Agência Brasil
06.06.2012
Denúncias de ex-delegado do Dops sobre crimes da ditadura estão sendo investigadas
Brasília
– As denúncias feitas pelo ex-delegado do extinto Departamento de Ordem
Política e Social (Dops) Cláudio Guerra de que corpos de militantes de
esquerda foram incinerados em uma usina de cana-de-açúcar no município
de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense estão sendo investigadas
pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.
Guerra relatou durante entrevista ao programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, veiculado na noite de quarta-feira 5 que depôs por cerca de 16 horas para integrantes do MPF. Durante o interrogatório, ele foi advertido que poderia responder criminalmente. “Não quero me eximir de culpa. Quero falar, não tenho de esconder nada. A minha finalidade de vida é ajudar na busca da verdade”, disse para o jornalista Alberto Dines, âncora do programa.
Leia também:
Em entrevista, ex-delegado Dops reafirma crimes da ditadura
O procurador da República Eduardo Santos de Oliveira instaurou a investigação no início de maio, baseando-se no relato de Guerra. Na portaria que instaura a investigação, Oliveira pede que sejam expedidos ofícios à Comissão Nacional da Verdade e à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, requisitando informações e documentos relacionados ao caso. Para o MPF, os policiais agiram a serviço do Estado, o que submete os crimes à jurisdição federal.
De acordo com Cláudio Guerra, a Polícia Federal está fazendo um trabalho de investigação sério. Após as publicação do livro Memórias de uma Guerra Suja, dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, no qual estão relatadas as denúncias, o ex-delegado do Dops esteve em Minas Gerais e no Rio de Janeiro mostrando aos policiais federais locais onde militantes de esquerda foram executados.
Na última segunda-feira (4), o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que as Forças Armadas vão repassar todas as informações que forem requisitadas pela Comissão Nacional da Verdade. No entanto, Guerra acredita que grande parte dos documentos, inclusive os que incriminam militares, foi completamente destruída em 1975. “Destruíram os arquivos todos. Só ficou o feijão com arroz que não criminalizava ninguém”.
Guerra aproveitou a entrevista ao Observatório da Imprensa para fazer um apelo aos militares que atuaram com ele durante o regime militar. “Não tenham medo da verdade, venham perante às autoridades e contem história do que aconteceu. Os crimes tem mais de 20 anos. Pela nossa lei penal, estão prescritos. O que tem para nós? A condenação mental”.
*Matéria originalmente publicada em Agência Brasil
Guerra relatou durante entrevista ao programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, veiculado na noite de quarta-feira 5 que depôs por cerca de 16 horas para integrantes do MPF. Durante o interrogatório, ele foi advertido que poderia responder criminalmente. “Não quero me eximir de culpa. Quero falar, não tenho de esconder nada. A minha finalidade de vida é ajudar na busca da verdade”, disse para o jornalista Alberto Dines, âncora do programa.
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O procurador da República Eduardo Santos de Oliveira instaurou a investigação no início de maio, baseando-se no relato de Guerra. Na portaria que instaura a investigação, Oliveira pede que sejam expedidos ofícios à Comissão Nacional da Verdade e à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, requisitando informações e documentos relacionados ao caso. Para o MPF, os policiais agiram a serviço do Estado, o que submete os crimes à jurisdição federal.
De acordo com Cláudio Guerra, a Polícia Federal está fazendo um trabalho de investigação sério. Após as publicação do livro Memórias de uma Guerra Suja, dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, no qual estão relatadas as denúncias, o ex-delegado do Dops esteve em Minas Gerais e no Rio de Janeiro mostrando aos policiais federais locais onde militantes de esquerda foram executados.
Na última segunda-feira (4), o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que as Forças Armadas vão repassar todas as informações que forem requisitadas pela Comissão Nacional da Verdade. No entanto, Guerra acredita que grande parte dos documentos, inclusive os que incriminam militares, foi completamente destruída em 1975. “Destruíram os arquivos todos. Só ficou o feijão com arroz que não criminalizava ninguém”.
Guerra aproveitou a entrevista ao Observatório da Imprensa para fazer um apelo aos militares que atuaram com ele durante o regime militar. “Não tenham medo da verdade, venham perante às autoridades e contem história do que aconteceu. Os crimes tem mais de 20 anos. Pela nossa lei penal, estão prescritos. O que tem para nós? A condenação mental”.
*Matéria originalmente publicada em Agência Brasil
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