Hoje,
milhões de trabalhadores entraram em greve, na Europa, para mostrar seu
desagrado frente aos cortes de gastos públicos e os aumentos de
impostos pelos governos da maioria dos países da região, que vêm gerando
um quadro de desemprego crescente e de deteriorização das condições de
vida dos trabalhadores. O movimento, chamado de "Dia Europeu da Ação e
da Solidariedade", foi convocado por cerca de 40 sindicatos, em 23
países europeus, paralisando portos, aeroportos, indústrias e empresas
comerciais, além de diversos serviços públicos. No Olhar Comunista dessa
quarta.
A CGTP-Intersindical, maior central
sindical de Portugal, declarou que a greve é um protesto direto contra
“a exploração e o empobrecimento” causados pelas políticas de
austeridade. A entidade afirmou, ainda que os processos de “resgate
financeiro” empreeendidos pelo Fundo Monetário Internacional e pela
Comissão Europeia, por meio de empréstimos, em Euros, aos países
endividados, criaram uma “colonização financeira” contra estes países.
A greve continental, mesmo que parcial, é
um passo adiante na luta de classes, é a superação, na prática, das
fronteiras nacionais no processo de enfrentamento ao capital, este já
internacionalizado há muito. É um claro sinal de que os trabalhadores
europeus estão chegando ao seu limite, endentendo que esta crise não é
deles, que não há mais como tolerar as medidas de arrocho fiscal e
salarial, que não há mais como suportar o desmonte de sistemas públicos
de saúde, previdência, educação e outros, gerado pelos cortes
orçamentários.
O movimento discute as alternativas
possíveis para o enfrentamento da questão, debatendo a proposta de
“suavização” das condições de pagamento dos empréstimos, a perspectiva
de saída da Zona do Euro, o controle das instituições financeiras pelo
Estado. Como pano de fundo, começam a aparecer, claramente, os limites e
as contradições, insuperáveis, da moeda única européia e das políticas
liberais que a suportam, assim como os limites e as contradições,
igualmente insuperáveis, do sistema capitalista.
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