07 Outubro 2012 - Eleições 2012
Crédito: PCB | |
Ivan Pinheiro
Hoje é um dia que a mídia hegemônica
euforicamente saudará como uma “festa da democracia”, mais um
espetáculo para iludir o povo com a impressão de que ele decide o seu
destino, escolhendo representantes.
Os opressores, que fazem política
cotidianamente, valorizam as eleições para passar aos oprimidos a
impressão de que política é poder votar livremente num candidato, na
maioria das vezes um opressor! Daqui a dois anos, chegará novamente
a “hora da política”.
Este teatro - farsa, drama e comédia -
não tem nada de democrático. Democracia é igualdade de condições para se
travar qualquer disputa. A desigualdade está nas fortunas gastas nas
campanhas, no financiamento de empresas, na corrupção, na manipulação
midiática, na maquiagem demagógica de candidatos.
Os verdadeiros temas políticos e
ideológicos são colocados em segundo plano, imperando a demagogia e o
debate técnico sobre como resolver problemas em geral insolúveis no
capitalismo.
Mas os comunistas não renunciam a lutar
em qualquer terreno. Mesmo conhecendo suas desvantagens, enfrentam a
burguesia em seu próprio campo, desmascarando-a, denunciando o sistema
político, econômico e social.
O PCB mais uma vez enfrentou este
desafio; mais uma vez, milhares de verdadeiros militantes comunistas
foram às ruas, aos bairros, às escolas e aos trabalhadores, levando a
mensagem do socialismo, denunciando o capitalismo, o imperialismo.
Os nossos resultados políticos foram
positivos; os resultados eleitorais serão modestos, pois o PCB se recusa
a participar de coligações com partidos da ordem, que poderiam nos
assegurar mandatos, mas que custariam caro à nossa coerência política,
ao nosso projeto de ruptura com o capital.
O PCB avançou também em seu processo de
reconstrução revolucionária. Nas eleições burguesas os militantes se
revelam, para o bem ou para o mal. A regra foi a militância aguerrida, a
disciplina consciente, a defesa da linha política do Partido. As
direções do PCB não vacilaram em anular coligações espúrias, retirar
candidaturas, dissolver instâncias partidárias, expulsar os que se
degeneraram. O Partido sai depurado dessas eleições.
Assim mesmo, contra a nossa vontade,
ainda disputarão essas eleições alguns candidatos que, apesar de
impugnados e expulsos pelo PCB, conseguiram manter a candidatura por
força de decisões judiciais. Não são candidatos do PCB, mas de juízes e
grupos oligárquicos locais. São produtos residuais de filiações
indiscriminadas feitas antes de nossa decisão de só admitir militantes
(e não apenas filiados) por recrutamento (e não por filiação). Servem de
lição para redobrarmos nossa vigilância revolucionária.
Mas as eleições passam e a luta
continua. Não será através delas que construiremos o socialismo, nem
diminuiremos a exploração capitalista.
Vêm aí o Congresso da Unidade Classista,
as lutas contra as reformas regressivas dos direitos trabalhistas e
previdenciários, o trabalho entre a juventude, as mulheres, os
trabalhadores e o proletariado em geral; vem aí o cotidiano da luta de
classes, o exercício do internacionalismo proletário, a construção do
Partido, os debates do XV Congresso.
E não podemos deixar de nos dirigir aos
aliados da Frente de Esquerda, com os quais lutamos nesta batalha
eleitoral. Não queremos mais meras coligações eleitorais. O PCB espera
que a generosa demonstração de unidade que deu nessas eleições contribua
para a construção de uma frente permanente, para a luta cotidiana
contra o capital e o imperialismo, na perspectiva do socialismo.
Ivan Pinheiro
Secretário Geral do PCB
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