domingo, 7 de março de 2010

DUELO ÍNTIMO

Walnize Carvalho

Atravessou as esquinas da VIDA.
Decidida entrou no SALOOM.
Olhares se cruzaram em sua direção.
Porte assustador.
Uma flor vermelha no cabelo.
Um brilho novo no olhar.
Indumentária simples, mas sensual.
Avassaladora. Visceral. Ares de bandida.
Jeito de xerife. Dona da situação.
Causou impacto, temor e silêncio.
Perguntou se havia crianças no recinto.
Afirmaram que sim: “As Meninas”: a romântica, a vaidosa, a organizada,
a desprendida e a assustada.(*)
- Não lhes faria nenhum mal, tranqüilizou aos presentes..
Aproximou-se do pianista da casa.
Quis ouvir a “Nona Sinfonia” de Beethoven.
Dirigiu-se ao balcão.
Tomou uma dose de coragem.
Mirou em todas as direções
e surpreendentemente
distribuiu versos românticos.
Atirou pétalas de rosas.
Matou o tédio, a solidão e a inocência
e acentuadamente
FEMININA
saiu do recinto levando como refém, o AMOR.





As meninas
Walnize Carvalho

As meninas circulam
o meu dia-a-dia.
Jogam-me na roda,
No centro da roda,
Na berlinda.

A romântica
Puxa-me pela saia
Quer que abra gavetas
Escreva
Emoção sentida
Em qualquer folha de papel.

A vaidosa
Coloca-me
Frente ao espelho
Quer me ver bem,
Olhos brilhantes,
Batom bem retocado nos
Lábios.

A organizada
Olha o relógio
Ajeita a roupa
Combina cores
De calçado e blusa
Vai à luta
Cumprir jornada.
É a mesma que chega comigo
Ao lar
E insiste
Em brincar de “casinha”.

A desprendida
Cabelos ao vento
Corre lépida
Para ver o mar,
O luar
Ou alguém
Para falar...
Agitada
Deixa-me
Quase sem ar!

Mas, há
A menina assustada
Que vez por outra
Vem visitar-me
Na calada da noite.
Se achega
De
Mansinho
Pede-me colo
E
Uma historinha
Que faça
Dormir
E assim...
Brincando com elas
De
Bem-me-quer
E
Mal-me-quer
Encontro no dia-a-dia
Minha Essência
De MULHER.

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