RN precisa conferir o que fizeram com Luís Maranhão
(Primeira parte da coluna)
NATAL, segunda-feira 7 de maio de 2.012 - O Rio Grande do Norte precisa entrar em campo para conhecer melhor a que parece ser a derradeira história do extermínio de um de seus melhores filhos, o saudoso professor e político Luiz Inácio Maranhão Filho, ao qual nunca pode sepultar. Um dos maiores líderes do Partido Comunista Brasileiro durante décadas, Luís Maranhão é uma das vítimas do terrorismo de Estado cometido por extremistas a soldo, durante o auge do obscurantismo imposto pelo governo militar que se instalou no país em 1.964.
NATAL, segunda-feira 7 de maio de 2.012 - O Rio Grande do Norte precisa entrar em campo para conhecer melhor a que parece ser a derradeira história do extermínio de um de seus melhores filhos, o saudoso professor e político Luiz Inácio Maranhão Filho, ao qual nunca pode sepultar. Um dos maiores líderes do Partido Comunista Brasileiro durante décadas, Luís Maranhão é uma das vítimas do terrorismo de Estado cometido por extremistas a soldo, durante o auge do obscurantismo imposto pelo governo militar que se instalou no país em 1.964.
Muito foi feito para se saber seu paradeiro, ou apenas o de seu corpo, quando os natalenses se convenceram, por múltiplas versões, que havia sido covardemente assassinado.
Em "Memórias De Uma Guerra Suja", o autor confessa ser um ex-agente da repressão da ditadura brasileira pós-64 que teria assumido um papel relevante na tortura e extinção de adversários do regime ao suceder neste papel o delegado paulista Sérgio Fleury. Transformado em evangélico e pastor espiritualizado, ele teria resolvido contar, da maneira mais crua possível, tudo o que viu e de participou.
Uma das principais novidades do livro do ex-delegado Rogério Medeiros, ex-diretor do malfadado Dops, Departamento de Ordem Política e Social, no Estado do Espírito Santos, é mostrar o que a monstruosidade fardada de forma vergonhosa fez a vários desaparecidos políticos, revelando como líderes de esquerda foram assassinados e fornecendo elementos novos que podem elucidar crimes dos tempos da ditadura militar.
Entre os corpos que os horrores mostrados pelo livro destaca situa-se o do potiguar Luiz Ignácio Maranhão Filho, advogado, professor e jornalista que foi um dos históricos dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Era o quarto filho do casal Luiz Ignácio de Albuquerque Maranhão e Maria Salomé de Carvalho Maranhão. Se vivo estivesse, Luiz Maranhão teria hoje 91 anos.
A última informação que a sociedade civil teve de sua existência é a de que ele foi sequestrado por policiais numa praça de São Paulo em 3 de abril de 1974. A partir daí, a família protagonizou uma busca formidável, que chegou a lhe mostrar que Luís havia sido assassinado com uma injeção para matar cavalos. Nunca, entretanto, ninguém conseguiu um documento comprovando esta ou aquela versão. Rogério Medeiros revelou que Luís Maranhão e outros militantes de esquerda foram incinerados numa usina de açúcar do litoral fluminense.
Lastimavelmente, entretanto, o interesse despertado pelo depoimento do torturador parece ter-se limitado à satisfação momentânea de uma curiosidade adormecida. A indiferença diante de situações como esta abre precedentes para que golpes semelhante voltem a ser assestados contra o país.
É preciso procurarmos capturar mais informações com o autor do livro e a partir daí cobrar a responsabilização dos exterminadores de Luís.
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Veja a página do PCB – www.pcb.org.br
Partido Comunista Brasileiro – fundado em 25 de Março de 1922
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