quinta-feira, 13 de setembro de 2012

DEBATE II

  Do Blog URGENTE por Vítor Menezes

Debate no IFF foi melhor para José Geraldo


É provável que a campanha eleitoral para a Prefeitura de Campos ainda tenha muito a esquentar. Mas o que todo mundo sempre cobra, uma disputa sem ataques pessoais e com debates de ideias, é exatamente o que está acontecendo no município, como visto na noite desta quinta no debate promovido pelo Forum de Instituições de Ensino Superior. A própria propaganda de TV vem mantendo este tom.

Ainda que com muitas generalizações, algumas fórmulas mágicas, alguns trejeitos meramente retóricos, não deixa de ser alentador que, ao menos, temas fundamentais estão sendo tratados. Ver candidatos respondendo longamente sobre Cultura, Educação e Ciência & Tecnologia não é muito usual em uma campanha para prefeitura.

Neste sentido, o debate de hoje foi diferente daqueles de canal aberto, quando a temperatura é maior, em razão do potencial de estrago eleitoral que uma frase infeliz, um aperto oportuno, uma pergunta desconcertante podem provocar.

Houve, sim, uma ou outra provocação comum da disputa, ataques diretos e contundentes, mas sempre dentro do tema e das ideias.

José Geraldo foi o mais beneficiado

Mas, ainda assim, por vício de ofício, avaliando o desempenho individual dos candidatos tenho a impressão de que o melhor beneficiado pelo o encontro desta noite no IFF foi o candidato José Geraldo (PRP). Por ser o menos conhecido e por ter apresentado uma boa performance na exposição de suas ideias, para um público potencialmente de maior escolaridade, ele é o que mais lucrou com a exposição em pé de igualdade com os demais candidatos.

O outro candidato que também tem nos debates a chance de ficar em patamar semelhante aos demais – em termos de tempo de fala –, Erik Schunk (Psol), foi melhor da metade para o final do debate, quando se sentiu mais à vontade para fazer um discurso mais ao seu estilo duro. Inicialmente, não estava se saindo bem no papel mais comedido. Ele foi prejudicado pelo posicionamento de câmera (ou por não olhar para ela), que nunca o pegou de frente, o que gerou um desconforto para quem viu pela TV.

Rosinha Garotinho (PR), como sempre, foi muito bem na TV. Suportou com segurança os ataques, ainda que vez por outra exalando certa impaciência por estar sendo questionada, e não parece que tenha sofrido qualquer abalo em seu favoritismo. Apanhou bastante em relação ao fraco desempenho do município no IDEB, como era previsto, mas até que surpreendentemente conseguiu vender a ideia de as coisas vão razoavelmente bem em uma área que, na minha opinião, a Prefeitura vai muito mal, que é a cultural.

Quanto a Makhoul Moussalem (PT), a impressão que dá é a que ele perdeu a chance de fazer um debate que de alguma forma o consagrasse como a novidade em ascensão neste pleito – para surfar a onda da sua excelente propaganda de TV. Foi ele mesmo, e ele mesmo, ao vivo, não é tão bom quanto o produzido pelo horário eleitoral. Ainda assim, para o público que foi, não se saiu mal. Estava em casa na classe média assinante de televisão a cabo e no ambiente acadêmico. Não empolgou, mas também não perdeu pontos.

Creio que o pior desempenho foi o do candidato Arnaldo Vianna (PDT), em razão da sua notória dificuldade de se comunicar, principalmente na TV, e pela incômoda situação de ex-prefeito, que sempre passa a sensação de prometer aquilo que já deveria ter feito. A seu favor registre-se apenas o fato de que foi o mais sorridente e o que se permitiu algum gracejo, quando insinuou que a candidata Rosinha havia copiado um item do seu programa de governo, sobre qualificação de jovens para o mercado de trabalho.

Toda a munição pesada parece ter sido guardada para os debates das TVs abertas, Record e Inter TV, quando abalos eleitorais podem ser maiores. Quando eles chegarem, a eleição deste ano tende a ficar mais parecida com as anteriores

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