Crédito: CM | |
Manifesto assinado por dezenas
de personalidades e ativistas sociais rechaça tentativa da Sociedade
Interamericana de Imprensa (SIP) de colocar no banco dos réus os
governos que têm assumido a responsabilidade de abrir caminhos à
perspectiva de avançar na democratização dos meios de comunicação.
Documento reafirma compromisso com a democratização da comunicação e
apoio às iniciativas dos governos nesta direção.
Redação
14.10.2012
São Paulo - De 12 a 16
de outubro, em São Paulo, ocorre a 68ª Assembleia da Sociedade
Interamericana de Imprensa (SIP). Este evento, formado fundamentalmente
pelos grandes meios de comunicação corporativos, tem previsto “examinar”
a situação da liberdade de expressão no continente, com o explícito
propósito de colocar no banco dos réus os governos que têm assumido a
responsabilidade de abrir caminhos à perspectiva de avançar na
democratização dos meios de comunicação.
De fato, em São Paulo se busca armar um
novo episódio da campanha midiática empreendida por este cartel para
mostrar que seu poder acumulado é intocável. Isto é, que qualquer
iniciativa que pretenda propiciar maior diversidade e pluralidade no
mundo midiático deve ser condenada por “atentar contra a liberdade de
expressão”, obviamente, uma prerrogativa sua.
Com os ventos de mudanças que sopram em
nossa região, porém, o que se torna cada vez mais evidente é que
padecemos de um sistema midiático em que predominam grandes grupos
familiares que concentram e monopolizam o setor, articulados
organicamente ao conjunto de poderes reais, imbuídos de critérios
patrimonialistas e com uma lógica eminentemente comercial, só para
assinalar algumas características. A partir desta posição de força, este
sistema alardeia que em matéria de comunicação não se deve estabelecer
nenhuma regulamentação, com a premissa de que a melhor lei é aquela que
não existe. Em suma: somos intocáveis e aquele que ouse romper esta
regra será condenado por atentar contra a “liberdade de expressão”.
Os que subescrevem este comunicado
rechaçam a nova impostura que a SIP pretende instrumentalizar e
reafirmam o compromisso com a democratização da comunicação, com o
consequente respaldo às iniciativas dos governos consequentes com esta
causa.
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