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Alguns leitores têm indagado porque resistir.info tem
dado tanta ênfase à denúncia desse mítico aquecimento global, o qual
seria um problema aparentemente esotérico e afastado dos objectivos
deste sítio web. Alguns deles chegaram mesmo a dizer que tal denúncia
afastar-se-ia da posição "de esquerda", pois publicações e
personalidades progressistas (como a Monthly Review e Fidel
Castro) têm endossado as preocupações aquecimentistas. Por essa razão,
convém dar alguns esclarecimentos, estabelecer alguns factos e fazer
algumas precisões.
Comecemos pelos factos que consideramos estabelecidos:
1) O dióxido de carbono
não é um gás tóxico e nem tão pouco poluente. As suas emissões são o
resultado inevitável e necessário de toda e qualquer combustão de
compostos de carbono (como refinados de petróleo, carvões, gás natural,
etc). Trata-se além disso de um gás indispensável à vida na Terra pois
ao respirar todos os seres vivos inspiram uma mistura de oxigénio e CO2,
expirando este último.
2) Não está provado que
as emissões de CO2 de origem antropogénica (isto é, produzidas pelo
homem, o que exclui todas as demais emissões naturais desse gás) tenham
qualquer efeito significativo para um aquecimento global. Muitos
cientistas consideram absolutamente desprezível a contribuição humana
para as emissões globais de CO2 que se verificam no planeta.
3) Os dados empíricos
demonstram que desde 1998 não está a haver o tão famoso aquecimento
global previsto pelos modelos informáticos utilizados pelo
Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC) da ONU. Por isso, de
forma oportunista, eles mudaram a expressão "aquecimento global" – que
já não correspondia à verdade factual – para a expressão mais ambígua de
"alterações climáticas" (que sempre existiram ao longo de toda a
história do planeta Terra).
4) Os modelos
informáticos são por si mesmo falíveis. A teoria da modelação diz-nos
que os modelos para serem úteis devem ser relativamente simples, com um
número de variáveis limitado. Tentar aplicar a modelação ao clima é um
esforço ínvio pois nesse caso o número de variáveis (e de suposições que
têm de ser feitas) é gigantesco. Em climatologia pouco de útil pode ser
obtido a partir da modelação informática, por mais poderosos que sejam
os computadores (embora não se passe o mesmo com a meteorologia).
5) O caso torna-se
ainda pior se um método mau como a modelação informática tiver como base
uma teoria caduca. É precisamente isto o que se passa com os modelos
climatológicos utilizados pelo IPCC, concebidos no princípio do século
XX (antes portanto da existência de satélites meteorológicos). A moderna
teoria climatológica foi estabelecida pelo grande cientista francês
Marcel Leroux (1938-2008), da Université Jean Moulin, em Lyon. O parecer
do professor Marcel Leroux acerca desse suposto aquecimento global está
resumido no seu artigo "Uma impostura científica" .
6) O IPCC não é uma
organização de cientistas e sim de burocratas, geralmente bem pagos,
nomeados pelos governos. É mentira que o IPCC disponha de três mil
cientistas especializados em climatologia, como tem sido tantas vezes
apregoado. E é igualmente mentira a afirmação de que haveria "consenso
científico" quanto ao dogma aquecimentista.
7) Se estivesse a haver
algum aquecimento global no planeta Terra isso não seria mau para a
humanidade. Numerosas regiões do mundo poderiam passar a ter
agriculturas produtivas. A Gronelândia, por exemplo – a "Terra Verde"
como a chamaram os vikings – dispunha de agricultura na época do Período
Quente Medieval. Pode-se mesmo afirmar que o berço da civilização
ocidental foi numa terra extremamente quente: a Mesopotâmia (actual
Iraque), entre o Tigre e o Eufrates. Civilizações como a egípcia e a
azteca floresceram em climas quentes.
Mas por que deveríamos preocupar-nos com
tais questões, que são na maioria do foro estritamente científico?
Porque com base nos erros teóricos e práticos do IPCC foi propagandeada
uma gigantesca histeria global que inoculou políticos de todo o mundo e
deu azo a toda espécie de oportunismos, manifestações de ignorância
& trafulhices. Para isso muito contribuíram aldrabões como o sr. Al
Gore (vice-presidente dos EUA no governo Clinton), que promoveu
activamente o terrorismo climático através do livro e do filme Uma verdade inconveniente.Instilar
o medo a fim de vender a solução tem sido uma táctica dos espertalhaços
de todos os tempos. Este caso não foge à regra, pois Gore e outros
inventaram o novo business da venda dos direitos de emissão de
carbono – e os banqueiros da Wall Street obviamente rejubilaram. Alguns
indivíduos especializaram-se nessas loucas previsões catastrofistas. É o
caso por exemplo do sr. James Hansen, o pai disto tudo, que até fala em
subidas do nível dos mares da ordem das dezenas (!) de metros.
Por outro lado, a absurda intensidade
publicitária dada ao falso problema do aquecimento global e das
diabolizadas emissões de CO2 tem provocado problemas em série, todos
mais ou menos encadeados uns nos outros. O primeiro deles é desviar as
atenções das questões realmente importantes. E sobretudo da mais
importante da nossa era, aquela que condicionará todo o nosso devir e
afectará duramente nosso modo de vida futuro: o atingir do Pico
Petrolífero. Tal facto é sistematicamente silenciado pelos media ditos
"de referência" e ignorado por políticos cujo horizonte temporal não
passa de quatro anos (basta ver os actuais governantes portugueses que,
em conluio com banqueiros, querem construir um novo aeroporto no país no
exacto momento em que se anuncia a estagnação/declínio do transporte
aéreo).
O segundo problema é o gigantesco desvio
de recursos financeiros e humanos provocado em todo o mundo pela
aldrabice do aquecimento global. Só com o dinheiro gasto em conferências
internacionais como as de Bali e agora a de Copenhagem, quantas coisas
não poderiam ser feitas! Isto é verdadeiro também em relação a Portugal,
onde os governos do sr. Sócrates têm despejado rios de dinheiro em
organizações tais como SIAM I, SIAM II, PNAC, CAC, FPC, gabinetes de
consultoria e outras tantas criadas ad hoc para o aproveitamento deste maná orçamental. Já foi instituída uma verdadeira indústria do aquecimento global.
Em terceiro lugar verifica-se a
deformação das políticas energéticas, pois foram postas a reboque do
mito climático. Basta ver, por exemplo, o facto de a UE impor limitações
de emissões de CO2 nos automóveis hoje fabricados na Europa. Ou seja,
ao invés de estabelecer níveis mínimos de rendimento para os motores ou
de impor restrições quanto às emissões que são realmente poluentes (como
o SO2, os óxidos de azoto, as partículas sólidas, etc) a limitação é
imposta a um gás não poluente. Isto é, mais uma vez, um exemplo de
confusão sistemática entre ambiente e clima, em que o primeiro é
prejudicado sem qualquer benefício para o segundo.
Em quarto lugar toda esta imensa
histeria global constitui uma derrota para a Ciência. O cepticismo
público que isto pode provocar é um crime sem par na história do
pensamento científico. Não nos referimos apenas ao recente escândalo com
os investigadores britânicos e americanos que aldrabavam estatísticas e
censuravam os seus colegas nas peer review , oClimategate
. É muito mais do que isso: é a possível desmoralização da própria
ciência em geral, enquanto tal, abrindo caminho para o irracionalismo.
Uma amostra caricata disso é que se chegou a fazer em Portugal um estudo
para o combate às "alterações climáticas" ao nível municipal (!).
Em quinto lugar está a deformação das
políticas energéticas de muitos países. Isso é visível em Portugal, onde
os governos têm estimulado e subsidiado soluções irracionais do ponto
de vista económico e energético com base na falácia do aquecimento
global e das malfadadas emissões de CO2. Basta lembrar, por exemplo, a
desgraçada política de subsídio aos biocombustíveis líquidos e agora aos
veículos eléctricos (quando Portugal é importador líquido de
quilowatts-hora); o não apoio às boas soluções possíveis nos transportes
(como os veículos a gás natural, que podem utilizar biometano, gás
natural comprimido ou gás natural liquefeito); a promoção ruinosa de
energias ditas renováveis às custas dos subsídios da perequação
tarifária; etc; etc. A ignorância (deliberada?) do Pico Petrolífero e a
falácia do Protocolo de Quioto levam a tais aberrações. Estamos numa
época em que deveria haver planeamento energético a fim de promover uma
"fuga" ao petróleo, tão grande e tão rápida quanto possível. Governos
clarividentes como o da Suécia já descobriram isso, o português ainda
não. Mas os erros de hoje terão de ser pagos amanhã – e o preço pode ser
caro.
Finalmente, há a observação curiosa de a posição do resistir.info não
ser "de esquerda". No entanto, as questões científicas não são "de
esquerda" nem "de direita" pois o que deve prevalecer é a busca da
verdade. A ciência faz-se também por ensaio e erro. Uma teoria
científica que foi válida numa certa época (como a climatologia
elaborada no princípio do século XX) pode/deve ser sujeita à crítica e
superada por outra melhor (como o fez Marcel Leroux). Não há uma
climatologia "de esquerda" ou "de direita", assim como não há física ou
matemática que mereçam esses epítetos. Mas a insistência em aplicar uma
teoria caducada quando já está disponível uma nova, melhor e com mais
poder explicativo é certamente uma posição reaccionária. Entende-se que
insistam na velha teoria aqueles cujas convicções científicas se amoldam
ao seu próprio interesse (empregos, business do carbono,
financiamentos, etc). Mas é menos compreensível que personalidades e
publicações progressistas, talvez por desconhecimento, ainda se apoiem
na mesma. É possível que o recente escândalo do Climategate lhes abra os
olhos.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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