Prejuízo da Petrobrás: a grande mentira!
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Nota da Comissão Política Nacional do PCB:
Somos testemunhas da combatividade do
Sindipetro-RJ e do diretor da entidade que assina este texto que
transcrevemos abaixo (Prejuízo da Petrobrás: a grande mentira!!).
Estivemos juntos na luta em defesa da Reestatização da Petrobrás,
encerrada equivocadamente quando o governo Lula apresentou um marco
regulatório rebaixado.
Publicamos aqui esta corajosa denúncia
dos atuais riscos de privatização da Petrobrás, feito que nem a
privataria tucana conseguiu. Não temos nada contra a campanha proposta
(Fora Graça Foster!), mas ponderamos que será inócua se não resgatarmos a
luta pela Reestatização da Petrobrás. A política de Graça Fortes na
Petrobrás não é dela: é a política do governo Dilma, que a escolheu com
orgulho e estardalhaço, deixando clara sua confiança nela. As duas
atuaram juntas no Conselho da Petrobrás, no governo Lula.
Se esta for uma campanha personalizada e
despolitizada, sem que sejam denunciadas as causas de nossa luta, não
levará a nada. Quem não se lembra da campanha Fora Renan! da Presidência
do Senado, que resultou em sua substituição por José Sarney e agora com
sua volta ao mesmo posto, desta vez como candidato do governo Dilma e,
portanto, do PT, PcdoB e da heterogênea base política que vai até a
centro-direita.
Entrar na justiça pedindo a destituição
da presidente da Petrobrás não faz sentido, pois esta competência é do
governo federal, por enquanto o maior acionista, apesar de não deter a
maioria das ações, que continuam em mãos particulares, sendo vendidas
até na Bolsa de Nova Iorque
É preciso exigir do governo federal (e
não da justiça) o fim de sua agressiva política de privatizações, a
suspensão do leilões de petróleo, a Reestatização da Petrobrás.
Está na hora de resgatarmos a massiva e
unitária campanha PETROBRÁS 100% ESTATAL, que teve no Sindipetro-RJ um
dos seus principais esteios.
Prejuízo da Petrobrás: a grande mentira!
Por Emanuel Cancella
A Petrobrás é uma empresa estatal. Uma
das diferenças entre uma empresa privada e uma estatal é o seu
compromisso não apenas com o lucro mas com um projeto de desenvolvimento
nacional. Por isso é preciso desconfiar quando se alardeia que “a
Petrobrás teve prejuízo em 2012”, o que é uma grande mentira. Como nada
acontece por acaso, não demorou a serem plantadas justificativas para a
privatização, como “saída inevitável para a crise”. O fato é que as aves
de rapina não descansam. Estão sempre prontas a dar o bote.
Vamos colocar os pingos nos is: a
Petrobrás lucrou em 2012 RS 21,1bilhões. Isso depois de produzir,
refinar, comercializar, transportar e garantir o abastecimento de
derivados de petróleo em todo o país. Aliás, essa é a sua função
constitucional. A título de comparação, entre as empresas brasileiras, a
Petrobrás continuou na liderança. Depois dela veio o Banco Itaú que
lucrou R$ 13,59 bi. Mas os bancos se utilizam de várias brechas legais
para burlar o pagamento de impostos e não têm compromisso social, não
investem no desenvolvimento nacional (ao contrário do que fazem as
empresas estatais).
Por exemplo: a Petrobrás paga royalties
à União, aos estados e municípios. A companhia também financia 50% do
Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. É, ainda, a empresa que
mais paga impostos para União, estados e municípios. Sem contar os
inúmeros projetos culturais. Alguma outra empresa ficaria oito anos com o
preço da gasolina congelado, para impedir que a inflação e os preços
disparassem? E isso pode ser considerado ruim para o povo brasileiro? É
bom refletir sobre o papel social da empresa, antes de aplaudir aqueles
de raciocínio estreito que só calculam o lucro imediato. Historicamente,
quem sempre financiou o desenvolvimento do nosso país foi o capital
estatal.
Mas por que a Petrobrás lucrou menos em 2012?
A crítica à Petrobrás é por conta da
queda de seu lucro em 32%. Um dos principais motivos da queda nos lucros
da Petrobrás foi a importação de gasolina durante certo período, em
consequência da necessidade de suprir o mercado interno. Para estimular a
indústria de automóveis, o governo isentou os compradores do pagamento
do IPI. Resultado: aumentou significativamente a frota de automóvel nas
ruas, sem esperar que a empresa se preparasse para a nova demanda.
Para atender o crescimento do consumo, a
Petrobrás precisou importar parte da gasolina, pagando mais caro, e
revendeu no mercado interno subsidiando parte do seu custo. Mas, a
pergunta que não quer calar: por que a Petrobrás também teve que
subsidiar a gasolina repassada aos postos de bandeira estrangeira
(Shell, Esso, Texaco, Rpsol etc) ? Por que os postos de bandeira
estrangeira não dividiram o prejuízo no custo final da gasolina com a
Petrobrás? Com a palavra, a responsável pela fiscalização, Agência
Nacional de Petróleo e Gás Combustível – ANP.
Mas a Petrobrás – repetimos - ainda é
uma empresa estatal e, por isso, pensa no futuro e não apenas no lucro
imediato. A preocupação com o futuro levou à construção de mais cinco
refinarias o que, além de suprir o mercado interno, vai permitir a
exportação de derivados de petróleo.
Então, por que privatizar?
A sociedade tem que ficar atenta já que a
presidente da companhia, Maria das Graças Foster, encabeça uma campanha
junto à grande mídia para desgastar a companhia e possibilitar a
privatização da Petrobrás, seja por inteiro ou, como já se cogita nos
bastidores: a criação de uma empresa de refino e a venda de 30% das
ações dessa empresa.
Foster também já vendeu blocos de
petróleo, o BS-4, na Bacia de Santos, para o mega empresário Eike
Batista, através do plano de desinvestimento. Ou seja, Foster está
entregando nossos poços de petróleo, que são patrimônio de todo o povo
brasileiro. Será que teremos uma nova “privataria” pela frente.
Como os trabalhadores já fizeram no
passado – nas campanhas Fora Collor e Fora FHC - principalmente por
conta das privatizações, está na hora da campanha Fora Graça Foster Já!
Será que as crises nos Estados Unidos, na Europa e que se refletem em
todo o mundo, não foram suficientes para mostrar o quanto o
neoliberalismo é nocivo?
Sindicatos discutem saída da presidente Graça Foster
Os sindicatos de petróleo ligados
à Federação Nacional dos Petroleiros - FNP já discutem ação na justiça
para a destituição da presidente da Petrobrás e de sua diretoria, por
priorizarem metas alheias ao interesse nacional, e por macular a imagem
da Petrobrás. Foster tem anunciado na imprensa a necessidade de
sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, o que prejudica a
sociedade que é quem paga a conta, e também alimentaria a alta da
inflação. Uma das formas de resolver esse problema seria rever a margem
de lucro das distribuidoras, por exemplo.
Por outro lado, os aumentos favorecem os
acionistas. Em Londres, no dia 3/7/12, publicado em o Globo, Foster
declarou a investidores estrangeiros: “Vamos dedicar as nossas vidas
para recuperar o valor das suas ações”. Além disso, Foster tem sido a
grande defensora dos leilões de petróleo, que é a entrega do nosso
petróleo. A presidente da Petrobrás utiliza a mesma estratégia das
privatizações da era Collor e FHC: deprecia a empresa para justificviar a
privatização.
A presidente da Petrobrás se
auto-intitulou ex-catadora de papel. Mas como ex-baixa renda deveria se
preocupar com as donas de casa brasileiras que no interior estão
abandonando o gás de cozinha e utilizando lenha e carvão por conta do
preço do botijão. Foster também poderia se esforçar para aumentar o
subsídio do diesel, aliviando o bolso dos trabalhadores que gastam
metade de um salário mínimo para ir e voltar do trabalho. Mas Foster
parece preocupada apenas com o investidor estrangeiro.
Emanuel Cancella é coordenador da FNP e do Sindipetro-RJ.
Capital financeiro, PIG e a dupla Dilma/Foster desferem ofensiva contra a Petrobras a fim de abrir caminho para a privatização
ResponderExcluirNeste início de ano, encerrado o “grande espetáculo” do julgamento reacionário do “Mensalão”, os principais pastelões da midia “murdochiana” ao lado da família Marinho começam a desferir uma ofensiva coordenada contra a Petrobras, assinalando que esta empresa estaria beirando a agonia financeira e administrativa, haja vista que seus lucros, segundo o “PIG”, tiveram uma retração de 36% se comparados ao ano de 2011, em decorrência da “antiga administração” encabeçada pelo petista Sergio Gabrielli desde 2005, homem de confiança de Lula e virtual candidato ao Palácio da Ondina no estado da Bahia. A presidente Dilma substituiu-o pela neoliberal confessa Maria das Graças Foster em janeiro de 2012, encarregada de “abrir” de vez a Petrobras para os grandes grupos financeiros nacionais e internacionais. Não é a toa que a Folha de S.Paulo (6/2) festejou em editorial: “A troca de comando no governo da presidente Dilma Rousseff, com a saída de José Sergio Gabrielli e a ascensão de Maria das Graças Foster, foi bem recebida por investidores, que veem disposição na nova presidente para consertar estragos”. O Globo (6/2) também bate de frente afirmando que “o lucro de R$ 21,2 bilhões foi 36% inferior ao de 2011, e o pior resultado nos últimos oito anos”, praticamente colocando a Petrobras “no buraco” e dá seu veredito: “No governo Lula, o uso político-partidário da companhia chegou ao ponto de comprometer a administração, com reflexo negativo visível em quase todas as suas atividades operacionais. No governo Dilma, há uma nova orientação, para que a companhia recupere eficiência — o que possibilitou essa melhora nos resultados do quarto trimestre” (idem). O velho e reacionário “Estadão” (6/2) não deixa de dar seu pitaco: “Os danos impostos à companhia são parte da herança desastrosa deixada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessora”. Chega a ser notória esta verdadeira operação da mídia murdochiana orientada para desvalorizar as ações da Petrobras e assim preparar a sua entrega de bandeja para os rentistas internacionais através da política privatista do governo Dilma, que deve ganhar peso em seu segundo mandato.
Contudo, por trás de tudo está a reacionária campanha da burguesia contra os petistas históricos ligados ao ex-presidente Lula, iniciada com o julgamento dos “mensaleiros” no STF. Assim, Sérgio Gabrielli foi acusado de ter dilapidado o patrimônio da estatal e de estar vinculado ao grupo de José Dirceu, razão pela qual está sendo “fritado” sistematicamente pela “opinião pública” a soldo do capital especulativo. Pesa sobre suas costas a acusação feita pela revista escroque “Veja” de ter provocado um rombo de um bilhão de dólares na compra de uma refinaria supostamente sucateada no Texas – Pasadena Refining System Inc. (“PRSI”) em Pasadena (EUA) em 2006 – rendendo-lhe um processo criminal e pedido de prisão. Tal campanha acontece porque os dirigentes da “Articulação” (atual Campo Majoritário) barraram parcialmente o processo de privatizações durante os oito anos do governo Lula, o que tem sido gradualmente rompido pela “gerentona” Dilma (privatização dos aeroportos e outras obras da infraestrutura), alinhada com os interesses neoliberais dos investidores ianques. Maria das Graças Foster foi empoçada na presidência da Petrobras sob a incumbência de aprofundar o processo de privatização das reservas de petróleo iniciado com o chamado “marco regulatório do pré-sal” e ampliar o controle da Total francesa sobre a companhia brasileira.