Crédito: UJC | |
“É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.”
(Carlos Marighella)
Por Marco Abreu*
No dia 17 de abril, o PCB e a UJC
promoveram debate sobre a Comissão da Verdade e Direitos Humanos na UFF
na Universidade Federal Fluminense. Estiveram presentes importantes
militantes de direitos humanos e da luta pelo socialismo como os
juristas João Luiz Duboc Pinaud , Modesto da Silveira, a companheira
Joana do Grupo Tortura Nunca Mais e o camarada Ivan Pinheiro Secretário
Geral do Partido Comunista Brasileiro, onde discutiram com mais de 120
jovens universitarios, moradores do Morro do Estado e militantes de
movimentos populares.
O debate foi um importante ato da UJC,
em levar esta importante questão para a UFF.E vital para nós jovens
compreendermos como ainda há muitos traços ditatoriais no cotidiano de
muitos jovens e trabalhador@s em nosso país.
Ainda mais sabendo que no Brasil, de
todos os países latino-americanos que passaram por recentes ditaduras, é
o mais atrasado neste processo de investigação e punição dos crimes
cometidos pelo Estado. Há que lembrar que, em dezembro de 2010, a Corte
Interamericana de Direitos Humanos da OEA condenou o Estado Brasileiro a
investigar, esclarecer e responsabilizar seus agentes que participaram
do desaparecimento de mais de 70 opositores políticos na repressão
contra a Guerrilha do Araguaia . Estendeu esta sentença aos cerca de 500
mortos e desaparecidos políticos, afirmando que a interpretação oficial
da Lei da Anistia não é empecilho para tais atos reparatórios e que
viola a lei internacional de direitos humanos. O Brasil deveria
responder à OEA no prazo de um ano. Até hoje nada foi feito. E, é no
bojo de tais questões que foi votada a “toque de caixa”, em regime de
urgência urgentíssima, Atravessada por todas estas tensões e acordos
políticos firmados, a Comissão Nacional da Verdade foi votada como
“aquilo que é o possível hoje”.
Queremos sim uma Comissão Nacional da
Memória, Verdade e Justiça onde todos os arquivos da ditadura sejam
abertos e publicizados; onde o período de terrorismo de Estado
(1964-1985) seja efetivamente investigado, esclarecido, publicizado.
Queremos sim que nossa história recente
possa ser conhecida por todos, e que os agentes do Estado terrorista
possam ser execrados socialmente e responsabilizados por seus bárbaros
atos.
Vamos formar comissões da verdade
paralelas a oficial, para buscar a verdade e pressionar o governo
brasileiro para que investigue e condene todos os crimes cometidos neste
periodo e seus financiadores.
*Marco Abreu é militante da UJC e do
PCB, estudante de arquitetura da UFF e ativista do Movimento Nacional de
Luta pela Moradia(MNLM)
http://ujc.org.br/index.php/artigos-sobre-a-ujc/113-ujc-constroi-atodebate-pela-comissao-da-verdade-na-uff
Nenhum comentário:
Postar um comentário