Carta Maior - 11/12/2013
Com a sua canonização prevista para 2014, o papa João Paulo II, hoje na lista dos beatos católicos, foi um dos colaboradores mais leais da CIA.
Dermi Azevedo
Com a sua canonização prevista para 2014, o papa João Paulo II, atualmente na lista dos beatos católicos, foi um dos colaboradores mais leais da Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), antes mesmo de ser eleito para o pontificado católico romano. A sua primeira audiência como Papa foi dada ao diretor geral da agência norte-americana de informações, William Casey, em 1978.
O arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla, forneceu informações consideradas “valiosas” à CIA sobre a resistência polonesa ao regime comunista da Polônia. Esse apoio favoreceu substancialmente as atividades do sindicato Solidariedade, liderado pelo metalúrgico Lech Walesa e representou a ultima pá de cal no fim do regime polonês.
Memórias
O ex-diretor da CIA e ex-embaixador dos EUA no Brasil, general Vernon Walters, apresenta, em suas memórias, alguns exemplos desse entendimento entre o Vaticano e a Casa Branca.
Walters – que era vice–diretor geral da CIA - afirma que uma das principais preocupações do presidente Ronald Reagan era a de manter o Papa informado sobre as despesas militares dos EUA. Nesse sentido, determinou que esse embaixador se reunisse de dois em dois meses, com João Paulo II, no Vaticano.
Um detalhe: o diplomata deveria levar consigo fotografias via satélite dos países do bloco soviético e das regiões estratégicas para Washington. Afirma que, numa dessas audiências, mostrou ao Papa uma base soviética, supostamente com 13 silos contendo centenas de mísseis. “Santidade, cada míssil possui 10 ogivas. O que o senhor está vendo corresponde à morte de 130 cidades americanas ou européias”. Walters diz que o Papa afirmou: “Compreendo exatamente o que o senhor apresenta”.
O general Walters foi também embaixador dos EUA no Brasil nos anos 70, no auge da repressão da ditadura de 1964.
Colaboração antiga
A colaboração de João Paulo II com a CIA aconteceu também nos anos 80 com dois objetivos: desestabilizar o governo sandinista da Nicarágua e desautorizar a Teologia da Libertação. As duas metas foram atingidas e somente agora, com a eleição do papa Francisco I, essa corrente teológica foi oficialmente reabilitada.
Aliança de interesses
Tanto diplomatas norte-americanos, quanto do Vaticano, descrevem a relação estreita entre os dois interlocutores como uma “aliança de interesses”. A Casa Branca pretendia favorecer a Igreja Católica Romana na sua politica de expansão da sua hegemonia especifica. E o Vaticano, atendia também ao propósito dos EUA de avançar na sua politica também expansionista e hegemonista.
"O Brasil não passa de um imenso Paraguai" - A. Pertence
Nenhum comentário:
Postar um comentário