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Trabalhadores estariam em alojamento irregular com pouca condição de higiene
Representantes do Sindicato da Construção Civil e do Ministério do
Trabalho e Emprego estiveram durante a manhã e início da tarde desta
quarta-feira (28/11), reunidos com representantes da OSX, Acciona,
empresa responsável pela construção do quebra-mar e do estaleiro do
Superporto do Açu, e da Hispabras Engenharia Civil e ambiental, empresa
contratada pela Acciona, na Pousada Maramar, na praia de Grussaí, em São
João da Barra, depois que funcionários da Hispabras denunciaram as
condições do alojamento localizado na Rua Manoel Ferreira Landim, também
na praia de Grussaí.
De
acordo com o Fiscal de Obras do Sindicato, Rogério da Glória, os
trabalhadores fizeram a denúncia nesta terça-feira (27/11), relatando
falta de cuidados, por parte da empresa, com as refeições dos
trabalhadores, assim como a limpeza do alojamento, além de reclamarem de
algumas questões trabalhistas.
O carpinteiro José Adeildo Alves de Siqueira, de 29 anos disse que
veio para o interior do estado do Rio de janeiro para exercer sua
profissão nas obras do Superporto com a garantia de que no final do ano,
retornaria para ver a família, que ficou em Custódia, em Pernambuco.
Uma vez na empresa, foi informado que aqueles que quisessem voltar antes
do prazo de seis meses deveriam fazê-lo com recursos próprios. José
ainda denunciou desvio de funções dentro do canteiro de obras.
“Vim
pra cá pra trabalhar como carpinteiro, mas eles me colocaram como
ajudante de pedreiro e outras funções. A água do filtro é de péssima
qualidade e quando fiquei doente, depois de beber, me disseram que se eu
não estivesse satisfeito, poderia ir embora. Se eu for, perco meus
direitos, quero a quebra de contrato e que eles paguem minha volta pra
casa”, desabafou o trabalhador.
Uma vez identificado os pontos de reivindicação dos trabalhadores,
uma reunião entre as partes foi convocada. Após explanações ficou
estabelecido que dos 181 funcionários, cerca de 33 retornarão aos seus
estados de origem, a grande maioria, Maranhão, Bahia e Pernambuco,
outros 50 serão transferidos para outra pousada e os demais permaneceram
na mesma hospedagem, até que o alojamento próprio da Acciona seja
construído.
O responsável pela logística administração e finanças da Acciona,
Olivier Ricardi, disse que a empresa deverá tomar todas as medidas
cabíveis para solucionar o problema, a fim de imprimir a seriedade da
empresa, fazendo além do que a legislação estabelece e dispondo mais
encarregados da mesma para fiscalizar a relação das empresas contratadas
com seus trabalhadores.
Com
a insatisfação de alguns trabalhadores que demonstraram desejo de
voltar aos seus estados, o fiscal de obras do Sindicato da Construção,
Rogério da Glória revelou que diante do descumprimento de alguns acordos
a Convenção Coletiva de Trabalho estabelece os trabalhadores sejam
dispensados por quebra de contrato e retornem aos seus estados de origem
com custeamento da empresa, no caso a Hispabras.
Já o representante do Ministério do Trabalho e Emprego, Clézio
Miranda disse que as maiores providências foram tomadas na reunião e que
diante do decorrer dos fatos o papel do órgão será o de elencar as
irregularidades e responsabilidade de cada uma das empresas envolvidas e
autuar as empresas, caso necessário.
Ururau
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