segunda-feira, 14 de maio de 2012

RN precisa conferir o que fizeram com Luís Maranhão


 
RN precisa conferir o que fizeram com Luís Maranhão
(Primeira parte da coluna) 
NATAL, segunda-feira 7 de maio de 2.012
 - O Rio Grande do Norte precisa entrar em campo para conhecer melhor a que parece ser a derradeira história do extermínio de um de seus melhores filhos, o saudoso professor e político Luiz Inácio Maranhão Filho, ao qual nunca pode sepultar. Um dos maiores líderes do Partido Comunista Brasileiro durante décadas, Luís Maranhão é uma das vítimas do terrorismo de Estado cometido por extremistas a soldo, durante o auge do obscurantismo imposto pelo governo militar que se instalou no país em 1.964.



Muito foi feito para se saber seu paradeiro, ou apenas o de seu corpo, quando os natalenses se convenceram, por múltiplas versões, que havia sido covardemente assassinado.
O que mais recentemente recomenda a busca é a divulgação iniciada há poucos dias de um livro que foi muito e fugazmente comentado na mídia natalense durante a semana passada.

Em "Memórias De Uma Guerra Suja", o autor confessa ser u
m ex-agente da repressão da ditadura brasileira pós-64 que teria assumido um papel relevante na tortura e extinção de adversários do regime ao suceder neste papel o delegado paulista Sérgio Fleury. Transformado em evangélico e pastor espiritualizado, ele teria resolvido contar, da maneira mais crua possível, tudo o que viu e de participou.
  
Uma das principais novidades do livro do ex-delegado Rogério Medeiros, ex-diretor do malfadado Dops, Departamento de Ordem Política e Social, no Estado do Espírito Santos, é mostrar o que a monstruosidade fardada de forma vergonhosa fez a vários desaparecidos políticos, revelando como líderes de esquerda foram assassinados e fornecendo elementos novos que podem elucidar crimes dos tempos da ditadura militar.

Entre os corpos que os horrores mostrados pelo livro destaca situa-se o do potiguar Luiz Ignácio Maranhão Filho, advogado, professor e jornalista que foi um dos históricos dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Era o quarto filho do casal Luiz Ignácio de Albuquerque Maranhão e Maria Salomé de Carvalho Maranhão. Se vivo estivesse, Luiz Maranhão teria hoje 91 anos.

A última informação que a sociedade civil teve de sua existência é a de que ele foi sequestrado por policiais numa praça de São Paulo em 3 de abril de 1974. A partir daí, a família protagonizou uma busca formidável, que chegou a lhe mostrar que Luís havia sido assassinado com uma injeção para matar cavalos. Nunca, entretanto, ninguém conseguiu um documento comprovando esta ou aquela versão. Rogério Medeiros revelou que Luís Maranhão e outros militantes de esquerda foram incinerados numa usina de açúcar do litoral fluminense.

Quando esta informação foi publicada em Natal, muitos conterrâneos procuraram conhecer o livro, acorrendo às livrarias locais e fracassando em sua busca, porque ainda não havia chegado aqui. Muitos o pediram a lojas e sebos de outras unidades federativas. Esta procura sugeriu a exumação aqui de esforços no sentido de encontrar Luiz Maranhão ou um documento oficial em que finalmente a União reconheça ter-lhe aplicado a "solução final" à Adolf Hitler ou pelo menos que deixou que fosse assassinado enquanto estava sob sua custódia. 
Lastimavelmente, entretanto, o interesse despertado pelo depoimento do torturador parece ter-se limitado à satisfação momentânea de uma curiosidade adormecida. A indiferença diante de situações como esta abre precedentes para que golpes semelhante voltem a ser assestados contra o país.

É preciso procurarmos capturar mais informações com o autor do livro e a partir daí cobrar a responsabilização dos exterminadores de Luís.




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Veja a página do PCB – www.pcb.org.br 
Partido Comunista Brasileiro – fundado em 25 de Março de 1922

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