quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS COMUNISTAS DO PCB, O ESTADO E A CORRUPÇÃO



imagemCrédito: PCB/GO
Robson de Moraes
A cada dia a grande mídia explora de forma sensacionalista e superficial, os inúmeros e variados casos de corrupção que habita, parasitariamente, as estruturas do aparelho de estado. Sua existência não é um mero desvio de caráter, um deslize de desonestidade, corrigido pelo simples afastamento do agente público envolvido. A corrupção é parte da estrutura da máquina estatal no Brasil. Não há a mínima possibilidade de eliminá-la, sem alterar o conteúdo e a forma do estado nacional, com seus viciados métodos de decisão e representação, sangue e oxigênio da apropriação privada do bem público.
Em uma sociedade marcada historicamente por uma brutal e sectária divisão social, os setores dominantes de nossa economia, habituaram-se a se locupletar com o dinheiro público. O estado brasileiro é uma extensão de seus interesses privados e a política um balcão de negociatas empresariais, metamorfoseadas em uma falsa linguagem desenvolvimentista, que eleva o Produto Interno Bruto e agrava a desigualdade social. Herança de uma composição monárquica de estado, o público e o privado, nunca se separaram, a República não proporcionou a separação do legislativo, do judiciário e do executivo, tal qual imaginaram os filósofos da Revolução Francesa. A Liberdade, Fraternidade e Igualdade, antes aprisionada pela carcomido medievalismo, hoje tem como carcereiro o poder econômico de uma elite egoísta e destrutiva, incapaz de perceber a urgência no atendimento às demandas populares.
A corrupção é apenas mais uma evidência do caráter de classe do estado brasileiro. Aqueles, que por um motivo ou outro, são surpreendidos em suas práticas, são meros operadores de uma dinâmica. A substituição do operador não elimina a operação. É preciso minar o sistema e sua lógica de operação presente hoje na Polícia, na Câmara de Vereadores e Assembléias Legislativas, no executivo e nos tribunais. A corrupção é forma privilegiada do fazer política das elites brasileiras, que se apoderando do aparelho do estado, transformou as leis e a adiministração pública em técnicas de enriquecimento e controle.
A disputa encarniçada entre poucos grupos empresariaias pelo “direito” de saquear a riqueza pública, vem possibilitando as denúncias de ações ilícitas e ilegítimas, contribuindo decisivamente para agravar a crise de legimtimidade, na qual atravessa o estado e seu sistema político representativo. A descrença e indiferença compõem o cenário da fragilizadas democracia, que leva os indivíduos ás urnas por força de legislação, o Direito foi convertido em um mero Dever de legitimar mandatos de operadores do velhaco sistema, em uma mudança que garante a permanência.
Diante da ilegitimidade da ação do estado, da falência do Direito, enquanto princípio do ordenamento social, da criminalização dos movimentos sociais em uma correlaçlão de forças desfavorável a luta direta, atuarmos na construção contra-hegemônica passa a ser uma tarefa central. As lutas específicas proliferam e passam a pautar, com sua pluralidade e singularidade as formas de contestação social. Os movimentos que tática ou estrategicamente firmaram compromissos com a máquina do estado, esvaziaram-se politicamente e vivenciam um processo de cooptação e domestificação de suas bandeiras de lutas e palavras de ordem.
A crise da política, no entanto, é um sintoma da grave crise social e da corrosão dos mecanismos de sociabilização formalmente estabelecidos. Estamos em dias que o Partido Político despolitiza, a Escola deseduca, a Igreja transforma a fé em mercadoria e o estado é o capitão do mato do mercado e seus vencedores. Na impossibilidade da reprodução da vida, o banditismo social salta aos olhos, como contorno da rebelião social em sua forma mais primitiva.
Fonte: PCB/GO

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