(Nota
Política do PCB)
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) repudia as ameaças de
agressão militar imperialista à República Popular Democrática da Coréia e
presta total solidariedade ao governo e ao povo nortecoreanos na defesa de sua
soberania, de seu direito de desenvolver-se plenamente e de seguir com o
caminho que escolheu para sua construção socialista.
Nesse momento de provocações por parte do imperialismo, queremos ressaltar que a
Coréia do Norte precisa do apoio solidário dos governos e povos amantes da paz,
de todos os que se opõem ao imperialismo, para que possa desenvolver-se livre e
plenamente, em todas as esferas da vida social, para um futuro de igualdade e
justiça social.
Constatamos que é grande a pressão internacional contra o país,
comandada pela grande mídia burguesa e pelo governo dos EUA, centrada,
principalmente, em ações de propaganda anti-socialista, em medidas políticas e
econômicas e em mobilização militar para impedir que a Coréia do Norte
desenvolva plenamente a capacidade nuclear de que necessita para fazer
mover sua economia, movimento que se intensificou a partir dos anos 90, com o
fim da União Soviética. São freqüentes palavras como “ditador”, usadas para
referência ao dirigente máximo (o termo não é usado para os Emires, Príncipes e
outros monarcas absolutistas que governam países árabes) e alusões à “ajuda
humanitária” da qual a população nortecoreana dependeria para sobreviver. As
reportagens falam do “autoritarismo” e do “atraso” da Coréia do Norte,
atribuídos, é claro, ao estilo do socialismo lá vigente. O objetivo dessas
ações é isolar o país, destruir as conquistas sociais e tentar agredir e
ocupar militarmente o país, em função de sua localização estratégica na disputa
hegemônica com a China e a Rússia. .
A imprensa, naturalmente, não traz informações sobre as
conquistas sociais do país, atestadas por fontes insuspeitas como o Banco Mundial e o Factbook da agência de inteligência dos EUA, a
CIA: 60% da população vive em cidades; 97% da água consumida é tratada; a
expectativa de vida é, hoje, 69 anos (era 67 anos em 2001); o acesso ao
saneamento chega a 80% dos domicílios, o anafalbetismo é de 1%. A saúde, a
educação, os esportes e outros serviços sociais são gratuitos, há moradias para
todos. O país tem centrais nucleares, termo e hidroelétricas, produz
automóveis, tratores, aço, máquinas diversas, cimento, tecidos, fertilizantes e
um grande número de outros produtos industriais. Além do domínio do ciclo
do urânio, a Coréia do Norte logrou pôr um satélite em órbita com um foguete
construído no próprio país.
A história recente do país ajuda a explicar o quadro atual: com
o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a União Soviética passou a controlar a
região norte da península coreana, ao passo que os EUA controlavam a parte sul.
Em 1948, após 3 anos de negociações frustradas para uma possível reunificação
do país, foi criada a República Popular e Democrática da Coréia, na
região norte, após a realização de eleições gerais ganhas pelos comunistas e
outros partidos aliados (dois dos quais participam até hoje da coalizão que
governa o país). No sul seria criada, na mesma época, a República da Coréia.
Após a guerra entre os dois lados, no começo dos anos 50 - uma guerra provocada
pelos EUA, que iniciava assim a Guerra Fria -, a Coréia do Norte viveria um
período de crescimento e prosperidade que duraria mais de duas décadas.
No entanto, a situação econômica do país viria a deteriorar-se
após a queda da União Soviética, país que lhe oferecia equipamentos, petróleo e
muitas outras formas de cooperação econômica e técnica, além de ser seu
principal aliado político. Sem a URSS, aumentaria sobremaneira a pressão dos
EUA e seus aliados sobre a Coréia do Norte.
No campo econômico, o país já vinha tomando iniciativas para
atrair investimentos externos desde os anos 1980, e esforços vêm sendo feitos
para uma aproximação com a Coréia do Sul, a China e outros países. Entre outros
empreendimentos conjuntos, há um complexo industrial gerenciado pelas duas
Coréias. Mas esses esforços não têm sido suficientes para reverter o quadro de
dificuldades por que passa o país.
O anúncio feito há poucos dias pelo governo sulcoreano, de que
estaria disposto a abrir uma rodada de negociações, pode ser o primeiro sinal
de que a crise pode estar começando a se dissipar. Mas as pressões para impedir
o desenvolvimento da Coréia do Norte, por parte dos EUA, certamente
continuarão.
Não cabe aos comunistas do PCB dizer como deve ser o governo da
Coréia do Norte, como se dá a escolha de seus dirigentes ou quais devem ser as
suas prioridades. Tampouco nos cabe questionar o mérito ou as bases teóricas do
pensamento político que orienta as decisões do estado. Mas repudiamos
fortemente as ameaças de agressão militar imperialista àquele país, e prestamos
total solidariedade ao governo e ao povo nortecoreanos na defesa de sua
soberania, de seu direito de desenvolver-se plenamente e de seguir com
a sua forma de construção socialista.
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional
(abril de 2013)
Veja a página do PCB – www.pcb.org.br
Partido Comunista Brasileiro – fundado em 25 de Março de 1922
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