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Rio tem surpresa comunista na corrida para o Senado
Eduardo Serra, do PCB, aparece em terceiro lugar e nega confusão do eleitor com ex-governador de São Paulo.
Rio - As últimas pesquisas eleitorais para o Senado, no Rio de Janeiro, têm apontado a liderança de Romário, seguido por Cesar Maia e, na terceira colocação, uma surpresa: o professor Eduardo Serra, do PCB, que mesmo sem coligações e alianças alcançou, tanto no Datafolha quanto no Ibope, 7% das intenções de voto. Romário tem 29% e Cesar Maia, 23% no Datafolha. No Ibope, mais recente, eles aparecem com menos: 24% e 17%, respectivamente.
"Acho que o eleitorado mais progressista e de esquerda está procurando uma alternativa a Romário e Cesar Maia, e identificou na minha candidatura este perfil. Ainda bem, porque é isso mesmo", brincou Eduardo Serra, de 58 anos, engenheiro e professor da UFRJ, onde se formou, fez mestrado e doutorado.
Eduardo Serra também credita a boa colocação à visibilidade que teve nas campanhas de 2008 e 2010, quando concorreu à prefeitura e ao governo do Estado. Em 2010, no entanto, teve apenas 0,01% dos votos (pouco mais de 11 mil no total). Os atuais 7% representam mais de 800 mil, uma façanha para um partido do tamanho atual do PCB, que não tem representantes no Congresso Nacional.
"Já apareci em outros dois programas eleitorais e acho que isso facilita, como também o fato de eu ter atuado em várias áreas, ser professor universitário e ter sempre adotado o mesmo discurso", acrescenta.
O discurso a que ele se refere é de mudança, mas sem raiva, radicalismo ou verborragia. Num tom sereno, garante que o comunismo é a proposta mais generosa surgida no mundo. E acredita que o Brasil é capaz de reconstruir este sonho através do socialismo.
"Reconhecemos que o governo do PT trouxe avanços significativos para o Brasil, sobretudo na sua política externa, coroada com a criação do Brics, nos programas sociais como o Bolsa-Família e no aumento do salário mínimo acima da inflacão. Somos oposição, mas consciente. E sabedores de que precisamos ir além", diz.
O ir além de Eduardo Serra é composto de quatro eixos: fortalecimento da democracia promovendo a participação popular; acesso universal e gratuito aos direitos básicos, como saúde, educação e alimentação; restruturação da economia com a restatização de empresas estratégicas, além de voltá-las para o mercado interno e, por fim, na luta contra todo e qualquer tipo de discriminação.
"Ser comunista é incorportar tudo o que aconteceu de bom e aprender com as experiências mal sucedidas. Não queremos fazer do Brasil a União Soviética, ou fechar empresas e tomar a casa de Teresópolis de ninguém. Queremos o desenvolvimentismo. Aliado a experiências que deram certo como pleno emprego, saúde e educação universal", explica.
CONFUSÃO COM JOSÉ SERRA GERA BRINCADEIRA
A boa colocação de Eduardo Serra nas pesquisas fez com que muita gente fizesse uma associação imediata ao ex-governador paulista José Serra, que também será candidato ao Senado, mas por São Paulo. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montnegro, admite que possa ter havido uma confusão na cabeça do entrevistado, mas diz que as chances são pequenas.
"Sempre pode. E só vamos saber se isto ocorreu depois de começada a propaganda eleitoral na TV, caso ele despenque nas pesquisas. Mas acho que pode, ser, sim, uma identificação do eleitor com uma alternativa a Romário e Cesar Maia", diz Montenegro.
Eduardo Serra, que entre amigos é chamado de Edu, e não de Serra, diz que a única semelhança que tem com o candidato tucano é o sobrenome.
"Ainda bem. Que isso fique claro (risos)", brin
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