Nota Pública da Anistia Internacional
©MST
Anistia Internacional pede prioridade nas investigações das mortes de membros do MST na região de Campos dos Goytacazes
Em menos de duas semanas, um líder e uma
agricultora do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram
mortos na região de Campos dos Goytacazes. A Anistia Internacional pede
prioridade nas investigações de ambas as mortes para que a motivação dos
crimes seja elucidada e os responsáveis sejam levados à justiça.
No dia 25 de janeiro, Cícero Guedes foi
assassinado a tiros perto do acampamento Luiz Maranhão na área da Usina
Cambahyba. Cícero era uma das principais lideranças do MST na região.
Ele morava no assentamento Zumbi dos Palmares, mas coordenava o
acampamento Luiz Maranhão. No dia 6 de fevereiro, a agricultora Regina
dos Santos Pinho foi encontrada morta em sua casa, com fortes indícios
de violência e homicídio. Regina também era do assentamento Zumbi dos
Palmares, mas não ocupava cargo de liderança dentro do MST.
As duas mortes instauraram um clima de
forte insegurança na região. A Anistia Internacional demanda que as
autoridades garantam segurança imediata para agricultores e membros do
MST na região, em especial no assentamento Zumbi dos Palmares e no
acampamento Luiz Maranhão.
Dados da CPT indicam que entre 1985 e
2010, 1.614 pessoas foram assassinadas no Brasil em decorrência de
conflitos no campo. Até 2010, apenas 91 casos haviam sido julgados. No
ano de 2011 foram 29 pessoas assassinadas em decorrência de conflitos no
campo.
A impunidade nos assassinatos relacionados
ao conflito por terra alimenta a violência no campo e coloca a vida de
defensores de direitos humanos em risco. A Anistia Internacional espera
que as autoridades no estado do Rio de Janeiro investiguem ampla e
imparcialmente as mortes recentes e levem os culpados à justiça.
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