terça-feira, 20 de outubro de 2009

SEPE EXIGE QUE AUTORIDADES PARALISEM ATIVIDADES NAS ESCOLAS DA ÁREA DO MORRO DOS MACACOS E BAIRROS ENVOLVIDOS NA GUERRA DO TRÁFICO DE DROGAS

Sindicato recebeu denúncias de que a SME e as CREs estão obrigando os profissionais a manterem escolas abertas para aparentar uma falsa "normalidade" nos locais onde ocorreram os confrontos entre traficantes e a polícia

O conflito em área de risco na cidade do Rio de Janeiro, traz a tona toda a irresponsabilidade dos governos quanto a sua política de desemprego, educação, transporte e segurança. Na semana passada não foram os bandidos, mas sim, a população que promoveu protestos contra a qualidade de transporte oferecida aos cidadãos. Agora, a eclosão de uma situação de guerra civil nas regiões do entorno do Morro dos Macacos, originada pelo conflito entre os interesses do tráfico de drogas e a repressão imediatista e ineficiente do Estado.

No primeiro dia após os conflitos entre policiais e o tráfico de drogas os profissionais de educação são obrigados a ficarem no meio do fogo cruzado. Se as escolas não têm condições de trabalho para seus profissionais em dias “normais”, imaginem nos dias em que há este tipo de conflito. Não é possível que os governos continuem a usar como “escudos da normalidade” o funcionamento regular de escolas que se localizam nessas áreas.

A SME e as CREs orientam o funcionamento normal de escolas atingidas diretamente. Foi o caso por exemplo das escolas da área do Morro dos Macacos que ou foram atingidas e tiveram seus vidros estilhaçados ou tiveram salas incendiadas. Segundo informações em uma das escolas os profissionais foram obrigados a cumprirem horário, dentro da escola que se localiza num dos pontos mais perigosos do morro dos macacos. Outra escola também teve o funcionamento “normal” embora os pais não tivessem levado seus filhos. O termômetro desta situação deve ser a própria comunidade. Se houvesse “normalidade” na região, certamente os pais não sacrificariam seus filhos deixando-os sem aula. Se houvesse normalidade nas áreas atingidas os ônibus não teriam sido queimados em plena rua. Se houvesse situação normal a polícia não iria a imprensa anunciar que vai procurar a arma que atingiu o helicóptero, ou fecharia ruas por toda a cidade.

Por isso o Sepe orienta que as escolas exijam do governo as condições plenas de segurança para o seu funcionamento. Nossos profissionais não são policiais e nenhum tipo de treinamento pode garantir a sua segurança. A Constituição garante que o trabalhador precisa ter segurança para exercer o seu trabalho. É ilegal e imoral que nossas vidas sejam postas em risco em nome de uma normalidade que pretende esconder os graves problemas sociais, produto das políticas governamentais de descaso com a população.

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