sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SE ILUDEM, OU QUEREM SER ILUDIDOS, OS QUE ACHAM QUE O GRUPO POLÍTICO DE ANTHONY GAROTINHO NÃO TEM UM PLANO PARA A ELEIÇÃO DE CAMPOS

Blog do Professor Marcos Pedlowisk
Artigo publicado no Jornal Folha da Manhã em 21/09/12

Talvez por ser um "outsider" da política partidária em Campos dos Goytacazes, tem certas horas em que me surpreendo com a inaptidão analítica dos que se dizem ser de oposição ao grupo político do deputado Anthony Garotinho.

Primeiro erro que vejo é cair sistematicamente num terreno de enfrentamento em que Garotinho é mestre, o da demonização dos adversários. Ao simplesmente centrar seu fogo no aparente desequilíbrio emocional de Garotinho, seus supostos adversários não mostram a complexidade do esquema de manutenção no poder que o deputado possui na cidade. E de quebra ainda ficam sendo humilhados pela evidente capacidade de Garotinho de manejar bem o arremesso de lama. Até seu irmão, Nelson Nahim, tentou medir forças neste tipo de esporte e agora vive abraçado com um candidato a prefeito sem qualquer chance real de sequer eleger um grupo minimamente significativo de vereadores.

O segundo grande erro envolve a falta de uma visão de oposição contínua e dotada de um verdadeiro programa de mudança. Quem ouve a oposição falar até parece que eles estão todos os dias trabalhando efetivamente por um novo modelo de cidade. Quando muito certas figuras ficam destilando seu veneno em blogs. Arregaçar as mangas que é bom, só uns poucos. 

O terceiro e inevitável problema é que uma parte significativa dos que dizem de oposição o são por falta de um aceno, de um carinho, de um convite por parte do deputado Garotinho. É só olhar para dentro dos quadros da atual prefeitura que veremos gente que vem pulando de cargo em cargo desde os tempos de Zezé Barbosa. E como em coração de prefeito sempre cabe mais um cargo comissionado, não me surpreenderia ver mais gente esquecendo as mágoas e pulando para dentro do barco.

O quarto e fatal erro é achar que ao forçar a candidatura problemática de sua esposa, a senhora prefeita Rosinha Garotinho, o deputado federal não pesou cuidadosamente todas as opções. Se não fosse por nada, quem já teve de se enfrentar com ele, sabe que o distinto residente daquela casinha no bairro da Lapa tem a seu serviço uma multidão de advogados que de bobos nada têm. Assim, toda a insistência em Rosinha não é por falta de candidato alternativo, pois eu estimo que esse grupo elegeria quem bem entendesse neste momento, inclusive o duas vezes perdedor Geraldo Pudim. A resposta para a manutenção a ferro e fogo de Rosinha não é desespero, é estratégia.  E com qual objetivo? Isto já foi até declarado e está mais do que evidente pelas ruas: eleger uma massacrante maioria na Câmara de Vereadores e, de quebra ,garantir a presidência da Casa. Afinal, se a eleição de Rosinha for anulada, quem é mesmo que vai virar prefeito? Como dessa vez não será Nelson Nahim o presidente, estimo que há gente mais próxima e mais confiável que será colocada no cargo.

Finalmente, quero dizer que só teremos uma alternativa real para o poder municipal se as pessoas que dizem ser de oposição resolverem parar de choramingar e partirem para o trabalho nos próximos 4 anos. Do contrário, não vai ter jeito...Anthony Garotinho vai continuar mandando na política da cidade. E, por favor, não culpem os mais pobres. Afinal de contas, o que tem de carrão importado ostentando a figura de Rosinha Garotinho em seu look a la Fátima Bernardes não está no gibi. É só parar e ver. Se tiver algum culpado nessa eternização no poder, a culpa é das forças partidárias que fingem ser de oposição e estão muito bem  (obrigado!)  com o status quo vigente.

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