sexta-feira, 26 de julho de 2013

Beltrame e sua hora mais escura

Beltrame e sua hora mais escura

Pelo Secretariado Regional
26/ 07/ 2013

À medida que avança a crise política no governo do Estado do Rio de Janeiro, mais o delegado federal José Mariano Beltrame desvela sua face fascista.

Nesta terça-feira, em seminário na Fundação Getúlio Vargas, afirmou: "um tiro em Copacabana é uma coisa. Um tiro na Coréia (periferia) é outra". Como já é lugar comum, foi contestado publicamente pela representante da OAB.

A declaração de Beltrame nada mais é do que a reafirmação do seu caráter truculento, revelado em edição do jornal Folha de São Paulo, de outubro de 2007, quando ainda estava em gestação a ideia da UPP. Leiam só o que já falava Beltrame àquela época: "o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou ontem que os traficantes estão transferindo seus armamentos para favelas da zona sul da cidade...É difícil a polícia ali entrar, porque um tiro em Copacabana é uma coisa. Um tiro na Coréia, no Complexo do Alemão, é outra... O secretário disse que a aproximação entre as favelas e as 'janelas da classe média' não vai evitar que a polícia realize operações nesses locais, mas será necessário ter uma análise de critério muito grande..."

Na semana passada, morreram 13 pessoas nas favelas da Coréia e Taquaral, em Senador Camará, entre elas uma criança. Beltrame, ainda na FGV, ao comentar o fato, falou que também foi usada a inteligência policial, porém "... a Polícia Federal prende sem dar um tiro porque prende a elite. O cliente da PF é outro". Só faltou dizer que "nosso" cliente - isto é os clientes dele - merecem o tratamento do tiro, da correria, do terror do BOPE.

Nós, os comunistas do Partido Comunista Brasileiro, reafirmamos que a política de segurança pública do Estado brasileiro, e em particular no Rio de Janeiro, reflete a truculência do capitalismo brasileiro que, ao ver se aproximar a crise que assola o epicentro do capitalismo europeu, reage da forma que acha mais apropriada, isto é, como no passado, a questão social é um caso de polícia.

Quanto ao tráfico de drogas, o Estado brasileiro, mostrando que escolheu definitivamente defender os interesses de sua burguesia, trata de forma diferente o mesmo tipo de crime: para a chamada classe média e para os ricos, uma "análise de critério muito grande", para os moradores das favelas e da periferia, a mão pesada do BOPE.

Nós, os comunistas, analisando a realidade do que ocorre neste momento no Estado do Rio de Janeiro, conclamamos os partidos de esquerda, os movimentos sociais, todos os que acreditam, apesar de suas limitações, no Estado Democrático de Direito, a denunciar o traço de classe nas declarações insultuosas de Beltrame, exigindo que ele se retrate e pare com as ações violentas contra o povo trabalhador das favelas e da periferia do Rio de Janeiro.

POR UMA FRENTE ANTI-CAPITALISTA !
PELO PODER POPULAR !
PELA DESMILITARIZAÇÃO DA PM !



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