Crédito: PCB | |
O camarada Edmilson Costa, Secretário de
Relações Internacionais do PCB, esteve presente neste fim de semana no
Congresso do Partido Comunista Colombiano, quando, em nome do PCB, fez a
seguinte intervenção política:
Queridos camaradas do
Partido Comunista Colombiano
Recebam do Comitê Central do Partido
Comunista Brasileiro (PCB) uma saudação fraterna, combativa,
internacionalista e revolucionária por ocasião de seu Congresso. Desde o
Brasil, nós esperamos que as discussões que serão realizadas neste
Congresso resultem numa elaboração teórica que reforce a linha tática e
estratégica da intervenção política dos comunistas colombianos, de forma
a fortalecer a luta dos trabalhadores urbanos e camponeses, dos
indígenas, da juventude e das mulheres na Colômbia, que é condição
fundamental para a luta de todos os trabalhadores da América Latina.
Somos solidários a todas as expressões,
formas e espaços de luta contra o estado terrorista colombiano: o
Partido Comunista Colombiano, o Polo Democrático Alternativo, as
organizações políticas insurgentes, Colombianas e Colombianos pela Paz, a
Marcha Patriótica, o Congresso dos Povos e todos os movimentos
políticos e sociais populares. Todas estas lutas convergem para a busca
de uma solução política para o conflito colombiano, com mudanças
políticas, sociais e econômicas a favor do povo. Aqui no Brasil,
privilegiamos a solidariedade com a luta do povo colombiano, através da
Agenda Colômbia Brasil, para cuja ampliação contribuímos.
Queridos camaradas!
Este Congresso se realiza num momento
complexo e difícil para todos os povos mundo, pois exatamente neste
momento o sistema capitalista vive a sua maior crise desde 1929, uma
crise profunda e devastadora que vai se arrastar ainda por muitos anos.
Como todos sabem, o grande capital vem procurando, de todas as formas,
jogar todo o peso da crise na conta dos trabalhadores. Como também todos
sabem que os trabalhadores não têm nenhuma responsabilidade por esta
crise, uma vez que a própria burguesia e seu sistema desumano são os
responsáveis por todos os problemas sociais e econômicos da atualidade.
Estamos assistindo a uma verdadeira ofensiva mundial do capital contra
os trabalhadores em todo mundo, mediante a imposição de políticas
predatórias que visam reduzir os gastos sociais, os salários dos
trabalhadores, as pensões dos aposentados, bem como os direitos e
garantias sociais conquistados a duras penas há mais de meio século.
Nesta conjuntura, os trabalhadores estão
aprendendo a ver claramente o papel do Estado capitalista a favor das
classes dominantes, não só colocando vários trilhões de dólares para
salvar o sistema financeiro especulativo, mas também lançando todo o
aparato repressivo do Estado contra os trabalhadores e suas entidades,
bem como utilizando os meios de comunicação, que têm se comportado como
um quarto poder a serviço do grande capital, para manipular as
informações e satanizar os dirigentes políticos que não se dobram ao
imperialismo, tudo isso com o objetivo de manipular a opinião pública
para as intervenções imperialistas.
Queridos camaradas!
A crise também tem demonstrado que o
imperialismo está cada vez mais agressivo. Quanto mais a crise se
agrava, mais aumenta a sua agressividade, pois é da sua origem buscar
sair da crise mediante as guerras de rapina e fortalecimento do complexo
industrial militar. Somos todos testemunhas das invasões de países
soberanos, como o Iraque, o Afeganistão e, mais recentemente a Líbia,
onde assassinaram o principal dirigente do País, coronel Mohamar Kadafi.
Nesta mesma linha, estão armando mercenários para invadir várias
regiões da Síria, atacar as populações, explodir bombas, enquanto os
meios de comunicação cumprem o papel de manipular as imagens e colocar a
culpa no governo sírio. O objetivo do imperialismo é não só ocupar a
Síria, mas também o Irã, e com isso, dominar as imensas reservas de
petróleo do Oriente Médio.
Aqui também na América Latina o
imperialismo vem realizando uma intensa ofensiva para reverter as
derrotas que sofreu com a emergência dos governos progressistas da
Venezuela, do Equador e da Bolívia, além do fortalecimento dos
movimentos populares na região. A primeira tentativa de quebrar o
movimento popular foi o golpe de 2002 na Venezuela, que não obteve êxito
em função da resistência do movimento popular. Posteriormente, as
forças imperialistas, apoiadas pelas oligarquias locais, realizaram o
golpe em Honduras, que retirou do poder o presidente Zelaya e, mais
recentemente, conseguiram, via um golpe institucional, derrubar o
presidente Lugo no Paraguai. Além disso, tentaram sem sucesso derrubar o
presidente do Equador e da Bolívia, mediante revoltas orquestradas pela
CIA, que também diariamente conspira contra o governo Chávez. Há algum
tempo o imperialismo também reativou a Sexta Frota da Marinha
norte-americana, o que significa uma ameaça direta a todos os povos da
região. São todos movimentos de uma só política: transformar a América
latina numa região sob o controle dos Estados Unidos e de seus
monopólios.
Queridos camaradas!
Um capítulo especial dessa ofensiva
imperialista se dá em relação à Colômbia, país onde as lutas populares
contra o imperialismo têm longa tradição e a insurgência armada resiste
há mais de cinco décadas. O governo norte-americano, em aliança com o
governo narcoterrorista de Uribe e agora de Santos, tem procurado
transformar a Colômbia numa grande base militar dos Estados Unidos na
região, o que vem transformando este País numa espécie de Israel da
América Latina. Mediante a construção de bases militares e da instalação
de sofisticados sistemas de vigilância e inteligência militar, os
norte-americanos vêm monitorando diariamente todas as ações dos países
da região.
Além disso, a oligarquia local e seus
governos têm utilizado todos os métodos bárbaros para conter o avanço da
luta popular, como a organização e financiamento de paramilitares para
assassinar líderes sindicais e camponeses, dirigentes da juventude e dos
movimentos indígenas e democráticos, num verdadeiro terrorismo de
Estado. Da mesma forma como vem acontecendo há mais de cinco décadas,
essas brutalidades não serão capazes de dobrar o movimento popular nem a
resistência do povo colombiano. Mais dia menos dia os trabalhadores
ajustarão contas com essa oligarquia apodrecida.
Queridos camaradas!
Apesar de a conjuntura ser complexa e
difícil, há um avanço da luta popular em todo o mundo. Por toda a Europa
os trabalhadores realizam greves, manifestações e mobilizações contra
os ajustes predatórios que o capital vem buscando impor naquela região.
Também há greves gerais na Índia e em vários países asiáticos. Até mesmo
nos Estados Unidos, a juventude e os trabalhadores já começam a
despertar para a luta, como o movimento Occupy Wall Street e os
trabalhadores Wiscossin. Em toda a América Latina o movimento popular
realiza memoráveis jornadas de lutas contra o imperialismo.
Nós entendemos, camaradas, que a luta de
classe está mudando de patamar no mundo. Quanto mais a crise se
agravar, mais se abrirão as janelas de oportunidades, através das quais
os trabalhadorespoderão colocar na ordem do dia seu projeto de
sociedade, em busca de uma nova sociabilidade e da emancipação humana.
Hoje, há uma contradição profunda entre o sistema capitalista e a
humanidade. O capitalismo só pode se desenvolver se ameaçar a existência
da espécie humana. Nesse sentido, se a espécie humana quiser sobreviver
terá que superar o capitalismo!
Viva o internacionalismo proletário!
Viva a luta dos comunistas da América Latina e de todo o mundo!
Todo êxito ao Congresso do Partido Comunista Colombiano!
Nenhum comentário:
Postar um comentário