As
imagens que ilustram esta postagem foram disponibilizadas pelo
professor do Instituto Federal Fluminense, Roberto Moraes, em seu blog (Aqui!). Como imagens falam que mil palavras nem vou repetir o que o próprio Roberto Moraes já escreveu.
Agora,
por outro lado, quero chamar a atenção para elementos que me parecem
nunca terem sido devidamente tratados em quaisquer um dos EIA/RIMAs que
foram produzidos para obter as licenças tipo "Fast Food" que foram
emitidas pelo INEA para atender as necessidades do Grupo EBX:
1. Esse imenso pacote de areia que está sendo imposto sobre a paisagem
do V Distrito do Açu deverá ter impactos sérios pelo menos sobre a
temperatura, a concentração de partículas em suspensão, e no
comportamento no lençol freático.
2.
O canal que foi aberto repartindo a Lagoa de Veiga acarretará a entrada
de milhões de metros cúbicos de água salgada para dentro do continente,
volume esse que deverá ter sua circulação influenciada pelo pacote de
areia, quer dizer, pelo aterro hidráulico. Essa entrada de água salgada
deverá alterar ainda mais a situação do lençol freático, com o provável
espalhamento de água salina para dentro dos diferentes aquíferos
existentes na região do Açu.
3.
A população de localidades como Água Preta, Mato Escuro e Barra do Açu
deverá ser diretamente impactado por essas mudanças ambientais, o que se
somará aos impactos sociais que decorrerão do aumento de população que
inevitavelmente ocorrerá como decorrência da entrada em funcionamento do
porto e do estaleiro.
O
que realmente me intriga é como até agora não há em vista qualquer
plano objetivo que prepare os municípios afetados diretamente pelo
empreendimento (São João da Barra, São Francisco do Itabapoana e Campos
dos Goytacazes) para medidas emergenciais para todas as consequências
que deverão advir de uma alteração tão profunda da paisagem. Essa
situação é, sem nenhuma dúvida, mais um caso de catástrofe social e
ambiental anunciada.
De
nada adianta o Grupo EBX vir tentar tapar o sal com a peneira, quando
um sobrevoo como o feito pelos pesquisadores do IFF desvelam aquilo que
as porteiras militarizadas tentam esconder.
Tudo
bem que da grandes corporações privadas não se espera atitudes éticas e
morais. Quem diz isso em seu livro sobre a globalização econômica é o
mega-especulador húngaro-norte americano George Soros. Mas o mais
dramático é que a receita sugerida por Soros para conter o mercado, a
existência de um Estado que cumpra o papel de normatizar as práticas do
mercado, está mais longe do que nunca aqui no Rio de Janeiro. Basta ver o
descalabro da privatização do Estádio do Maracanã.
Mas
que depois ninguém venha dizer que não foram avisados. Quando a areia e
o sal extrapolarem os limites do V Distrito de São João da Barra,
aqueles que hoje fecham os olhos para suas responsabilidades não poderão
fingir ignorância. Afinal, graças ao sobrevoo da equipe de
pesquisadores do IFF, não ficou grão de areia que não pudessse ser
visto. E adaptando o clássico "Quincas
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