sábado, 14 de julho de 2012

Marcha da Vadias


Jornal Folha da Manhã

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Munidos com cartazes contra o machismo e a violência sexual, cerca de 150 pessoas participaram da primeira Marcha das Vadias realizada em Campos, na manhã deste sábado. Segundo participantes, o saldo foi positivo porque o protesto conseguiu agregar diferentes segmentos da sociedade. Os manifestantes se concentraram na praça São Salvador, percorreram as ruas Alberto Torres, Barão de Miracema e terminaram o ato no final da avenida Pelinca. A Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Municipal (GCM) acompanharam o movimento, que foi pacífico.

Apitos, panelas, cartazes e um carro de som foram as armas utilizadas pelos manifestantes para protestar contra a violência praticada contra a mulher. Outro ponto de alerta é a falta de uma Delegacia Especialidade de Atendimento à Mulher (Deam) no município. Quando passaram em frente à 134º Delegacia de Polícia (DP), os participantes da Marcha gritaram ‘A nossa luta é por respeito, delegacia da mulher é um direito’.

Para a estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF) Clarice Alves Pereira, 21 anos, a Marcha foi um grito pela liberdade. “Nós vimos famílias carregando seus filhos, casais gays e transexuais em um mesmo local demonstrando apoio às mesmas causas”, disse.

Já a estudante da UFF, Natália Rodrigues, 19 anos, que estava com o corpo pintado, disse que ao mesmo tempo em que se via o estranhamento de algumas pessoas em bares da Pelinca, em contrapartida, foi possível ver outras se agregando ao movimento. “Eu vi várias pessoas verem a Marcha passar e entrarem na manifestação”, lembrou.

Para os organizadores do evento este foi o primeiro de muitos movimentos que ainda serão realizados em Campos, como pontou a estudante de Design Mara Oliveira, 27 anos. “A proposta é ampliar as discussões sobre gênero e realizar palestras em universidades do município”, explicou.

Em 2011, na cidade de Toronto, no Canadá, um policial, ao fazer palestra sobre estupro, insinuou que a mulher é culpada por sofrer abusos por se vestir como ‘vadia’. Em seguida, estudantes da Universidade de Toronto organizaram a Marcha das Vadias, que este ano foi realizada em diversas cidades brasileiras, como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.

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