã tenham mais uma vez, recentemente, vindo à tona.
Uma vez que o ataque contra a Síria é parte de um grande plano estratégico dos Estados Unidos em relação ao Oriente Médio, outros atores internacionais estão inevitavelmente se envolvendo na questão. A Rússia, confiante na capacidade do regime sírio de resistir contra a agressão em curso, já tomou partido do governo Assad.
Na região, o governo dos EUA trabalha em estreita colaboração com a Arábia Saudita, Qatar e Turquia. Estes fazedores de guerra têm despejado dinheiro, armas e até mesmo importado jihadistas internacionais para a Síria. Sob essas circunstâncias, os povos da Síria que têm diferentes identidades étnicas e religiosas estão preocupados com o seu futuro e com o futuro da Síria como país secular e multi-étnico.
A Turquia, que partilha fronteiras com a Síria, não só organizou reuniões para estabelecer uma oposição sunita unificada contra o regime sírio, mas também implantou as milícias sunitas islâmicas em cidades fronteiriças. Nos campos de refugiados construídos dentro das fronteiras da Turquia, as milícias estão vivendo entre os refugiados civis, numa aberta violação das normas internacionais em matéria de campos de refugiados. Além disso, em campos militares distintos, a CIA e o MOSSAD, ao lado das forças de inteligência turcas, estão treinando as milícias sírias. Ressaltamos que a tensão na fronteira turco-síria é particularmente perigosa e destacamos que a maioria do povo na Turquia é contra qualquer intervenção na Síria.
Além disso, durante o curso dos eventos recentes no Oriente Médio, os imperialistas e sua mídia corporativa e porta-vozes acadêmicos rotulam as forças pró-imperialistas de "revolucionárias". Fazendo isso, eles esperam ser capazes de justificar as intervenções imperialistas no Oriente Médio aos olhos das pessoas.
A este respeito, como partidos comunistas e operários, condenamos todo tipo de intervenção imperialista na Síria, seja efetuada através do apoio de grupos dentro da Síria para lutar contra o regime, seja através de operação militar direta. Reconhecemos que qualquer método que tenha sido adotado ou que possa vir a ser colocado em prática por parte do imperialismo na Síria viola o direito do povo sírio à auto-determinação.
Declaramos que toda esta propaganda imperialista, a assim chamada "revolução" e a intervenção tornaram-se indissoluvelmente atreladas. Condenamos os apologistas da intervenção imperialista que louvam as forças pró-imperialistas, incluindo os islamistas que agora lutam contra o povo sírio como "revolucionários".
Este é um chamado dos partidos comunistas e operários para todos os reais revolucionários e forças amantes da paz, aos povos da região, pela elevação do nível de luta contra a agressão imperialista na Síria e as ameaças contra o Irã.
Partido dos Trabalhadores da Bélgica
Partido Comunista da Grécia
Partido Comunista dos Trabalhadores Húngaros
Partido Socialista da Letônia
Partido Comunista de Luxemburgo
Partido Comunista do México
Partido Comunista Operário da Rússia - Partido Revolucionário dos Comunistas (RKRP-RPC)
Partido Comunista dos Povos da Espanha
Partido Comunista da Turquia
União dos Comunistas da Ucrânia
Partido Comunista da Venezuela
Partido Comunista Brasileiro
PADS, Argélia
Partido Comunista das Filipinas [PKP-1930]
Novo Partido Comunista da Iugoslávia

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