quarta-feira, 7 de outubro de 2009

POLÍTICA DE CARTAS MARCADAS

GRACIETE SANTANA
ARTIGO PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 06 DE OUTUBRO NO JORNAL MONITOR CAMPISTA

É notório que o processo eleitoral vigente no Brasil nada tem de revolucionário. Constata-se a cada eleição que nenhuma transformação ocorre. Ao contrário, assistimos a repetição de um processo que tem servido para fortalecer agremiações partidárias descoladas do compromisso com a população, conferindo baixa qualidade às várias instâncias do poder, por eles ocupadas.

Por não conter elementos necessários à transformação da sociedade, o processo eleitoral favorece o carreirismo político, onde sem nenhum constrangimento, candidatos eleitos abandonam o mandato, e estão dispostos à galgar postos mais altos, sem o cumprimento mínimo de suas promessas de campanha. Trocam um mandato por outro, como demonstração nítida de que a maioria dos políticos é movida pelos projetos pessoais, em detrimento do compromisso com os anseios populares.

Estamos há um ano do próximo pleito eleitoral e novos elementos que comprometem a qualidade da vida política estão sendo incorporados, como, por exemplo, o número crescente de celebridades que irão concorrer em 2010. São os puxadores de votos, com a finalidade específica de eleger candidatos para os partidos no qual acabaram de se filiar. Isso confirmado, teremos a prova irrefutável da decadente qualidade da democracia burguesa em nosso país, em que partidos políticos precisam recorrer à pessoas cuja popularidade , em função da atuação artistica e atlética, servirá como isca para eleger seus candidatos.

O advento desses ingredientes nas eleições revelam, aos que tem preocupação com o destino do país, o alto grau de degeneração da maioria dos partidos . Desprovidos de princípios na sua prática estritamente eleitoreira, se dedicam a aprofundar a cada eleição o veio teatral de candidatos que se apresentam como num espetáculo de promessas que não se cumprem, compondo um jogo de interesses com cartas marcadas. Não hesitam em reforçar a prática do uso dos cabos eleitorais, contratados para arregimentar o eleitorado, tornando bairros e distritos verdadeiros currais eleitorais em favor de determinados candidatos.

Nisso, quem perde sempre é o povo ao compactuar com manobras equivocadas , que se permite conduzir pela compra de votos e admite ser manipulada por uma pretensa troca de favores. Esses são os que elegem esses atores que surgem do nada no cenário político. Esses são os que elegem a maioria dos políticos medíocres, cujos mandatos não estabelecem nenhuma diferença.

Votar em candidatos sem histórico de militância política, desvinculados do compromisso com os anseios populares é o mesmo que votar na supressão de direitos à saúde, à educação de qualidade, à moradia, ao pleno emprego, etc. Significa ,simplesmente ,referendar o atraso político e a corrupção.

A reflexão necessária a cada cidadão(ã) consiste no questionamento sobre que modelo de sociedade deseja para si e para seus filhos(as) e o que é preciso fazer para que ela aconteça. Se o desejo de transformação tiver início na capacidade de vislumbrar uma sociedade melhor, já será um bom começo.

GRACIETE SANTANA

Nenhum comentário:

Postar um comentário