Crédito: Intersindical | |
São vários os desafios para a classe
trabalhadora neste 2012. A agudização da atual crise do capitalismo
desperta a sanha imperialista por novas guerras, como no caso da Síria e
do Irã; desmascara o poder dos grandes bancos e das corporações
industriais multinacionais sobre a autodeterminação dos povos, como na
Grécia e na Itália; e traz mais arrocho econômico e retirada de direitos
para trabalhadores de todo o mundo – inclusive de nós, brasileiros.
A crise encontra no Brasil um governo
que se alia cada vez mais ao capital e contra os trabalhadores, como
comprovam os cortes no Orçamento, de cerca de R$ 50 bilhões em 2011 e
outros R$ 50 bilhões agora em 2012, e a retirada de direitos
trabalhistas através de legislação que altera a relação entre patrões e
empregados nas médias e pequenas empresas.
Nem mesmo a “medida de contenção” dos
anos anteriores o governo está disposto a oferecer: a liberação de
crédito (uma política de endividamento crescente da população que dá às
camadas populares a ilusória sensação de melhoria de vida) é cada vez
mais dificultada pelo sistema financeiro.
O Governo Dilma atende prioritariamente
aos interesses e necessidades dos grandes banqueiros, dos especuladores e
das grandes empresas que exploram o trabalhador brasileiro: ao mesmo
tempo em que retira recursos do Orçamento para as pastas de Saúde e
Educação, entre outras, concede benefícios fiscais direcionados a estes
setores da Economia, como no último “pacotaço” do Executivo, apoiado
pelo sindicalismo patronal e por representações da classe trabalhadora,
como a CUT, a CTB, a Força Sindical, que agem em favor do capital e
aderiram ao governo e sua política, fazendo o jogo da conciliação de
classes.
Dilma mantém intacta a sangria do
pagamento dos juros e amortizações da dívida pública brasileira: mesmo
antes do corte de R$ 50 bilhões, 47,19% dos recursos do orçamento da
união previstos iriam para o pagamento de juros e amortizações da dívida
pública, enquanto a Saúde ficava com 3,98% e a Educação com 3,18%.
Esses fatores explicam o fato de sermos
a sexta maior economia do mundo e ocuparmos a 84º posição no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), com o sucateamento da saúde pública, as
escolas mal equipadas e baixos salários para os profissionais da saúde e
educação, transporte público precário nos grandes centros urbanos,
falta de moradia digna e péssimas condições sanitárias para um número
ainda enorme de lares brasileiros.
Continuam os leilões dos campos de
petróleo e de áreas de exploração no pré-sal, com a participação de
empresas que não têm as condições técnicas de operar nesses campos sem
colocar em risco o ecossistema, como no recente caso da Chevron. São
priorizados os lucros das grandes empreiteiras, as maiores
beneficiárias, juntamente com os bancos, dos governos FHC e Lula, com
obras como a de Belo Monte e Jirau e as instalações esportivas para a
Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Por outro lado, cresce a insatisfação de
diversos grupos sociais contra este estado de coisas, como atestam as
manifestações quase diárias contra a calamidade dos transportes
públicos. Os trabalhadores das obras do PAC também reagiram às condições
de superexploração e semiescravidão impostas pelas empreiteiras como a
Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e outras –
muitas delas financiadoras das campanhas eleitorais do PT e de seus
aliados.
Como demonstrou a manifestação em favor
do “Pacotaço” ocorrida em São Paulo , as centrais sindicais ligadas ao
governo repetirão este ano as grandes festas no 1º de Maio, com artistas
famosos, distribuição de brindes, bebidas e sorteios, além de muito
discurso a favor do Governo e do “pacto entre trabalhadores e patrões”. A
velha máxima do “pão e circo” será a tônica em muitos centros urbanos
do país, buscando desarmar ideologicamente a classe trabalhadora
brasileira no enfrentamento ao patronato e ao sistema capitalista.
Para o PCB, a hora é de reforçar a
unidade dos movimentos populares, das forças de esquerda e entidades
representativas dos trabalhadores, no caminho da formação de um bloco
proletário capaz de contrapor à hegemonia burguesa uma real alternativa
de poder popular, com a organização da Frente Anticapitalista e
Anti-imperialista, que possa ordenar ações unitárias contra o poder do
capital e do imperialismo, rumo à construção da sociedade socialista.
Propomos a luta por:
Redução da jornada de trabalho sem redução de salários
Salário mínimo do Dieese; Fim do imposto de renda sobre os salários
Contra a transformação da Previdência em Fundo de Pensão, contra o Funpresp
Solidariedade internacionalista à luta dos trabalhadores
Unidade da classe trabalhadora numa Frente Anticapitalista e Anti-imperialista
Pela Reforma Agrária
Contra a criminalização dos movimentos sindicais e sociais em Luta
Contra o modelo de desenvolvimento econômico a favor do capital
Por uma sociedade Socialista
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO – PCB
COMITÊ CENTRAL
Maio 2012
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